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Categoria: Islamismo

14 de Fevereiro, 2015 Carlos Esperança

Dos Budas do Afeganistão ao Estado Islâmico

Há cerca de 14 anos, num país assolado pela miséria, minado pelo fanatismo, devastado pela guerra, as mulheres foram proibidas de aceder à educação e à saúde, compelidas a observar os mais rigorosos preceitos islâmicos e a renunciar aos direitos mais básicos, com frequência à própria vida.

Aconteceu num país com uma cultura antiquíssima, outrora pujante, onde o poder foi tomado pelos célebres estudantes de teologia, vulgo talibãs, que logo destruíram dois budas gigantes esculpidos em pedra nos séc. II e V (e. v.) com mísseis e espingardas automáticas para que não viessem adorar-se falsos ídolos que “insultam o islamismo”. Foi no Afeganistão.

Em todos os tempos e em várias religiões houve selvagens que entenderam que os livros diriam o mesmo que o livro sagrado, e seriam inúteis, ou diziam coisas diferentes e eram prejudiciais.

A inteligência, a cultura e a sensibilidade não são apanágio de uma só cultura mas são incompatíveis com a mais funesta de todas as misturas: a ignorância, o proselitismo e a fé. E é desta mistura perversa que se faz a infelicidade dos povos, a miséria das nações e a tragédia das sociedades que aniquilam em asfixiante submissão.

Apagam o património cultural da mesma forma selvagem com que anulam as liberdades cívicas e, enquanto a fome, a doença e a miséria devastaram uma população bloqueada pelo terror, o mundo civilizado assistiu incapaz, na sua raiva, a ver postergados os mais elementares valores que são a marca da modernidade.

Os povos não são donos exclusivos do património que conservam e por cuja guarda são obrigados a responder. Os governantes, sobretudo os que detêm o poder de forma ilegal, terão de responder pelos dislates e crimes que cometeram. E têm de ser os homens a julgá-los sobretudo aos que pensam ter apenas obrigações perante Deus. Provavelmente o direito de ingerência encontraria aí plena justificação.

Perante as hordas selvagens que, um pouco por todo o lado, tomam o poder com armas sofisticadas que as grandes potências nunca deixaram de fornecer, exige-se uma nova ordem que liberte do caos e do crime organizado multidões que tiveram o azar de nascer no sítio errado sob o jugo de tenebrosos trogloditas.

Infelizmente, a teologia do beduíno amoral e analfabeto, como Atatürk definiu Maomé, tem sido o escalracho que destrói as searas da cultura, do Afeganistão à Líbia, do Iémen ao Iraque, num imparável contágio rumo às teocracias e ao Estado Islâmico.

7 de Fevereiro, 2015 Carlos Esperança

Mutilação genital feminina (MGF) – escândalo e crime

Em nome da tradição tanto se pode defender a morte do touro em Barrancos como a lapidação de uma mulher por adultério. Não há selvajaria, malvadez ou crueldade que não tenha na tradição argumentos de peso e trogloditas defensores.

As mulheres foram, sempre, vítimas prediletas do pecado original e da selvajaria dos homens ou de outras mulheres. Foram queimadas por bruxaria, vergastadas por adultério, repudiadas pelos maridos, casadas por imposição dos pais e exoneradas dos direitos cívicos e humanos pela legislação sexista. O martírio, a desonra e a humilhação foram o ónus do género que as religiões acolheram e as tradições consagraram.

Dentre as tradições mais abjetas conta-se a «mutilação genital feminina» uma forma de impedir o prazer sexual da mulher, de lhe causar um sofrimento atroz e de lhe provocar, com frequência, a morte. A brutalidade não é imposição corânica, mas acontece sempre em contexto islâmico e, naturalmente, perpetua um negócio.

Não há grande diferença entre o facínora que se aluga para abater o inimigo e a mulher que se contrata para fazer a excisão numa menina. Há nesta crueldade o peso de séculos e na condescendência ou cumplicidade a cobardia que revolta e envergonha.

Maldita tradição e maldita gente que admite a tradição e o negócio que, segundo o DN de ontem, “quem trabalha nesta área, acredita que o fanado também se faz em Portugal”.

4 de Fevereiro, 2015 Carlos Esperança

A barbárie islâmica

Los yihadistas queman vivo al piloto jordano que tenían como rehén

Un vídeo divulgado por los yihadistas muestra la quema, en una jaula, de Moaz al Kasasbeh, capturado en diciembre tras estrellarse su avión en Siria. Jordania ha confirmado la muerte del militar

GRABACIONES CON PUESTA EN ESCENA Y TECNOLOGÍA PUNTA Imagen del vídeo en el que aparece el rehén jordano. / REUTERS

Jordania se plantea la ejecución de varios islamistas en represalia

Fuentes de seguridad del país árabe dicen que la ejecución de la terrorista cuya liberación pedía el EI se producirá “en horas”

2 de Fevereiro, 2015 Carlos Esperança

O Islão é pacífico

Atualidade \ África

Soldados na cidade de Maiduguri – AP

01/02/2015 15:41
Esta é a segunda vez em poucos dias que Boko-Haram tenta tomar o controlo de Maiduguri, o que representaria para ele uma grande vitória estratégica e simbólica. A mais recente tentativa tinha sido a 25 de Janeiro, ocasião em que se tinha amparado da Vila de Monguno e de uma base militar.

29 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

Citação

“ (…) O Islão, essa absurda teologia de um beduíno amoral, é um cadáver podre que envenena a nossa vida. A população da república turca, que reclama o direito a ser civilizada, tem de demonstrar a sua civilização através das suas ideias, sua mentalidade, através da sua vida familiar e seu modo de vida”.

Mustafa Kemal Atatürk (estadista e fundador da República da Turquia)

23 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

Lógica islâmica

A lógica islâmica é ofendida pelas caricaturas.

Mas não ofendida pela:
– Decapitação
– Violação
– Terrorismo
– Mutilação genital
– Atentados suicidas
– Tomada de reféns

13 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

A prudência e a coragem

A dia de ontem deu emprego a imensos comentadores que repetiram até à náusea que os terroristas nada têm a ver com o Islamismo. Pareciam papagaios amestrados a negar as evidências. Basta ver os chacais que hoje se pronunciaram a favor da legitimidade do ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo, aceitando a crueldade e o assassínio.

Devemos, no entanto, compreender a legião de mentirosos, que procuram honestamente defender de retaliações os muçulmanos. Quem os molestar deve ser punido com o rigor que os crimes sectários merecem mas não se pode absolver uma religião anacrónica que não foi capaz de fazer a Reforma, de aceitar a laicidade ou de abdicar da propriedade masculina das mulheres.
O islamismo é perverso e intoxica os crentes. É um sistema totalitário controlado por boçais, posto ao serviço das frustrações e do atraso de quem não aceita a modernidade.

Defender os muçulmanos, tal como os cristãos, hindus, budistas ou judeus é a obrigação dos democratas. Combater a superstição, o preconceito e a barbárie é um dever, quer se trate dos cristãos evangélicos que impõem o estudo do mito criacionista nas escolas dos EUA, assassinam médicos e enfermeiros em clínicas onde se pratica o aborto legal ou inspiram o Tea Party; quer sejam islamitas que raptam meninas cristãs na Nigéria e as reduzem à escravatura; quer sejam católicos devotos de João Paulo II que, seguindo a teologia do latex, deixaram morrer centenas de milhares de negros a quem privaram do uso do preservativo; quer sejam hindus nacionalistas, budistas do Tibete ou os judeus de trancinhas à Dama das Camélias, que na pausa de cabeçadas ao Muro das Lamentações, inspiraram os massacres de Sabra e Chatila e promovem o sionismo.

Dizer que o Islão é pacífico, tal como outras religiões, antes da repressão política sobre o respetivo clero, é uma mentira que, de acordo com o mito do Pinóquio, não deixaria o nariz de qualquer crente, que o afirme, caber no maior dos templos.

É preciso defender os crentes e combater as crenças. O Renascimento, o Iluminismo e a herança republicana da Revolução Francesa são irrenunciáveis.

12 de Janeiro, 2015 Carlos Esperança

Paradoxos

Nem todos fomos Charlie, a começar pelo gang Le Pen, que tentou integrar a onda de comoção coletiva, e a acabar nos inimigos do humor corrosivo e da blasfémia. Uns fizeram-no por convicção, outros por cobardia. Há quem honestamente pense que não de devem ferir sentimentos alheios e quem não aceite apenas que se ofendam os seus.

Os fascistas franceses da FN já renegaram a solidariedade a quem os zurzia, a quem fez da ofensa e da provocação uma bandeira que deu cobertura às formas mais benignas de crítica. Ninguém tenha ilusões, se não houver quem arrisque mais do que nós, quem se exponha até aos limites, seremos nós os alvos da intolerância.

Eu defendo o direito à ofensa, apenas não admito que repliquem às ofensas pela palavra e pelo desenho com armas diferentes. Não se responde ao insulto a tiro, não se limpa a nódoa da desonra com a lixívia do duelo. Sempre que um papa abençoa os portugueses, ofende-me, mas não ultrapasso um protesto ou uma maldição, sabendo que a bênção e a maldição não passam de placebos, à semelhança dos maus olhados. Valem o que valem.

Passado o pico da emoção, que condicionou os bem pensantes e os cobardes, já vozeiam por aí os que pensam que o respeitinho é muito bonito, que as vítimas se puseram a jeito e que o Charlie Hebdo era imoral. São herdeiros de Krus Abecasis a impedir a exibição de Je Vous Salue Marie, de Jean Luc-Godard, em 1985, quando presidia à Câmara CDS de Lisboa; são filhos de censores d’As Horas de Maria (1979), de António de Macedo e dos escribas que desencadearam campanhas contra a exibição desses filmes e da Última Tentação de Cristo (1988), de Martin Scorcese.”.

Do Portugal de Cavaco e Sousa Lara, censores d’O Evangelho segundo Jesus Cristo, de Saramago, Passos Coelho voa para Paris, num ato de solidariedade cuja honestidade se aceita por, certamente, não frequentar livros e revistas satíricas antifascistas.

É abominável responsabilizar as vítimas e atenuar a violência dos algozes. O jornalista Ferreira Fernandes lembrou bem, no DN, a analogia com um acórdão do STJ, que não pode ser designado ignóbil por ser crime, acórdão em que os conselheiros consideraram atenuante ao crime de violação, de duas jovens estrangeiras, o facto de trazerem roupa demasiado leve «em plena coutada do macho ibérico», no Algarve.

Os facínoras incendiaram hoje um jornal alemão que publicou caricaturas de Maomé.

Se todos soubessem quantas vítimas custou a liberdade de que ainda usufruímos…