Vitimização
A ACLU (American Civil Liberties Union), uma organização que luta pela defesa dos direitos consagrados dos americanos, com especial ênfase nos últimos tempos na defesa da liberdade religiosa (que inclui para a ACLU a liberdade de não professar alguma religião), lançou mais uma campanha que lhe vai continuar a valer os epítetos de anti-cristianismo por parte dos claramente «perseguidos» e «discriminados» cristãos americanos!
De facto, depois da acção que resultou na retirada dos «Dez Mandamentos» das salas de tribunal em dois condados do Kentucky a ACLU tenta agora que nas salas dos tribunais da Carolina do Norte seja possível que as pessoas chamadas a depor o possam fazer sobre os livros sagrados das respectivas religiões. Baseados na legislação estadual que prevê que os depoimentos sejam precedidos de um juramento nas «Escrituras Sagradas». Já é permitido que os ateístas apenas afirmem que o seu depoimento é verdadeiro mas os testemunhos de quaisquer crentes são precedidos de juramentos com a mão assente na Bíblia.
Como seria de esperar, os maníacos da perseguição cristãos já se lamentam que a organização a que chamam Anti Catholic Liberties Union, esquecendo as vezes em que a ACLU saiu em defesa da sua confissão, pretende retirar referências históricas ao cristianismo. Certamente acrescentarão à sua (longa) lista de «perseguições» e alvos de ódio da organização, que já inclui os cristãos e os «Dez Mandamentos», um outro alvo, neste caso a Bíblia.
Esta mania de vitimização exibida pelos cristãos quando coarctados nas suas pretensões integristas e hegemónicas já enjoa mesmo! Mania omnipresente em todas as latitudes e em todas as variantes cristãs. Estou, por exemplo, a lembrar-me das carpiduras de anti-catolicismo em relação à decisão de vetar Rocco Buttiglione para uma posição na Comissão Europeia que lhe permitiria impor as políticas de homofobia e discriminação das mulheres tão queridas à hierarquia católica!