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A Penitência

Tendo Jesus descoberto que o pecado foi a única coisa boa que o seu divino Pai deixou aos homens, inventou logo um sacramento para perdoar os pecados cometidos depois do Baptismo. Com o hábito católico de atacar com o Baptismo os recém-nascidos inventou-se-lhes o pecado original para justificar o primeiro sacramento – espécie de lixívia que limpa o pecado original e é igualmente eficaz nos outros.

A Penitência ou Confissão costuma aparecer no menu dos sacramentos ordenado em quarto lugar e é o que vale aos pecadores para irem pecando sem perder o direito ao Céu. A confissão é a acusação dos pecados feita ao sacerdote confessor, para receber a absolvição. Quando os pecados são demasiado apetitosos o próprio confessor tem ausências, arfa, entra em agitação e, após reparadoras pausas, dispara a absolvição que é a sentença pela qual, em nome de Jesus Cristo, de quem tem procuração, perdoa os pecados ao penitente.

É bom lembrar aos pecadores relapsos que uma confissão bem feita exige cinco coisas: 1.º o exame de consciência; 2.º a dor dos pecados; 3.º o propósito de nunca mais pecar; 4.º a acusação (isto é, ser bufo de si próprio); 5.º a satisfação ou penitência.

Claro que, depois disto, não se fica vacinado contra o diabo. Há pecados a que nem Cristo teria resistido se, como se propala, foi um verdadeiro homem. Esse pecados muito bons são os mortais, os que dão pouco gozo aparecem no catálogo como veniais.

Quem elabora o rol de uns e outros é o cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Sagrada Congregação da Fé (ex-Santo Ofício) piedoso cardeal a quem a idade e o múnus dispensou de os praticar mas a quem continua confiada a actualização do catálogo.

Advertência: Quem, por vergonha, oculte um pecado mortal ao confessor, não faz uma confissão bem feita e comete um sacrilégio. Deve, mesmo antes de voltar a repetir o pecado, voltar a confessar-se e solicitar a absolvição, a penitência e ir em busca de indulgências plenárias e parciais. Todas as indulgências não são de mais para pecados graves daqueles que dão a sensação de se ter frequentado o Céu.

Apostila – O Diário Ateísta, dada a frequência com que os crentes resolveram visitá-lo, vai procurando lembrar-lhes a boa doutrina e adverti-los dos riscos que a salvação da sua alma corre se, em vez dos sacramentos, que são chatos, passam a cometer pecados, que são divinos.