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Quem mente? Quem engana? Não é um ateu certamente…

Veio a público, que a organização Juntos pela vida, que faz parte do movimento anti-aborto sancionado pela ICAR, tem distribuído folhetos entre as crianças de vários estabelecimentos de ensino, nomeadamente em colégios católicos.
O conteúdo dos folhetos é aparentemente chocante, demonstrando até que ponto, estão os apoiantes do movimento anti-aborto, dispostos a ir, para criar nas «futuras elites» do país, um terreno fértil para a sua influência.

Aliás, bastará aceder à pagina do movimento Juntos pela vida para descobrir todo um entulho pseudo-científico, de artigos, estudos e citações que transformam o aborto na causa de todos os problemas do mundo, desde o cancro da mama, à violência doméstica. É característica dos «cruzados» não olharem aos meios para atingirem os fins.


A imagem que foi utilizada nos folhetos, faz parte de um mito urbano que corre na internet, há já 3 anos… Trata-se do artista chinês Zhu Yu, que numa exposição de arte «choque» intitulada «Comendo pessoas», se auto-retratou a comer um «feto», que na realidade não passa de um pato assado com a cabeça de um boneco.


Na China comunista, nas fomes dos anos 60, suspeita-se que tenham sido comidas crianças, bem como estranhos que passavam nas estradas das aldeias. Mas a fonte mais persistente das histórias de canibalismo fetal chinês, é ironicamente uma religião. O Taoismo defende que para se obter saúde e longevidade é necessária a maior variedade possível de alimentos. Esse princípio naturista formou uma das características da culinária chinesa, que é o uso de uma extensiva variedade de alimentos e carnes, e que no passado, até incluía carne humana… (Numa ironia da natureza, foi exactamente este comportamento , que permitiu a entrada do vírus da pneumonia atípica nos seres humanos…).

Hoje, o canibalismo na China continental, bem como em Taiwan é proibido e sancionado pela lei.

Tal é do conhecimento público.

Utilizar uma imagem daquelas, carregada da carga emocional que lhe está associada, sem um aviso, ou com o objectivo de demonstrar o absurdo ou o mau-gosto, mas com a intenção de enganar, só demonstra a falta de ética científica (de que se reclamam…) bem como falta de rigor intelectual e de honestidade…



É caso para perguntar: Quem come quem?



Distribuí-las entre crianças, demonstra ou uma ingenuidade gritante, ou uma estupidez congénita ou uma vontade maléfica de manipular pelo trauma as mentes expostas na sala de aula.

Justificando-se, o Padre Jerónimo Gomes afirma que «as imagens não são chocantes» e argumenta que «tudo se pode dizer (às crianças) desde que seja científico e de maneira simples»

Científico não é. E a simplicidade é enganadora….

O Padre Jerónimo Gomes defendeu-se, dizendo que o folheto era aprovado pela hierarquia da igreja, na figura do Padre Feytor Pinto. Este negou-o publicamente, dizendo que só «aceitava a inclusão do folheto nas pastas distribuídas no Encontro Nacional da Pastoral da Saúde».

Quem mente? Os dois? Ou um, duplamente…

Portugal Diário: Notícia do folheto


Público: A «reacção» do Padre Feytor Pinto


As fotografias usadas no folheto ( ATENÇÃO – Imagem susceptível de causar repulsa. )


O mito urbano desmontado