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Bispo de Coimbra desafia a Constituição

A guerra das cruzetas
Albino Cleto, arcebispo de Coimbra por decisão do Papa, conhece a vontade de Deus e obedece a um obscuro Estado de 44 hectares – o Vaticano -, e não às leis portuguesas.

Durante a ditadura o crucifixo era obrigatório nas escolas, tal como a foto do Presidente da República, vassalo do ditador, e facultativa a de Salazar, que sempre integrava o trio. Dizia-se até que o Cristo estava entre dois ladrões.

A democracia trouxe a liberdade. O Estado tornou-se laico. Os símbolos religiosos deixaram de acompanhar os outros fungos que as paredes das escolas exibiam.

Nas Escolas do Magistério do Estado Novo era obrigatória, de facto, a catolicidade dos futuros professores, havia missa de consagração de curso (obrigatória) e fazia parte do currículo uma cadeira de religião católica em igualdade com a pedagogia, didáctica e psicologia infantil.

Isto passava-se na Guarda, distrito donde saiu este reverendíssimo exemplar apostólico.

No último domingo depois de abençoar um enorme crucifixo na periferia de Coimbra (nada precisará mais de uma bênção do que um crucifixo) o senhor Albino fez um forte ataque à decisão de retirar os símbolos católicos das escolas públicas, durante a missa.

«Não vamos deixar, pois seria cobardia nossa e traição a Deus guardá-los em casa» – disse a reverendíssima criatura para quem o Estado democrático e a Constituição da República não contam.

O Bispo também não gostaria que lhe pusessem o busto da República nas igrejas.