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Categoria: Não categorizado

14 de Outubro, 2007 Carlos Esperança

Tarcísio Bertone – um talibã católico

O cardeal Tarcisio Bertone aproveitou o 90.º aniversário do embuste católico contra a República para apelar à «rebelião» dos cristãos.

Apesar de o tema já ter sido tratado pelos meus companheiros, Ricardo Silvestre e Ricardo Carvalho, quero também deixar algumas considerações no Diário Ateísta.

O cardeal Tarcisio Bertone é o secretário de Estado do Vaticano, um feudo totalitário, governado por um autocrata sem pergaminhos democráticos nem o mais leve sentido de tolerância – Bento 16. No Vaticano, Bertone está para o Papa como no Irão Mahmoud Ahmadinejad está para o ayatollah Ali Khamenei. O primeiro é o presidente virtual mas este último é o líder espiritual e o verdadeiro detentor do poder.

Nas teocracias todos rastejam em torno do déspota divino como as moscas à volta do seu alimento preferido. Mas, se na ditadura das sotainas são permitidos os atropelos à liberdade e os actos ignaros dos seus dignitários, exige-se aos biltres que respeitem os países que os acolhem.

O cardeal Bertone, uma santa alimária, cheia de hóstias e de ódio, não pode incitar os peregrinos da nova casa de alterne da fé católica a rebelarem-se contra o laicismo que lhe permite grunhir insultos à democracia e exaltar os desvarios da vontade divina.

A ICAR suspende um padre por se declarar homossexual, num acto de coragem que faltou a vários Papas, e os prelados que apoiaram Franco, Hitler, Salazar e Mussolini foram abençoados e, alguns, (Escrivá, por exemplo) canonizados.

Bertone é um mero ventríloquo do déspota que usa as orelhas sob a tiara, mas não pode incitar à rebelião os cidadãos do país que quer reconduzir a protectorado do Vaticano.

O estímulo à rebelião, ao jeito da demência islâmica que os clérigos católicos apreciam, é um acto criminoso que cai sob a alçada do código penal e um acto de desrespeito pela Constituição do País que lhe permitiu ganir latim e latir ódio pio.

13 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Jihad Católica?

Seguindo o artigo do Ricardo Carvalho

O cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, apelou hoje à «rebelião» dos cristãos face aos «senhores destes tempos» que exigem o silêncio dos cristãos «invocando imperativos de uma sociedade aberta»

Quem é que anda a exigir o silêncio dos cristãos? Onde acontece isso no mundo ocidental? Pelo contrário, cada vez mais os católicos têm oportunidades (e cobertura mediática a acompanhar) para emitirem os seus dislates.

Estamos perante é um apelo a uma «Jihad Católica». Claro que, tal como os Muçulmanos, não faltarão católicos que dirão que a expressão do cardeal está tirado do contexto, e que não significa literalmente «rebelião», que Bertone está a apelar a uma «luta» simbólica, que está a tentar promover diálogo e que a sua preocupação é a livre expressão dos católicos.

Mas as palavras não mentem, mesmo que sejam lapsos Freudianos: o que a Igreja Católica está preocupada (assim como a Islâmica) é nos «imperativos de sociedades abertas». Porque por eles, voltávamos ao obscurantismo da Idade Média, onde os «senhores desses tempos» eram eles, e só eles.

Verdadeiramente lamentável e preocupante.

13 de Outubro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

RTV

Aparentemente a RTP foi comprada pelo Estado vaticanista, tal dedução pode ser avaliada pela programação dos seus canais de difusão televisiva, propagandística católica com tempos mortos, vulgos anúncios, dedicados às propagandas económicas. É completamente desaconselhável a sua visualização, especialmente por não-católicos, sectarismos exponenciados ao vómito, conversa da treta de seres superiores em poder e dinheiro, mas incrivelmente inferiores em raciocínio, literacia e cultura, visualização prolongada pode provocar graves reduções de consciência, insanidade extrema, quiçá visualizações do Sol a aterrar em azinheiras, irracionalidade temporária ou em exposições extremas definitiva.

Também publicado em LiVerdades

13 de Outubro, 2007 ricardo s carvalho

chamem a polícia!!!

seguindo a linha de um post anterior, imaginemos que um skinhead italiano vem a portugal falar para um grupo numeroso de neo-fascistas. imaginemos ainda que, nessa sua intervenção, o skinhead italiano apela vigorosamente, ao vivo e a cores, à rebelião dos portugueses neo-fascistas em favor do racismo e da xenofobia, em clara e indiscutível violação da constituição nacional. não seria por demais evidente que a polícia deveria intervir imediatamente, instaurando um processo-crime ao skinhead italiano, e eventualmente levando-o a julgamento? e não ficaríamos todos chocados se nada acontecesse? pois então:

«Secretário de Estado do Vaticano apela à “rebelião” dos cristãos face ao laicismo

13.10.2007 – 12h29 Lusa (PÚBLICO.PT)

O cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, apelou hoje à “rebelião” dos cristãos face aos “senhores destes tempos” que exigem o silêncio dos cristãos “invocando imperativos de uma sociedade aberta” […]

[O] Cardeal Bertone afirmou que essa rebelião se justifica “face aos pretensos senhores destes tempos (acham-se no mundo da cultura e da arte, da economia e da política, da ciência e da informação) que exigem e estão prontos a comprar, se não mesmo a impor, o silêncio dos cristãos invocando imperativos de uma sociedade aberta” […]»

como pode este homem apelar à violação da constituição nacional, perante o presidente da república, o presidente da assembleia da república, e o ministro da presidência, e nada acontecer?

por favor, alguém chame a polícia!

e já agora uma pergunta aos nossos leitores cristãos e laicistas: o que pertendem fazer amanh&atilde, domingo?, apoiar indirectamente o apelo ao terrorismo feito pelo senhor bertone, indo a uma igreja, ou fazer greve e não aparecer em igreja alguma até que seja demitido o “secretário de estado” em questão?

[Esquerda Republicana / Diário Ateísta]

12 de Outubro, 2007 Carlos Esperança

Fátima – Inauguração do estaleiro da fé

Está aberta ao público a maior área coberta da fé, em Portugal. Por ser demasiada a extensão ou por vaguearem na zona espíritos malignos foram usados quarenta bispos e cardeais para abençoar a inauguração do novo mealheiro da ICAR. O prazo de validade da bênção não foi divulgado.

A cerimónia, abrilhantada com a presença do Presidente da República e do presidente da AR, foi presidida pelo secretário de Estado do Vaticano, o Cardeal Tarcísio Bertone, e houve distribuição gratuita de hóstias aos interessados.

Ao longo dos anos, apesar espectáculo solar com que começou o negócio, da aparição da virgem que subia às azinheiras e do anjo que confundiu o local com um anjódromo, foram escassos os milagres. Foram mais as mortes por atropelamento na Estrada Nacional N.º 1.

O novo estabelecimento, que custou cerca de 80 milhões de euros (a ICAR é pouco fiável em contas) tem lugares sentados para nove mil clientes.

Fátima – uma das mais lucrativas delegações do Vaticano – continua a ser o local de destino de maratonistas com grande fixação nos dias 13. Os espectáculos anuais mais concorridos realizam-se a 13 de Maio e 13 de Outubro. Na década de setenta foi lançado com grande sucesso o 13 de Agosto para atrair o óbolo dos emigrantes.

Não há a mais leve suspeita de que a Virgem ou o anjo tenham voltado ao local nem de que a Rússia se tenha convertido, mas a tramóia política contra a República mudou de objectivos e transformou uma zona rural num centro urbano do sector terciário (onde se reza o terço).

A última maratona de padres-nossos e ave-marias a pedir à Senhora de Fátima para que a IVG metesse as mulheres na cadeia, redundou num enorme fracasso, com a Virgem a desinteressar-se do pedido e os portugueses a pronunciarem-se em sentido contrário.

12 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Evolução

A religião foi uma das primeiras tentativa à filosofia, ciência, história, natureza humana, etc. Mas numa perspectiva baseada em irracionalismo. Ao contrário de outras culturas, nomeadamente a Grega e Árabe, onde o racionalismo (dentro dos limites possíveis) imperava, na génese das religiões dominantes, foram grupos de pastores, pescadores, funcionários públicos, todos iletrados e ignorantes (que seguramente tentaram fazer o seu melhor, com os valores e imaginação da altura) que definiram realidades físicas (e não-fisicas) que aindam tentam regular o mundo hoje. Evidentemente, estamos a falar de origens numa altura onde doenças, eclipses, marés, catástrofes naturais, leis da natureza, e cosmos, eram tudo obras do divino, porque não havia maneira de saber melhor.

À medida que o conhecimento avançou, deus começou a ser desnecessário
para explicar a natureza do mundo físico. Ptolomeu em 150 AD pensava que o
cosmos era obra de deus, porque esse era o limite do seu conhecimento. Newton explicou as leis do movimento do cosmos sem qualquer ajuda da hipotese de deus, mas quando chegou ao limite do seu conhecimento (como estabilizar o sistema solar) pensou que isso era obra do divino. Huygens explicou como o sistema solar funcionava, sem qualquer ajuda da hipotese de deus, mas quando teve de explicar o aparecimento da vida, e tendo chegado ao limite do seu conhecimento, invocou a acção do divino. Darwin explicou a evolução das espécies sem a ajuda da hipotese de deus. Não vou avançar neste raciocínio, pois é fácil ver qual a mensagem. Deus tem cada vez menos espaço no mundo da ciência. Ou pelo menos da ciência «verdadeira». Deus é um deus das «lacunas».

No Sec. 21 temos a genética, temos telescópios, instrumentos para medição de biomassa, medição de fracções de carbono, espectrómetros, etc, etc. Não admira que o número de cientistas que são crentes (principalmente católicos e judeus, uma vez que no Islão não se faz ciência) continua a diminuir quase exponencialmente. Um artigo da revista Nature apresenta um estudo com uma larga amostra onde 60% cientistas não acreditam num deus teísta, e 93% dos cientistas de elite (membros da National Science Academy nos U.S.) não acreditam no mesmo estilo de divindade.

Claro que, nunca chegará a zero, uma vez que, e como Christopher Hitchens diz: «fé religiosa é, precisamente porque somos criaturas ainda num estado evolutivo, inerradicável».

Para saber mais, visite o NOVA

11 de Outubro, 2007 Carlos Esperança

Fátima – Bazar da fé

Parece impossível! O Vaticano duvida do milagre dos pastorinhos de Fátima como se este fosse mais estúpido e improvável do que todos os outros, para os quais nunca faltaram atestados de favor passados por médicos avençados para a função.

Não será provável que a gincana de uma mãe à volta da televisão, a rezar e a pensar nos pastorinhos, devolvesse ao filho a funcionalidade do pâncreas? É, quiçá, mais provável que madre Teresa, ateia, ou monsenhor Escrivá, admirador de Franco, tivessem obrado milagres?

O cardeal português Saraiva Martins, especialista a arranjar atestados médicos, já anda a pedir que se reze ao Francisco e à Jacinta para lhes solicitarem um novo milagre. Quem pode garantir que os dois beatos, mortos há tanto tempo, oiçam as preces e ajustem um prodígio feito a meias? Os mortos têm mais que fazer.

No dia em que vai ser inaugurada a maior área coberta de orações, em solo português, já devia estar devidamente confirmada a autoria do milagre e despachada a canonização de que depende a rentabilização do negócio e a clientela do novo templo.

O cardeal Saraiva Martins, um veículo litúrgico para a causa dos santos, baptizado e confirmado em Portugal, podia dizer ao Papa que ou lhe canoniza os conterrâneos ou denuncia o negócio das canonizações. Não é justo que os garotos para quem a senhora de Fátima fez truques com o Sol, vejam agora o Papa a pôr em dúvida um milagre na área da endocrinologia, bem mais difícil do que o outro, obrado na D. Emília que estava entrevada e logo se finou a andar lindamente.

Até um anjo aterrou no lugar onde o Francisco, a Jacinta e a Lúcia pastoreavam cabras e, agora, depois de divulgadas tão pias mentiras, o Vaticano põe-se com pruridos para fingir que Bento XVI é sério e exigente para que os embustes pareçam verdadeiros.

11 de Outubro, 2007 Ricardo Silvestre

Terminologias

Para terminar (da minha parte) este assunto sobre qual a melhor estratégia para os ateístas conseguirem passar a sua mensagem e contribuir para o desenvolvimento da raça, gostava de deixar aqui a posição de Ellen Johnson, presidente da American Atheists.

«Ateístas não são apenas um grupo contra «qualquer coisa», nós somos «qualquer coisa». É a Sociedade Americana de Cancro apenas «contra qualquer coisa» porque a sua luta é contra o cancro? É esta organização uma «organização negativista»? É o Greenpeace uma organização negativista porque lutam contra a poluição?

Ateístas querem a aprovação dos outros, e por causa disso muitas vezes os ateístas tentam esconder o que são, e a face que mostram ao mundo é uma de vergonha e receio. Quando alguém age de uma forma envergonhada pelo que é, o resto das pessoas vão trata-lo como merece. Esta não é a resposta.

Dizer que não devemos ter um nome é não existir. Não devemos correr o risco de nos tornarmos invisíveis por aqueles que procuram a aprovação de outros grupos. Nos Ateístas Americanos não deixamos que sejam os nossos adversários a ditar como nos chamamos ou como agimos».

Infelizmente, e pelo que leio nas secções de comentários do DA, o termo ateísta é muitas vezes usado como «arma de arremesso» por parte de alguns dos crentes que ai opinam. São logo feitas associações a «ateístas famosos» (Stalin, Mao, Pol Pot), que são apresentados como exemplos de ateísmo racional, e que na verdade não eram mais do que psicopatas monstruosos, que fizeram as coisas que fizeram não por causa do «ateísmo», mas por causa das suas posições dogmáticas extremas e insensatas.

O DA não é um lugar para a apresentação de outras correntes, como o Racionalismo, ou o Naturalismo, ou o Humanismo Secular, ou o Novo Ateísmo, uma vez que o próprio nome caracteriza o sítio. Mas gostava que, neste espaço, consigamos (no mínimo) libertar o termo «ateísta» da carga negativa e injustificada que tem, e que não ajuda o diálogo.

11 de Outubro, 2007 Helder Sanches

A ASAE em Fátima

A ASAE voltou ao terreno desta vez em Fátima. Lá fez o seu roteiro habitual de passar a pente fino uma série de estabelecimentos, passar umas coimas, fechar alguns a cadeado e regressar a casa com o sentimento de dever cumprido.

Contudo, parece-me que desta vez podiam ter ido um pouco mais longe. É que muito perto do local onde actuaram andam a vender – ou melhor, a dar – gato por lebre. Oferecem umas tostinhas que não têm nenhum tipo de controlo de validade, manuseadas sem luvas ou pinças e fazem-nas passar como se fosse carne, ainda por cima humana, com cerca de 2000 anos! Mais, o artigo é depositado directamente na boca da clientela sem que o depositário proceda a qualquer acto de higiene pessoal entre clientes! Consta, também, que são levadas a cabo simulações de rituais vampirescos através da ingestão de vinho como se de sangue humano se tratasse. Ora, isto viola uma série de princípios básicos da higiene alimentar e a ASAE não fez nada.

A ASAE falhou.

(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)