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Categoria: Islamismo

11 de Agosto, 2013 Carlos Esperança

Na celebração dos 25 anos da Al-Qaeda – A fé é um direito. E a religião?

Quando a Al-Qaeda celebra 25 anos de fé e terrorismo, com o Paraíso a abarrotar de virgens que esperam suicidas dementes, é legítimo pensar se, à semelhança do que a Alemanha legislou contra a propaganda nazi, não fará sentido conter a do Corão cuja ideologia rivaliza com Mein Kampf.

A alegada bondade das religiões e o espírito pacífico do Islão não resistem à letra e ao espírito dos livros sagrados nem ao historial sangrento das guerras religiosas. Não foi à clarividência dos exegetas que ficou a dever-se a interpretação benigna da Bíblia, foi à Reforma, ao Iluminismo e à Revolução Francesa. Onde o poder eclesiástico se consegue impor mantêm-se constrangimentos autoritários de sabor medieval, seja em Timor, nas Filipinas, na Hungria ou na América do Sul.

O proselitismo demente do protestantismo evangélico americano tanto pôde conduzir ao assassínio de médicos e enfermeiros de clínicas de aborto como à invasão do Iraque.

O que modera a agressividade dos desvarios da fé é o Estado de direito e a laicidade. No dia em que a religião, qualquer religião, dominar o aparelho de Estado, a democracia vai de férias e instala-se a teocracia. Não se pode esquecer que os Estados modernos foram erguidos contra o poder da Igreja. A Itália só existe porque os patriotas não temeram a excomunhão nem os exércitos papais.

O Islão não teve, infelizmente, a sua reforma. Nas madraças começa a fanatização das crianças e nas mesquitas apela-se ao ódio e à guerra santa, com os crentes genufletidos e virados para Meca.

Não há no Islão lugar para a coexistência entre o agnosticismo e a vida, a laicidade e o pescoço, o livre-pensamento e o direito de existir. O medo, o constrangimento social e o aviltamento da mulher acompanham as decapitações, vergastadas públicas e lapidações com que os clérigos imaginam extasiar o Profeta e fazer Alá babar-se de gozo.

Os países de mais sólidas raízes democráticas são herdeiros do direito romano que tem características civilistas, enquanto o direito helénico é de natureza política e o árabe de raiz teocrática.

As repetidas ameaças da rede terrorista Al-Qaeda são incompatíveis com a benevolência com que a Europa assiste à pregação do ódio nas mesquitas.

Respeitar e defender o direito à crença, à descrença e à anti crença é igual ao dever de vigiar, deter e fazer julgar pelos tribunais quem incite ao ódio, à violência e à xenofobia. Trata-se de fazer cumprir as leis e as constituições dos países democráticos, sem excluir as religiões que se julgam com direitos especiais.

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28 de Julho, 2013 Carlos Esperança

EGIPTO: Reflexões sobre o golpe de 3 de Julho…

Por

E – Pá

 Anteontem, novos e violentos confrontos assolaram o Egipto provocando muitas vítimas e lançando o País numa perturbadora confusão que se intensificou desde que um golpe militar interrompeu mais uma ‘deriva islâmica’ no Norte de África. link

Independentemente de aspectos formais relativos à ‘normal’ eleição deMorsi, enquanto candidato da Irmandade Muçulmana pelo Partido Justiça e Liberdade e que revelaram, mais uma vez e cedo, a capacidade de perverter à posteriori a essência democrática que procura a sua legitimação no voto e num programa político o que o processo em curso nos revelou foi o início de uma deriva para um ‘regime islâmico’ (onde a Democracia é a primeira das vítimas).

O exercício que se impõe fazer é compreender o que parecendo comezinho poderá estar por detrás da actual situação a influenciar os mais recentes acontecimentos.

Na verdade, a Irmandade Muçulmana apareceu ‘suavemente’ na ‘revolta egípcia’ que depôs Mubarak pretenso ‘sucessor’ do pan-arabismo Baas que inspirou Nasser. A queda de Mubarak que ficou a dever-se às manifestações de revolta públicas, aparentemente sem nítida direcção política, mas poderosas e impressionantes no capítulo da potencialidade de movimentação política. Concomitantemente, o vitorioso desfecho da rua provocou profundas dissensões no aparelho militar que não conseguiu impor aos ‘revoltosos da praça de Tharir‘ uma solução congeminada entre os altos comandos e o deposto Mubarak – o Conselho Supremo das Forças Armadas.

De facto, as Forças Armadas, ‘obrigadas’ pelas circunstâncias a alinhar num projecto complexo e confuso de democratização do Egipto ficaram, depois do último acto eleitoral ganho por Mohamed Morsi, numa posição desconfortável. E cedo começaram as intrigas, as retaliações e as movimentações contra a estrutura militar dirigente e contra os tribunais.

A Irmandade Muçulmana terá a nítida percepção de que precisa de começar por domesticar para depois ‘comandar’ – segundo as suas leis – o maior exército de África (muito próximo do meio milhão de efectivos). A acção política visível da Irmandade Muçulmana assenta no largo conceito de ‘assistencialismo islâmico’ que é suportado pela manutenção e desenvolvimento de uma intrincada rede de assistência social, educativa e sanitária aparentemente ‘neutra’ mas politicamente comandada por princípios religiosos (inflexíveis e dogmáticos) que não demoram muito tempo a revelar-se. Esta ‘rede assistencialista’, enquanto a Irmandade esteve interdita de actuar na sociedade egípcia (tempo de Mubarak e antecessores), foi sub-repticiamente ganhando força (conseguiram como ‘independentes’ 20% dos votos nas eleições de 2005) e esta organização cresceu (e sobreviveu) à custa de dinheiros árabes e dos seus militantes tornado possível cobrir – na clandestinidade – uma significativa parcela da população (provavelmente muito acima dos 20% eleitoralmente revelados em 2005).

A extensão dessa rede dando-lhe uma dimensão nacional e um estatuto universalista necessário para ‘sossegar’ os fiéis islâmicos (crentes na providência divina) e outros (coptas, p. exemplo) arrasta consigo sérios problemas de sustentabilidade financeira.

E, então, coloca-se uma questão crucial: onde arranjar esse dinheiro?

– Obviamente que a ‘solução’ passa pelas Forças Armadas egípcias.

Esta imensa corporação domina vastas e estratégicas áreas económicas como foi recentemente revelado pela Wikileaks. São um exemplo único de um ‘Exército/Empresa’ capaz de ‘representar’ cerca de 50% do PIB egípcio. Trata-se de uma enorme holding fortemente armada. Estas ‘qualidades’ colocaram as Forças Armadas na mira da Irmandade Muçulmana tornando indispensável o seu controlo para sustentar, financiar e levar a bom porto a acção político-religiosa.

Resumindo: a Irmandade Muçulmana já vencedora no campo eleitoral aparece interessada no controlo hegemónico da economia egípcia instrumento necessário para financiar as suas políticas. As Forças Armadas tratando-se de um grande empório económico não se deixam expropriar porque ficam sem garantias quanto à sobrevivência e à manutenção do status quo (privilégios e mordomias) da corporação militar.

Daí o golpe de 3 de Julho que aparece à luz do dia apoiado por forças estranhas a este diferendos primários: a oposição liberal e laica, onde a heterogeneidade campeia.

O desfecho é, também, previsível: Num país maioritariamente islâmico (sunita) um dia haverá um acordo, uma partilha que encaixe no mesmo barco as Forças Armadas e os movimentos islâmicos que se acoitaram na sombra da Irmandade.

E quem será excluído?

– Os liberais e as correntes laicas que agora aparecem ao lado dos militares sem controlar os seus desígnios.

A História tem destas particularidades. Nem sempre os lutadores, uma vez vitoriosos, conseguem distribuir a vitória por todos e permanecer no terreno a liderar as mudanças qualitativas que protagonizaram.

Há sempre ‘alguém’ que, apesar de gostar de actuar na sombra, aparece a apropriar-se, a expropriar… a (re)tirar dividendos.

21 de Julho, 2013 Carlos Esperança

O Islão no seu labirinto

Islamismo político enfrenta o seu mais severo teste com golpe de estado no Egito

A implosão de Morsi, retirado do governo, abalou a Irmandade Muçulmana no país.

Cairo – Não foram apenas as tumultuosas multidões da praça Tahrir que saudaram a implosão de Mohammed Morsi e do islamismo político convencional no país mais populoso do mundo árabe. Enquanto o golpe de estado se desenrolava no Cairo, o presidente sírio Bashar Assad praticamente dançava sobre sepultura da Irmandade Muçulmana.

Diário de uns Ateus – O Islão vive o paradoxo de ter uma democracia que suspende os direitos humanos ou uma ditadura que suspende a democracia.

12 de Julho, 2013 Carlos Esperança

O perigo dos Irmãos Muçulmanos

O Islão não é um problema religioso, é uma questão política e, em última instância, um caso de polícia.

No pântano da fé, cujo primarismo dos 5 pilares atrai cada vez mais seguidores, há uma força – os Irmãos Muçulmanos – que se vem impondo politicamente em vários países, do Egito, onde são a causa do caos e também vítimas, até à Turquia, que a Europa e os EUA tratam com estranha benevolência.

A Europa pagou com imenso sangue a demência da fé e a origem divina do poder. Só a partir da sangrenta Guerra dos 30 Anos conseguiu libertar-se da crença imposta à força. E só a na década de 60 do século passado o Concílio Vaticano II acabou por reconhecer a liberdade religiosa pela Igreja católica, liberdade que Bento XVI nunca digeriu.

Enquanto a Declaração Universal dos Direitos Humanos não se sobrepuser à vontade de qualquer Deus, não há liberdade e felicidade a que algum homem, e sobretudo mulher, possa aspirar.

Reitero que o Islão é um caso político e como tal deve ser tratado. Não é impedindo os crentes de rezarem cinco orações diárias, de se virarem para Meca ou de viajarem com o tapete, que se resolve o problema. É reprimindo os pregadores do ódio nas madraças e nas mesquitas e, sobretudo, entravando a imposição, a quem não queira, de fazer jejum ou de prescindir do presunto e da cerveja.

O argumento da tradição é uma monstruosidade que justifica as piores afrontas.

10 de Julho, 2013 Carlos Esperança

Ex-muçulmanos contra o islão

Por

Kavkaz

Este sábado, dia 6 de Julho de 2013, surgiu em França uma nova organização social. Cerca de 30 muçulmanos fundaram o “Conselho de ex-muçulmanos da França”.

O objectivo principal desta organização é a luta dos que abandonaram a sociedade islâmica pelo direito a serem ateus e a criticar o islamismo. “Nós representamos um grupo de ateus e não religiosos que, por diversas vezes, sofreram ameaças e muitos de nós foram presos por blasfémia”, disse um dos constituintes do Conselho.

O símbolo do movimento é François-Jean Lefebvre de La Barre, um jovem aristocrata francês de 21 anos, que foi enforcado em 1 de Julho de 1766 pelo regime judiciário francês “por cantar canções zombeteiras à passagem de procissões”. Este acontecimento serviu de pretexto aos militantes revolucionários para tentarem desacreditar o regime monárquico e a religião católica.

O blogger palestiniano Waleed Al-Husseini é o herói e fundador deste Conselho que esteve preso vários meses em 2010 por acusação de blasfémia na internet. Entre os membros do Conselho estão ex-muçulmanos emigrados de Marrocos, Argélia, paquistão, Irão, Senegal e outros países.

O emblema da organização é o contorno do país onde se encontram, a França, com meia lua vermelha inserida e as letras EX. Existem conselhos idênticos na Alemanha e na Grã-Bretanha.

Os ex-muçulmanos têm a sua página no Facebook: “Conseil des Ex Musulmans de France”.

É uma vitória para os ateus, os livres pensadores, os humanistas, para os ex-muçulmanos que decidiram tomar a posição da razão, dos direitos humanos, pela laicidade.