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A ICAR nos EUA e a pena de morte

Hoje não é a fábula de Deus que me inspira, é a identidade de uma posição dos bispos católicos dos EUA com as minhas convicções e os meus desejos mais profundos. Deus não passa a existir por isso, a religião não se torna menos perniciosa, mas os bispos da ICAR, nos EUA, passam a defender uma atitude justa, digna e de grande humanismo – a luta contra a pena de morte.

Num país onde o fundamentalismo metodista atinge desvarios intoleráveis, onde o ódio e a violência contra a civilização trazem a marca genética de um cristianismo arcaico e rancoroso, a condenação da pena de morte, lançada pelos bispos católicos, é uma lufada de ar fresco que os ateus saúdam e aplaudem.

Sabemos dos erros judiciários que levaram inúmeras vítimas à cadeira eléctrica, estamos convictos da falsidade do carácter dissuasor da pena de morte em relação ao crime, aflige-nos a crueldade das execuções e o espírito vingativo subjacente. Uma campanha contra a pena de morte, venha donde vier, é um acto de profundo humanismo contra uma prática bárbara que urge erradicar.

Ao solidarizar-me com os bispos americanos, manifesto os melhores votos no êxito dos seus esforços e espero que a maldade de Deus deixe de repercutir-se nos que andam pelo mundo a espalhar a fábula e a promover o pior desse indivíduo que os homens criaram quando o atraso, a ignorância e a crueldade eram apanágio da época.