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Timor – Um protectorado do Vaticano (2)

Em 26 de Março escrevi no Diário Ateísta, sob o título em epígrafe, um artigo sobre a ausência de liberdade religiosa em Timor, tema a que o João Vasco voltaria, há uma semana, com o artigo denominado «Sintomático…».

Não sei se é a influência do desvario islâmico, que grassa na região, ou a natureza da ICAR, apenas contida nos Estados laicos, que leva os dois bispos de Timor a açular as populações autóctones contra o primeiro-ministro Mari Alkatiri, a quem acusam de chefiar um «regime antidemocrático» pelo facto de pretender diminuir o peso da religião nas escolas públicas.

Ontem, a ICAR passou a ter como monarca absoluto e vitalício Bento XVI, um misto de Tomás de Torquemada e de Carol Wojtyla, que, tal como os bispos de Timor, defende que «só na Igreja Católica» está a salvação, visão totalitária que sobreviveu ao concílio Vaticano II, que a repudiou pela primeira vez.

No mesmo dia em que o inquisidor se tornou Papa, os bispos de Dili e de Baucau, largaram nas ruas da capital de Timor, sob o comando do padre Benâncio Araújo, cinco mil timorenses armados de terços e imagens da Virgem, numa manifestação contra o Governo, que acusam de antidemocrático por pretender tornar facultativa a disciplina de religião e reduzir a sua carga horária.

O padre Benâncio, porta-voz da Diocese de Dili, apelou ainda a outros membros da ICAR para organizarem manifestações para «derrubar o regime antidemocrático», eleito democraticamente.

O episcopado timorense exige o ensino obrigatório da religião na escola pública. Desde há dois meses, a Igreja católica não se limita a rezar. Combate e uiva, agora cada vez mais raivosa e em sintonia com o novo pastor alemão.

Portugal e a Europa poderão defender a liberdade religiosa em Timor?