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Mês: Junho 2005

5 de Junho, 2005 jvasco

Código Da Vinci

Finalmente li.

Antes de ler, sabia algumas coisas sobre esse livro: que a ICAR o tinha colocado no «índex» (muito auspicioso, tendo em conta a enorme quantidade de obras literárias de referência que lá foi parar…); que o Umberto Eco o tinha classificado como «lixo literário» (mau prenúncio, visto que tenho uma ideia muito positiva a respeito de Umberto Eco); que era um gigantesco sucesso de vendas (embora ainda longe de superar o verdadeiro best seller – a Bíblia); e que alguns amigos mo aconselharam com vivacidade.
Sabia também que o livro deveria ser lido com um olhar crítico, pois muitos dos factos «históricos» mencionados não são necessariamente verídicos.

E lendo concluí o seguinte:

a) Não é propriamente um «marco incontornável da literatura universal»

b) Também não me parece «lixo literário» – ainda para mais tendo em conta que eu até já li um livro de Paulo Coelho e de Margarida Rebelo Pinto

c) Lê-se com prazer e facilidade

d) Recomendo a quem tiver curiosidade e tempo livre

e) Recomendo cepticismo na leitura. Convém ir procurar algumas críticas que foram feitas ao livro, para não se ficar com uma ideia distorcida de alguns factos históricos.

E sobre o ateísmo?
O livro está muito longe de ser uma perspectiva ateia sobre o mundo que nos rodeia. O autor afirma-se cristão, mas, pela leitura do livro, dá a impressão de ser alguém que aprecia o esoterismo e o misticismo «new-age». O livro não contém qualquer espécie de ataque ao racionalismo ou às posições racionalistas, mas ficamos com a impressão que não estamos propriamente perante um paladino da frieza do empirismo e da lógica cartesiana…

Quanto a ataques à Igreja Católica… quase nada. E aí reside em grande parte a força da sua ameaça para a ICAR.
O livro apresenta uma perspectiva do cristianismo muito diferente daquela que decorre dos dogmas da ICAR, mas, apesar de uma crítica ou outra que qualquer pessoa razoável considerará pertinente (a dominância masculina da condução dos destinos da ICAR, por exemplo), no geral, evita em absoluto demonizar a ICAR. Pelo contrário: os personagens da ICAR são retratados como pessoas de Fé, de valores, dispostas a sacrificar-se por aquilo que acreditam, dispostas a seguirem o que consideram ser o bem; dispostas a compreenderem os seus erros e a arrependerem-se sinceramente por estes.
Com esta postura de compreensão face à ICAR, é muito mais difícil que o leitor católico demonize o livro. E se o leitor não rejeita o livro com nojo e repulsa, pode encarar as perspectivas do livro… e questionar a forma como encara a Fé.
E é o que tem acontecido: jovens nas igrejas, nos seminários, nos confessionários, na catequese, foram relatando aos sacerdotes e professores as suas dúvidas e angústias.

E a reacção foi a que conhecemos: um ódio profundo ao livro. Acusa-se o livro de falta de respeito, acusa-se o livro de «atacar a igreja», acusa-se o livro de «enganar as pessoas», acusa-se o livro de ser uma ferramenta do Diabo. Procurem. Vão encontrar todas estas acusações e muitas outras mais que nem consigo começar a imaginar. E quando lerem o livro e virem os «ataques» à ICAR, vão provavelmente desatar-se a rir.
«Aquilo» é um ataque? Quer dizer que um crente não pode sequer conceber essas possibilidades? Não pode sequer ser sujeito àquelas dúvidas? Não pode sequer pôr isto ou aquilo em questão?

Quando a ICAR proibiu aos seus fiéis a leitura do «Código da Vinci» eu entendi isso como um sintoma de que não evoluíram tanto quanto deviam com os tempos, no sentido de conviver com a liberdade de pensamento. Agora que li o livro entendo que nem sequer «sabia da missa a metade».

4 de Junho, 2005 Carlos Esperança

Às crianças por nascer

O «Dia nacional da criança por nascer» foi uma piedosa proposta do CDS feita pelo porta-voz do partido, Paulo Núncio. (Núncio é apelido e função).

A criança por nascer
É o orgasmo reprimido
Um óvulo por haver
Ou sémen por escorrer

A criança não nascida
É a cópula frustrada
Gravidez interrompida
Ou a trompa laqueada

CDS quer castidade
Fora da reprodução,
Horror da sexualidade
Nojo da ejaculação

É o ódio que rebenta
Pelas costuras da Igreja
Sem borrifos d´água benta
Na cópula benfazeja

O Papa abomina o DIU,
Pílula, preservativo,
Condena quem não pariu
Por usar um abortivo

O sexo sem procriação
É luxúria, um pecado
Que conduz à danação
E deixa Deus chateado.

Amar, amar, ver estrelas
Barra a via à salvação
Não vale a pena pôr velas
Nem terços sobre o colchão.

4 de Junho, 2005 Palmira Silva

Crónicas fantásticas

A fantasia ou ficção fantástica é um género de literatura normalmente menorizado e relegado para literatura infantil. Basta lembrar que o livro que antecede a trilogia de «O Senhor dos Anéis» de J. R. Tolkien, «O Hobbit», está classificado nesta categoria!

O meu primeiro contacto com a fantasia, para além dos contos de fadas, aconteceu por volta dos sete anos com três livros da editora Civilização que descobri numa feira do livro: o referido livro de Tolkien, vendido como «O Duende», e dois livros de George MacDonald, «A Princesa e os Duendes» e «Curdie e a Princesa». O tema recorrente da fantasia é a luta do bem contra o mal em que, após muitas peripécias que normalmente envolvem a viagem dos paladinos do bem ao antro do mal, o bem vence. Na maioria dos livros de fantasia as alegorias do bem e do mal são completamente maniqueístas e, estranhamente, transcrevem muitos dos mitos cultivados pela comunidade essénia cujos escritos foram recentemente descobertos: os manuscritos do Mar Morto. A luta do bem contra o mal é uma luta da luz contra as trevas e a beleza física está associada ao bem. Basta recordarmos a saga das Guerra das Estrelas para confirmarmos que George Lucas seguiu à risca a «receita» mágica da fantasia, incluindo, no último episódio, o pormenor não despiciendo da tranformação física sofrida por Palpatine e, especialmente, por Anakin Skywalker.

De facto, apesar de a fantasia não ser considerada literatura «nobre», no cinema revela-se um grande sucesso de bilheteira, com pelo menos sete dos dez filmes mais bem sucedidos na história do cinema pertencendo ao género (alguns, como a Guerra das Estrelas, mais propriamente fantasia SciFi).

Tendo a fantasia o seu maior sucesso nas camadas mais jovens da população não é de estranhar que os fundamentalistas se indignem com o que consideram fantasia perniciosa, nomeadamente a série Harry Potter. Ironicamente, ou talvez não, a guerra dos fundamentalistas cristãos contra a série foi despoletada por um artigo satírico, que ridicularizava os acéfalos fanáticos, na indispensável «Cebola».

Clive Staples Lewis (1898-1963) ou C. S. Lewis é conhecido pela sua série «As Crónicas de Nárnia», publicadas em sete volumes entre 1950 e 1956. Lewis, um cristão fervoroso, escreveu a série após um debate sobre um dos seus livros estritamente religiosos, Milagres, em que foi «trucidado» por Elizabeth Anscombe. As Crónicas de Nárnia são uma forma diferente do autor transmitir a sua visão cristã do mundo.

O primeiro livro da série, O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa, foi passado ao grande écran pela Disney estando a estreia prevista para Dezembro próximo. Neste episódio a acção desenvolve-se entre o Velho Testamento (Génesis) e o Novo Testamento, com o leão Aslan, o verdadeiro soberano de Nárnia que a malvada feiticeira tenta impedir de assumir o legítimo trono, no papel principal de salvador (e criador) de Nárnia. Considerado uma alegoria de Cristo, ele tem poderes de cura e prega o amor ao próximo. As crianças são os seus apóstolos, com Edmund no papel do traidor Judas. Tentado pela feiticeira através da gula Edmund torna-se numa parte fundamental da execução de Aslan, que, claro, o perdoa. E após uma morte cerimonial, com direito a via crucis, o leão sagrado ressuscita fechando e confirmando todo o círculo alegórico.

Com este filme acaba para a Disney um boicote de nove anos por uma associação de fundamentalistas cristãos, a American Family Association. Esta associação acusava a Disney de promover a homossexualidade e exigia que a Disney criasse um conselho consultivo de cristãos evangélicos. Para além, claro, de exigir que a Disney proibisse a reunião de homossexuais, GayDay, que se realiza anualmente nas suas instalações em Orlando.

Nenhuma das reinvidicações dos fundamentalistas cristãos foi atendida pela Disney mas os primeiros declaram-se satisfeitos por Michael Eisner, o director executivo de 62 anos da Disney, ter anunciado que se ia retirar em Setembro de 2006. A anunciada cisão da Disney com a Miramax, que esteve envolvida em filmes tão «ofensivos» como Pulp Fiction e Fahrenheit 9/11 também ajudou ao levantamento do boicote, mas a razão principal foi a adaptação ao grande ecrán de fantasia boa, recomendada por todos os cristãos!

Pessoalmente preferiria que a Disney tivesse continuado a transcrever em filme as «Crónicas de Prydain» de Lloyd Alexander de que fizeram um único episódio: «Taran e o Caldeirão Mágico».

3 de Junho, 2005 André Esteves

Amai-vos hormonalmente uns aos outros !!!

Ontem surgiu a notícia de um estudo científico, publicado na Nature, que revelou os efeitos sociais de uma hormona até agora pouco famosa, a Oxitocina.

Dispondo de uma forma sintética da oxitocina, Michael Kosfeld da Universidade de Zurique, realizou uma experiência em que comparou as decisões sobre o efeito da hormona (administrada sobre a forma de um spray nasal) e de um placebo. Além disso variou a interacção dos sujeitos da experiência com os experimentadores ao vivo ou através de um computador. A prova a que os experimentados foram sujeitos é uma clássica medida de confiança, a do investidor desconhecido. É dado um capital inicial a cada sujeito e um experimentador é apresentado como um investidor que se propõe multiplicar o dinheiro, sob a condição de que não será imputável no caso de quaisquer perdas. O sujeito terá de decidir se confia no investidor. As decisões de cada situação e grupo são contabilizadas e analisadas estatísticamente.

Os resultados são concludentes. Os indivíduos sujeitos ao spray nasal de oxitocina davam com maior facilidade todo o seu dinheiro (13 pessoas em 29 no grupo da oxitocina, em comparação com 6 em 29 do grupo do placebo). Além disso, quando os sujeitos que tinham inalado oxitocina interagiam com um «investidor» através de um computador o efeito desaparecia completamente, mostrando a base interpessoal do fenómeno.

A oxitocina é produzida naturalmente no cérebro humano em muitas situações, depois do orgasmo (cimentando as relações de confiança entre os parceiros), durante a aleitação (favorecendo a ligação da mãe à criança) e em todo o género de interacções sociais.

Numa perspectiva evolucionária, a oxitocina faz muito sentido. O sistema hormonal é um precursor químico do sistema nervoso que partilhamos com os seres multicelulares. O sexo é a base e a necessidade da socialização e deverá ser evolucionariamente o fulcro sobre o qual se acumulam as «inovações» evolucionárias das sociedades dos seres vivos.

Quais as consequências desta descoberta? Imensas!!

Por exemplo, permite ver o pecado original numa nova luz.
Se interpretarmos o sentimento do homem em relação à mulher, por esta o ter enganado e o ter feito ingerir o fruto do conhecimento, como um sentimento de traição: a serpente confunde-se com a mulher. E com razão… A capacidade de fingir um orgasmo nas mulheres, bem como de disfarçar o ciclo reprodutivo, em contraste com a evidente dificuldade de um homem de o fazer e à sua permanente disponibilidade, permite às mulheres colher confianças sem compromissos bioquímico da sua parte, daí a suspeita comum a todos os homens de que as mulheres os «traem» e claro, a confiança inata num relacionamento homosexual masculino, onde o compromisso bioquímico é óbvio para ambas as partes (muitos lençóis manchados).

A mulher humana assim está preparada para fazer o jogo das seduções e compromissos, que é importante se considerarmos os riscos e investimento que são necessários numa criança.

A isto está também ligado a evolução histórica do poder na sociedade humana de matriarcal a patriarcal, à qual as religiões que conhecemos estão intrinsecamente ligadas. (A base biológica da sexualidade humana não é no entanto patriarcal ou matriarcal. Somos monógamos promíscuos, com ciclos de compromisso de três anos (uma estatística invariante em todas as sociedades humanas é o das separações e divórcios em ciclos de três anos na história das pessoas. O que corresponde a uma verdade biológica: três anos é o tempo necessária para uma criança estar completamente formada e se integrar na sua família expandida, libertando os parceiros das suas obrigações mútuas), que também reflecte outros sistemas bioquímicos do cérebro: o dopamínico e o neo-opiáceo).

Se olharmos para isto, sob a óptica do problema do mal, as coisas complicam-se para Deus… Onde está o livre arbítrio? Não deu ele à mulher uma capacidade superior de enganar? Não foi ele na realidade que armou tudo? E não podemos atirar tudo, como fazem os fundamentalistas evangélicos modernos, para cima da teologia da queda (ao pecar, Adão e Eva teriam provocado uma transformação biológica em toda a natureza, fazendo com que esta morresse e envelhecesse), porque a base bioquímica da traição é o próprio amor. E Cristo é amor…

E esquecendo as lutas do esperma e do coração, vejamos o próprio acto de proselitismo, venda e conversão (como sugere António Damásio no seu comentário à Nature). Já somos manipulados bioquimicamente hoje pela publicidade e pelo marketing. A oxitocina é produzida no cérebro por meios indirectos, através de imagens e evocações: sexo, paisagens relaxantes, situações ideais entre amigos. Assim se constrói a carga de oxitocina que irá investir a confiança em marcas, figuras identitárias e produtos.

E não é o que fazem os pregadores e missionários? Constroem a confiança, através de uma imagem exterior de calma, tornam-se sex-symbols ao se investirem de todos os aspectos exteriores de um macho ou fêmea alfa: um aspecto impecável, roupa conservadora mas cuidada, a evocação de um desejo com a promessa da confiança (vejam por exemplo imagens do fundador da Opus Dei, apesar do capelo, as mangas abotoadas com punhos de ouro, o cabelo deliberadamente desalinhado, um sorriso sedutor, está tudo ali…).

Nunca me esquecerei daqueles dias de igreja em que «sentíamos» o espírito santo presente. O ambiente calmo, mas especialmente quente pela proximidade dos outros. O pastor levava-nos em ondas de actividade/passividade através do culto, até que no final do culto, olhavamos uns para os outros como verdadeiros irmãos. A produção de oxitocina era condicionada e manipulada pela figura dominante. As relações do grupo naquelas circunstâncias eram cimentadas e amplificadas.

Um domingo, resolvi não me deixar influenciar.

Quão diferentes ficaram a parecer as pessoas!
Eram as mesmas pessoas que eu encontrava durante a semana longe da igreja.
Humanas. Carne, sangue e osso.

O espírito santo estava na oxitocina dos outros.

2 de Junho, 2005 André Esteves

Jesus Cristo faz a barba

Uma brincadeira linguística que se torna subversiva e cómica quando associada a uma imagem óbvia. Ainda mais cómica quando nos lembramos de quantos conservadores exigem aos outros, cortes de cabelo curtos e barba bem cortada…

Alguém quer tentar sugerir uma brincadeiro do género em português? Só precisamos de um verbo que soe ao mesmo que «salva», por exemplo:

«Jesus Cristo salva» —> «Jesus Cristo baba».

Escrevam nos comentários as vossas ideias. E claro.. Não deixem de ver as outras t-shirts.

2 de Junho, 2005 Carlos Esperança

Um talibã católico

O Ricardo Alves já se referiu no seu artigo «Terrorismo verbal e revisionismo histórico» ao destempero do fossilizado sacerdote que explora o estabelecimento comercial conhecido por Santuário de Fátima, essa mina de ouro da ICAR que a superstição e a ignorância alimentam.

A linguagem de monsenhor Luciano Guerra a respeito da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) é tão primária e o autor tão destituído de senso que até o bispo notou.

«Nos países mais pobres, mesmo da Europa, corpos esquartejados de bebés vão aparecer em lixeiras de toda a espécie, ao olhar horrorizado ou faminto de pessoas e de animais» afirmou o ignaro sacerdote no pasquim oficial do santuário – Voz de Fátima.

No editorial do mês de Maio , datado do dia 13, Luciano Guerra considera que a ascensão da esquerda na Europa pode levar a «abortos aos milhões e casamentos de homossexuais aos milhares», catástrofes para as quais não há Senhoras de Fátima que valham nem terços que acudam.

De acordo com o semanário «Região de Leiria», o bispo de Leiria/Fátima, Serafim Ferreira da Silva, declarou à Lusa «Não li o texto, só vi extractos com uma linguagem muito dura. O conteúdo compreendo, mas a maneira de o dizer não é o meu estilo», uma forma inteligente de desautorizar o terrorismo exibido no pasquim do Santuário.

O Diário Ateísta estará atento aos talibãs da ICAR que já começaram a jihad contra a descriminalização do aborto.

1 de Junho, 2005 Cristiane Pacheco

Notícias d´álem-mar

De comentarista e grande admiradora deste Diário, passo agora a fazer parte de sua equipe. Como brasileira, pretendo contribuir trazendo informações, críticas e avaliações sobre o que se passa nessas bandas de cá do Atlântico, no maior país católico do mundo.

O Estado brasileiro é oficialmente laico desde a sua primeira Constituição republicana, promulgada em 1891. Passados mais de 100 anos, no entanto, ainda não conseguiu manter-se totalmente desinfectado da influência da ICAR. E enquanto ainda engatinhava nesta tarefa, eis que surgiram novas influências nefastas representadas pelas igrejas neopentecostais, cada vez mais atuantes e ameaçadoras.

De um lado do ringue, temos a ICAR perdendo cada vez mais o seu rebanho. De outro, o crescimento das igrejas evangélicas, que prometem prosperidade em troca do dízimo e – o que é pior! – do voto. A ICAR continua a se imiscuir nos assuntos do Estado através de suas constantes pressões contra decisões do Congresso Nacional ou do Poder Judiciário. A IURD e outras neopentecostais optaram por uma estratégia mais direta: fazer parte do Estado, lançando ou apoiando candidatos evangélicos para cargos executivos e legislativos municipais, estaduais e federais. A chamada «bancada evangélica» hoje representa uma das mais graves ameaças a laicidade do Estado brasileiro. Por fim, e em grande desvantagem, encontram-se aqueles que lutam por uma completa separação entre religião e Estado.

A imagem acima é um exemplo do que temos por aqui. Mas não é só na nossa moeda que o nome de um deus aparece: nossa última Constituição, de 1988, foi promulgada «sob a proteção de deus». Temos crucifixos em quase todas as repartições públicas, das escolas primárias ao Supremo Tribunal Federal. São feriados nacionais o Corpus Christi (Corpo de Deus), o Natal, a sexta-feira da paixão e o dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do país. No Rio, temos ainda os feriados de São Jorge e de São Sebastião. O ensino religioso confessional já é uma – amarga, estúpida, intragável! – realidade nas escolas públicas dos Estados do Rio de Janeiro e da Bahia.

Este é o Estado «laico» em que vivo. Não creio que o que aconteça por aqui seja de interesse apenas dos brasileiros. O avanço da intolerância, do obscurantismo e do poder das igrejas em qualquer canto do mundo merece sempre ser denunciado e combatido. Essa é uma luta de todos nós.

1 de Junho, 2005 André Esteves

Jesus Christ SuperCop??!!

E se Jesus fosse um polícia à americana?
Hilariante!!! E feito com um orçamento baixo… De meter inveja ao Jesus Christ Superstar.