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A Senhora de Fátima queixou-se a um redactor do «Diário de uns ateus»

Há dias estava a documentar-me sobre a história do ouro nazi e ouvi uma voz. Não duvidem. Enquanto lia, ouvi coisas mais sensatas e verosímeis do que a Irmã Lúcia:

«Não fiques admirado. Isto é a ponta do iceberg. Já te esqueceste que foi o papa João XXIII que retirou ao substantivo judeu o adjectivo pérfido que inevitavelmente o precedia?

Por que pensas que durante 2 mil anos se responsabilizou todo um povo por aquilo que alguns antepassados fizeram e cuja culpa foi principalmente dos romanos?

O ódio foi um sentimento que o meu Filho condenou e, como sabes, era judeu. Perdoou mesmo aos que o mataram. Mas o anti-semitismo, que também alimentou o nazismo, não foi, nem é, um sentimento. Foi a fonte de rendimento que alimentou a concupiscência eclesiástica.

A Inquisição, a que chamaram Santo Ofício, nem se lembrava do meu Filho quando queria confiscar o ouro dos judeus e, por isso, os queimava. Só me surpreende que o vil metal quando é dado por peregrinos de Fátima, em horas de aflição, passe a chamar-se cascalho!

Não esperes que o reitor do santuário ou o Bispo de Leiria ou o Papa venham esclarecer este assunto. É por isso que ficam impunes aqueles que se apropriam, e não são poucos, do ouro do santuário. Nem sequer são denunciados às autoridades. Pudera!

Sabes, há sempre quem se aproveite das minhas aparições e distorça o que eu digo, em proveito próprio. Estou mesmo a pensar não voltar a aparecer. Nem calculas a vergonha que senti em viajar num carro da Legião Portuguesa, lembras-te? Foi motivo de muitas lágrimas.”

Não posso garantir que não tenha sido uma visão. E quero partilhá-la com o «Diário de uns ateus».