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Belo poema de um ateu

A (DES)VELADA (poema)

Ai, quem me dera fornicar com uma muçulmana velada…

em trâmite para desvelada…

em trânsito de que promana…

para a ideia ateia…

Persuadi-la… primeiro… da inânia do islâmico vespeiro…

Convencê-la… segundo… da inópia das religiões do mundo…

E vê-la… e vê-la… terceiro… saindo da ominosa ameia…

fruindo o luminoso carreiro…

da ideia ateia…

Ah, quem me dera postarmo-nos nus… nós… nos nossos amplexos

íntimos… sentir-te!

Entregarmo-nos à languidez meiga dos corpos… envolver-te!

Prazer-me com o fulgor amável da tua boca…

o titilar suave da tua língua… beijar-te!

Sentir a placidez da tua mão…

da tua mão morna e boa…

da tua mão-descobridora…

da tua mão-carícia…

da tua mão-propagadora…

da tua mão-blandícia…

senti-la!

Afagar o teu peito com perfeito jeito de preito… senti-lo!

Percorrer a tua cálida e lábil vulva… senti-la!

Sentir-te…sentir-te… minha querida muçulmana, em vias de o deixares

de ser…

Vasculhar-te… acariciar-te… abraçar-te… beijar–te…

entrelaçarmo-nos!

Sentir o teu corpo dulciolente… a tua mão dulcífera… afagando-me

dulcifluamente… em ambiente dulcilucente!…

Afeiçoarmo-nos numa duidade apaixonante…

apreendermo-nos na pulsão do imo… testa a testa… cara a cara… boca a

boca… corpo a corpo… sentir-te, minha querida desvelada… sentirmo-nos!

Custóias, 25 de Dezembro de 2003

João Pedro Moura