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Teoria da causalidade

Para além de Portugal a seca assolou este ano outras zonas do globo. Numa vã tentativa de influenciar o que é determinado por causas naturais assistimos cá no burgo a uma sucessão de rezas e procissões.

Na Índia, Bangladesh e Nepal, países invadidos por uma onda de calor que já matou uma centena de pessoas nas últimas semanas e em que a monção tarda a sua aparição, as tentativas de intercessão junto aos deuses assumem outros contornos. Assim numa aldeia nepalesa, Darbang, a cerca de 280 quilómetros da capital, Kathmandu, cerca de 100 mulheres dançaram nuas para agradar ao deus hindu Mahadev e este enviar a tão esperada chuva.

Em Khochakandar, Índia, os habitantes da aldeia na província de Bengala realizaram uma cerimónia hindu tradicional para unir pelos sagrados laços do matrimónio… dois sapos gigantes. Porque, como explicou uma das organizadoras do evento, Konica Mandal, «Os nossos antepassados costumavam organizar casamentos de sapos para terem chuva suficiente para a agricultura. Nós esperamos que a chuva caia muito em breve».

Certamente que algumas pessoas, que discordam que a ciência deva fornecer apenas explicações naturais para o que observamos no mundo à nossa volta, pensarão que a teoria da causalidade inferida pelos aldeãos que os levou a tais manifestações, «o chamado conhecimento sintético a priori, que não é falsificável no sentido popperiano do termo» é uma teoria «científica» legítima…