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O papa anti-semita

A ICAR sempre tentou apagar o passado para melhor convencer os incautos da sua bondade. Parece ter esquecido o zelo posto na perseguição dos judeus com os reis católicos de Espanha e com D. Manuel I, em Portugal, zelo que se acentuou sob os auspícios da Inquisição com D. João III, rei que devia pouco à inteligência mas se dedicava profundamente à devoção religiosa. E foi assim em todos os países submetidos à influência de Roma.

O anti-semitismo da ICAR atingiu o apogeu da demência com Pio IX, que chamava «cães» aos judeus, o que não o prejudicou na beatificação com que JP2 havia de distingui-lo depois de lhe ter aprovado um milagre. Ultimamente há uma tentativa para reabilitar Pio XII, outro anti-semita com provas dadas. Não vale a pena falsear a história do Papa de Hitler. É fácil perceber que bastava ter aconselhado os católicos a não colaborarem com o nazismo para que o ditador não tivesse êxito.

Pelo contrário, Pio XII mancomunou-se com Hitler e ordenou à ICAR alemã que renunciasse à acção social e política, que extinguisse os partidos políticos católicos e silenciasse os seus próprios jornais. Seria o Führer a reconhecer essa ajuda como uma grande vitória e um enorme êxito na « luta contra o judaísmo internacional».

Sem a cobarde colaboração da ICAR teria sido impossível a eficácia e rapidez na «certificação racial» de todos os alemães.

Nem quando os judeus de Roma foram enviados para os campos de concentração e extermínio ergueu a voz para denunciar o crime, preocupado que andava com a exiguidade dos trajes femininos que corajosamente vituperava em piedosas homilias.

Por mais lixívia que os panegiristas de serviço usem será impossível desencardir a nódoa Pio XII caída no pano da ICAR, pano conspurcado por demasiadas nódoas acumuladas ao longo de vinte séculos.

Apostila – Mas que poderia esperar-se do sucessor de Pio XI que apoiou activamente a subida ao poder de Benito Mussolini e que, numa missa grandiosa em sua honra, declarou que «Mussolini é um homem que a Divina Providência nos enviou»? A troco dos bons serviços o ditador assinou os Acordos de Latrão que restituiram os Estados Pontifícios à Santa Sé e reconheceu a doutrina católica como primordial em Itália.