25 de Novembro, 2004 Palmira Silva
De volta ao Genesis
Uma pesquisa divulgada pela CBS indica que cerca de dois terços dos americanos deseja que o criacionismo seja ensinado nas escolas como alternativa ao evolucionismo. Na realidade 37% dos americanos quer mesmo que o ensino do criacionismo substitua o evolucionismo nos curricula escolares.
A pesquisa indica ainda que a maioria dos americanos acredita que Deus criou os homens na sua forma actual e dos restantes, que aceitam a evolução do Homem, apenas 13% diz que não houve envolvimento de Deus no processo.
Os resultados deste estudo, para além de preocupantes, são inesperados na nação onde a investigação científica e o desenvolvimento tecnológico subsquente, nomeadamente a nível das biotecnologias, são considerados os mais avançados do mundo. Constituem também razão de reflexão para a comunidade científica que aparentemente falhou na passagem da sua mensagem para a população em geral. O criacionismo é completamente absurdo, sem qualquer base científica e as pretensões dos pseudo cientistas que o divulgam muito fáceis de desmascarar. Por exemplo, as fantasias que a Terra tem apenas seis mil anos, que o Grand Canyon foi formado num dia como consequência do dilúvio ou que os homens coexistiram com os dinossauros, como é afirmado no parque temático Dinosaur Adventure Land na Flórida.

Ao conciliar a concepção da permanência e da unidade, em aparente contradição com as evidências de mudança e de diversidade observadas, fundamenta-se então a unidade da matéria e a sua conservação. Mas até aqui a dualidade foi expressa em termos do móvel em oposição ao imóvel. A partir de Democritus e especialmente de Epicurus esse dualismo inscreve-se como «matéria»/«vácuo» com base na concepção da unidade fundamental: os átomos. Estes seriam indivisíveis e em si mesmos imutáveis, embora a alteração da sua posição relativa produzisse uma grande diversidade de fenómenos. Estes átomos difeririam em tamanho e em forma, e apresentariam uma constituição interna sólida e homogénea.