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Guerra à civilização

«O cristianismo e o islão não estão em guerra» – lembra o Papa Ratzinger, e tem razão. A guerra é entre a fé e a civilização, entre o Corão e a liberdade, entre a louca devoção a Alá e o ódio intenso à democracia.

O cristianismo compreende o islão, são faces da mesma moeda. O sonho do Vaticano é transformar a Europa e, se possível, o mundo num imenso califado submetido ao Papa, a regressar aos jejuns, a encher as igrejas, a frequentar os sacramentos e a transformar o direito canónico em fonte do direito civil.

O Papa, este inquisidor autoritário, considera ditaduras as formas de Governo que ignorem a lei de Deus, um código vago e violento, de cuja chave se considera detentor, e que procura impor através de uma multidão de clérigos prontos para a jihad católica, à semelhança, aliás, do que pensa e pratica o fundamentalismo metodista.

Só os Estados secularizados açaimaram os exércitos de padres, freiras, monsenhores, cónegos, bispos e cardeais, receosos de arriscar o bem-estar em batalhas de resultado incerto.

Na Europa, América e África pululam agremiações de duvidosa virtude e reconhecida raiva à laicidade. Legionários de Cristo, Focolares, Comunhão e Libertação, Carismáticos, Regnum Cristi, Neocatecumenais, Opus Dei e outras matilhas de Deus, ávidas de proselitismo, famélicas do Paraíso.

A América do Sul, para onde o Vaticano exportou e refugiou próceres do nazismo, tem sido o campo de treino dos mais agressivos movimentos católicos que apoiaram e sustentaram execráveis ditaduras e combatem as tímidas tentativas democráticas de libertação das sotainas.

A separação da Igreja e do Estado é nos países sul-americanos uma tarefa urgente e difícil que tem no Opus Dei o principal adversário e nos seus padres e membros uma corja vigilante a impedir a modernização, o progresso e o laicismo.

A superstição e a ignorância são aliados naturais do poder clerical. Os poderosos encontram na ICAR o instrumento de dominação dos pobres e os cúmplices na manutenção das desigualdades.