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Categoria: Islamismo

26 de Março, 2008 Mariana de Oliveira

Líbano proíbe filme de animação

O filme de animação «Persépolis», criticado pelo retrato que faz da Revolução islâmica, não vai ser exibido no Líbano, de acordo com um responsável do ministério do Interior.Uma fonte anónima do governo indicou que o filme desagradou ao chefe da Segurança geral, um elemento próximo do movimento xiita Hezbollah.

«É claro que o chefe dos serviços de segurança, o general Wafiq Jizzini, próximo do Hezbollah, não quer autorizar este tipo de filme, que, segundo ele, dá uma imagem do Irão pior do que a vigente ao tempo do Xá», disse.

«Persépolis», prémio do júri ex-aequo no Festival de Cannes 2007 e nomeado para os Óscares de 2008, baseia-se na banda desenhada homónima da franco-iraniana Marjane Satrapi.

O filme mostra a repressão sob o regime do Xá mas também a coacção social, as detenções e as execuções dos anos que se seguiram à Revolução islâmica liderada pelo ayatollah Khomeiny.

A natureza rebelde da heroína e os seus problemas com as autoridades obrigam-na a deixar o seu país.

O filme foi condenado pelo governo do presidented Mahmoud Ahmadinejad como «islamófobo» et «anti-iraniano», mas uma versão censurada da obra chegou a ser várias vezes exibida nas salas de cinema iranianas.

24 de Março, 2008 Mariana de Oliveira

Filme anti-Islão suspenso

Foi anunciada, no passado dia 23, a suspensão do site em que o deputado holandês de extrema-direita, Geert Wilders, ia divulgar o seu filme anti-islâmico.

Não morro de amores pelo islâmismo, assim como não morro de amores por qualquer outra religião. No entanto, reconheço que a liberdade de culto e de religião são valores fundamentais intrínsecos a qualquer Estado de Direito Democrático e, como tal, devem ser defendidos por todos. Ora, apesar de alguns adeptos do islamismo não serem, como todos sabemos, defensores da tolerância e da liberdade religiosa, não podemos, como sociedade que se quer livre e esclarecida, dar cobertura a ideias discriminatórias, sob pena de cairmos nos mesmos erros que criticamos.

A liberdade de que gozamos implica tolerância e respeito pelo próximo. Obviamente que não implica que não discutamos nem critiquemos as posições contrárias às nossas. É essencial que tratemos os nossos opositores com todo o respeito e tolerância com que queremos ser tratados. Isto é uma regra elementar da boa convivência social.

Mensagens de ódio e de preconceito – como as veiculadas pelo vídeo acima mencionado – apenas tornam qualquer troca de ideias infrutífera e pioram o problema da compatibilização da religião (islâmica, neste caso) com a sociedade.

23 de Março, 2008 Ricardo Alves

Vaticano confirma: Bin Laden foi injusto

Conforme eu já afirmara, o repúdio do Vaticano pela liberdade de expressão sempre foi inquebrantável, e portanto as acusações de Bin Laden foram injustas. É a própria sala de imprensa do Vaticano quem agora recorda que o Papa esteve do lado do islamismo durante a crise dos cartunes:

  • «O Papa e o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso censuraram a campanha satírica contra o Islão em mais de uma ocasião» (Zenit).
21 de Março, 2008 Carlos Esperança

Bin Laden – terrorista beato

Volto ao tema já abordado pelo Ricardo Alves.

Bin Laden, um beato criminoso e contumaz, não renuncia à obsessão pia de destruir a laicidade que assegura a democracia, a liberdade religiosa e os direitos humanos. Para o grotesco islamita só conta a vontade de Maomé, de acordo com a sua exegese do Corão. Direitos humanos, igualdade de género, liberdade individual e modernidade são detalhes que é preciso erradicar, para gozo do Profeta, porque não são direitos, são sintomas de declínio da fé.

O fracasso da civilização árabe, na sua incapacidade para criar algo de bom ou útil no seu ocaso, transformou a frustração generalizada de populações tribais em beatos que encontraram na religião e na língua árabe os traços de identidade, habilmente dirigidos para o ódio aos infiéis. Foi assim que o perigoso delinquente se transformou num herói que faz suspirar a rua islâmica.

A Europa, acobardada perante os clérigos, esquece as guerras religiosas que a laceraram no passado, cede à reclamação de privilégios e à apropriação do poder por vários credos enquanto descura a vigilância das instituições democráticas.

As acusações feitas a Bento XVI, a respeito das caricaturas de Maomé, além de falsas, são um ataque aos princípios democráticos e ao espírito de tolerância. Não podendo o Papa defender-se, por falta de pergaminhos democráticos, é obrigação dos europeus reagirem às acusações falsas e ameaças intoleráveis.

Na Europa das Luzes a publicação de caricaturas é um direito, independente dos gostos e das crenças que incomodem. O vídeo de Bin Laden ofendeu-me e, nem por isso, deixo de me bater para que a comunicação social tenha o direito de o exibir. É a liberdade que as religiões suportam mal e os clérigos execram.

Se hoje cedermos nas caricaturas, amanhã abolimos o álcool, depois proibimos o porco e acabamos a lapidar mulheres, a degolar hereges e a decapitar os membros aos ladrões, com cinco orações diárias e uma peregrinação a Meca.

Enquanto se confundirem as práticas medievais do Islão com características culturais, corremos o risco de não saber distinguir a civilização da barbárie, a democracia da fé e a liberdade do direito canónico.

21 de Março, 2008 Ricardo Alves

As freiras já podem ir à praia do Meco

Há uma empresa holandesa que já vende para Portugal o «burquini», um fato de banho de acordo com os preceitos islâmicos, e que portanto cobre todo o corpo à excepção dos pés, das mãos e da cara.

Sabendo que o Diário Ateísta é o blogue mais popular em conventos e seminários, deixamos aqui a informação, esperando que seja útil às freiras que na próxima estação balnear se queiram deslocar a esses antros de perdição que são as praias lusitanas.

20 de Março, 2008 Ricardo Alves

Bin Laden contra Ratzinger?

O mais influente líder religioso do mundo, Ossama Bin Laden, divulgou ontem uma mensagem em que implica o seu competidor Joseph Ratzinger numa alegada «cruzada» contra o Islão que utilizaria essa temível arma que são os desenhos de Maomé.

Não me custa sair em defesa (apenas desta vez, garanto-vos), do Papa dos católicos. Efectivamente, em boa verdade vos digo, o Vaticano não pode ser acusado de cumplicidade na publicação de caricaturas de Maomé, pela simples razão de que sempre foi contra a dita publicação. Recordemos:

  1. O Vaticano afirmou oficialmente que «a liberdade de expressão não pode implicar o direito de ofender os sentimentos religiosos dos crentes»;
  2. Os porta-vozes locais da ICAR pelo mundo fora repetiram essa mesma ideia (incluindo o portuga José Policarpo).

Portanto, Bin Laden e Ratzinger deveriam dar-se as mãos e unir-se nos valores que partilham: o repúdio pela liberdade de expressão, o desprezo pelas mulheres emancipadas, o ódio à democracia e à laicidade, a promoção da autoridade clerical, e a opressão da humanidade por preceitos anacrónicos.

Como afirma Bin Laden, com uma clareza pouco usual, «as publicações desses desenhos» foram mais graves do que «o bombardeio de modestas aldeias que desabaram sobre as  nossas meninas». Policarpo já dissera algo semelhante, quando afirmou que «todas as expressões de ateísmo (…) continuam a ser o maior drama da humanidade». Para o clero islâmico e católico, são as ideias das pessoas e os desenhos que fazem que são graves ou dramáticos.

Farinha do mesmo saco. Abraâmico.

20 de Março, 2008 Ricardo Alves

Jovens iraquianos fartos da religião

  • «Odeio o Islão e todos os clérigos porque limitam a nossa liberdade todos os dias e a instrução deles tornou-se pesada sobre nós» (Sara Shami, estudante do liceu em Basra, Iraque)

Segundo esta reportagem, cinco anos de guerra no Iraque, com os seus conflitos entre comunidades religiosas e os seus fanáticos integristas, mostraram a boa parte dos jovens iraquianos que a religião, quando assume um papel político, se torna um problema difícil de controlar. Depois dos atentados (suicidas ou não), das raparigas castigadas por usarem saias ou não usarem o véu, depois de as milícias religiosas ordenarem em cada aldeia e subúrbio as suas regras medievais, a juventude iraquiana desgostou-se dos barbudos e do seu livro sagrado. Há esperança no meio dos escombros.

  • «Os homens religiosos são mentirosos. Os jovens já não acreditam neles. Os rapazes da minha idade já não estão interessados em religião.» (Atheer, 19 anos, sul de Bagdade)
17 de Março, 2008 Carlos Esperança

As eleições no Irão

A União Europeia considera que «as eleições no Irão não foram livres ou justas». Não sei onde está a surpresa se se excluir o facto de costumar ser Bush e não a Europa a decidir quando são justas, bem como quais são os países do Eixo do Bem ou do Eixo do Mal e qual a época em que autoriza transferências.

Onde o poder é de origem divina jamais pode ser exercido sem intermediação do clero. O Conselho de Guardiães encarrega-se de impedir a candidatura de qualquer suspeito de desvio à ortodoxia. A teocracia é a antítese da democracia e no Irão o poder reside no Guia Supremo da Revolução, o imã Ali Khamenei. É este biltre que manda, segundo os princípios islâmicos e constitucionais da hegemonia do poder religioso.

As eleições parlamentares são uma farsa para aumentar o seu poder pessoal. Os 290 deputados são figurantes experientes em jejuns e orações, escolhidos pela fidelidade pessoal e religiosa.

Este bando de fanáticos vai manter a provocação nuclear e a ditadura religiosa enquanto a crise económica se agrava. A juventude, apesar da brutalidade da repressão, revolta-se e é torturada e assassinada pela polícia religiosa. Pode nascer aí a alteração à correlação de forças com o banho de sangue que se adivinha.

Estas eleições foram um exercício de aquecimento para a grande batalha que se travará nas presidenciais de 2009. Curiosamente, apesar do esforço do clero para o disfarçar, a abstenção foi elevada. Hoje a informação circula com rapidez. As antenas parabólicas mostram que há mais mundo para lá das cinco orações diárias e da proibição de urinar virado para Meca.

Quando os iranianos urinarem à vontade os velhos imãs recolhem ao regaço das virgens que os esperam no paraíso. Até lá, é mais uma violenta ditadura religiosa que persiste e um perigo para a paz que se prolonga no tempo e se agrava todos os dias.

13 de Março, 2008 Carlos Esperança

Mais um crime religioso

«El arzobispo caldeo (católico) de Mosul, Boulos Faray Raho, ha sido asesinado por sus secuestradores y su cadáver ha sido encontrado hoy con varios disparos en la cabeza en una carretera cerca de Mosul (400 kilómetros al norte de Bagdad), según han dicho fuentes policiales».

Fonte: EFE (Bagdade)

Entretanto, a Alemanha vai dar aulas de religião islâmica.