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O bispo e a co-incineração

D. Albino Cleto, bispo de Coimbra, sucessor do casto e piedoso bispo resignatário D. João Alves, lamentou ontem que surgisse «de novo a co-incineração» para eliminar os lixos e resíduos tóxicos. Acrescentou ainda que «a solução não pode ser política, tem que ser científica e com respeito pelas populações».

Que eu saiba a co-incineração era a solução mais correcta em termos ambientais e a mais económica quando, por motivos políticos, foi recusada por todas as bancadas da oposição, incluindo os deputados do PS por Coimbra. Três anos depois nada se fez para resolver um gravíssimo problema de saúde pública – a eliminação dos lixos e resíduos tóxicos.

Durante este tempo não vi Sua Excelência Reverendíssima preocupado com os lixos, talvez ocupado com o destino das almas. Fico sem saber se a posição do bispo se deve a uma forte convicção com apoio científico ou se a co-incineração lhe desagrada pelo facto de a ICAR ter maiores tradições na incineração dedicada…ao castigo de relapsos, blasfemos, judeus, bruxas e outros.