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Mais alguns dados sobre a Igreja católica e os judeus

Pio XII excomungou todos os comunistas do mundo em 1949 e nem um único nazi, nem o próprio Hitler que nasceu católico. Em Agosto de 1943 ainda Pio XII exortava as autoridades italianas para manterem as leis raciais, leis que na Eslováquia serviram para deportar judeus para Auschwitz com a cumplicidade da igreja católica autóctone.

Daniel Golhagen cita Guenter Levy: «A partir do momento em que Hitler subiu ao poder, todos os bispos alemães começaram a afirmar a sua apreciação pelos valores naturais importantes de raça e pureza racial».

O racismo dos alemães foi responsável pelos massacres em que, juntamente com croatas, lituanos, eslovacos e outros católicos se esmeraram. E a ICAR, que tanto se alheou da sorte dos judeus, não se esqueceu, no fim da guerra, de ajudar a fugir à justiça os carrascos. Até Eichmann, que era protestante, resolveu inscrever-se como católico, no seu recente passaporte, para agradecer aos padres que lhe facilitaram a fuga, em segurança, para a Argentina.

Na Alemanha o bispo militar católico Franz Justus Rarkovski, líder espiritual dos padres incorporados na Wehrmacht era profundamente nazi. Em compensação os crucifixos eram autorizados nas escolas nazis. Os bispos e padres católicos (e também protestantes) mandaram fazer a investigação genealógica, sem protestos ou hesitação, para servir de orientação para a solução final idealizada por Hitler.

A Eslováquia e a Croácia foram os países onde os bispos e padres católicos mais se empenharam a apoiar os assassínios em massa de judeus. Na Eslováquia, os bispos católicos emitiram uma carta pastoral dirigida a toda a nação justificando a deportação de todos os judeus para a morte. Ninguém repreendeu o presidente – padre Josef Tiso, que pregava aos eslovacos que constituía «um acto cristão expulsar os Judeus de modo a que a Eslováquia pudesse libertar-se das “sua pragas”». Acabou executado, pelos crimes cometidos, em 1947. O cardeal August Hlond, o chefe da ICAR polaca, em Fevereiro de 1936, emitiu uma carta pastoral «Sobre os princípios da moral católica» onde se lia que, «Enquanto os judeus continuarem a ser judeus, existe e continuará a existir um problema judaico…»

Os chefes da ICAR lituana «proibiram os padres de ajudar os Judeus fosse de que forma fosse». Pio XII nunca repreendeu padres-carrascos e apoiou Mussolini, que cometeu assassínios em massa. Os bispos eslovacos esperaram até 1943, quase um ano após as deportações dos judeus, com as brutalidades a serem bem conhecidas para emitir uma carta pastoral contra a deportação e isto porque a guerra estava a correr mal aos alemães. Mesmo assim, mandaram que fosse lida em latim.

Nos primeiros dias de Maio de 1945, o cardeal da Alemanha, Bertram, ao saber da morte de Hitler, não quis abandoná-lo, ordenando que em todas as igrejas da sua arquidiocese fosse rezado um requiem especial, nomeadamente «uma missa solene de requiem em lembrança do Führer».