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O kitsch religioso da semana

O kitsch protestante tem uma propriedade invulgar… Está livre de um certo dogmatismo estético, que no catolicismo romano revolve à volta das imagens.

O que não é de estranhar…

Afinal, o catolicismo é o herdeiro das práticas das religiões do antigo império, e uma das instituições mais profundas de qualquer lar romano, era o de incluir na sua casa um pequeno santuário para os deuses familiares. Ainda hoje, na casa de um católico de elite, podemos encontrar o pequeno espelho com raios radiais, colocado num canto qualquer da casa, a representar o espírito santo, ou as imagens de santos no quarto do casal (para abençoar a fecundidade do casal, a boa sorte da casa ou para ter no quarto a presença do sagrado, para acalmar os espíritos. Isso já dependerá dos problemas do crente).

Reminiscências culturais de um passado profundo…

A proibição de imagens no protestantismo, misturado com o fino sentido de iniciativa empresarial que alberga, trouxeram grandes inovações. Para o protestantismo americano, influenciado pelos sixties e pela noção de que “onde houver um grupo, há um dólar para se ganhar”, criaram o fenómeno do “estilo de vida cristão”…

E eis aqui a última novidade na moda protestante de verão… O crente pode gozar a praia e ao mesmo tempo dar testemunho.

O irónico é que nada disto é novidade…

Já na antiga Atenas, as prostitutas de rua, as chamadas Pornai, andavam com sandálias que deixavam a mensagem “Siga-me” no chão, com o objectivo de arranjar clientes.

O que as pessoas fazem para chamar a atenção… E para arranjar novos clientes…