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Alguns dados sobre a mercearia dos milagres

Pio XI bateu todos os antecessores ao criar 27 santos e 41 beatos. Pio XII acabou por suplantá-lo no que se refere aos santos, mas foi com JP2 que a ICAR se lançou na criação em série, dando início a uma indústria moderna. Nem os honorários dos médicos, avençados para autenticarem milagres, o tolheram. No dia 25 de Abril último ia em 477 santos e 1337 beatos a produção, dos quais só 3 couberam a Portugal.

28 santos e 56 beatos é o número total de portugueses habilitados a intercederem junto de Deus na obtenção de favores a troco de orações, géneros ou dinheiro. No entanto os próximos milagres vão ser obrados pelos 31 candidatos que se encontram em lista de espera.

Os negócios da fé vão bem. Soem florescer nos períodos de depressão e Portugal está a importar mão de obra especializada para obstar à falta de vocações autóctones. A criação de santos e beatos insere-se numa política de captação de recursos humanos.

As preces para conversão da Rússia são hoje orientadas para despertar vocações e já pouco se usam para prevenir tremores de terra ou, sequer, trovoadas – uma especialidade outrora exercida por Santa Bárbara. Há imensas vagas no sector terciário (o dos terços) à espera de jovens do sexo masculino, de preferência castos, para se estabelecerem por conta própria em paróquias vagas.