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17 de Julho, 2009 Carlos Esperança

Irão – Não é recomendável rezar

Várias pessoas foram detidas na Universidade de Teerão no final da oração colectiva de sexta-feira conduzida pelo antigo Presidente iraniano Ali Akbar Hashemi Rafsandjani, após confrontos com a polícia, que inicialmente utilizou gás lacrimogéneo.

17 de Julho, 2009 Carlos Esperança

B16 de baixa médica…

… e sem poder benzer-se.

AOSTE, Itália — O Papa Bento XVI, que foi operado nesta sexta-feira por causa de uma fratura no punho direito, passa bem e deixou rapidamente o hospital de Aoste (norte da Itália) de volta para sua residência de férias.

11 de Julho, 2009 Ludwig Krippahl

Burqas, férias, e coisas sérias

A nossa lei proíbe contractos de trabalho nos quais se abdique do direito às férias. Se a lei permitisse a abdicação contractual deste direito, o empregador podia pressionar um empregado a prescindir das suas férias. O mesmo raciocínio pode justificar a proibição da burqa. Por motivos pessoais ou religiosos, talvez haja quem queira mesmo abdicar das férias ou andar tapado dos pés à cabeça. Mas, havendo perigo de alguém ser forçado a isso, pode ser melhor proibir se a protecção dos direitos de uns compensar o inconveniente causado aos outros. Não é uma imposição gratuita de valores. É a tentativa de proteger, o melhor possível, os direitos de todos.

Acerca disto, o João César das Neves (JCN) baralhou-se com a sua habitual eloquência. «A tolerância só tem significado quando enfrenta algo intolerável. Para aceitar o que consideramos admissível não é preciso esforço. Claro que a tolerância tem limites […] A discriminação das mulheres e, pior ainda, a sua servidão e abaixamento são evidentemente intoleráveis.» Para o JCN, só é preciso tolerância para o intolerável mas há coisa intoleráveis que não se tolera. Como a discriminação das mulheres que, logo a seguir, já parece tolerar quando diz que proibir a burqa é «precisamente a mesma posição que fez nascer a burka. Se substituirmos “dignidade da mulher” por “decência feminina” e “abaixamento” por “deboche”, é fácil imaginar um qualquer responsável afegão a justificar literalmente nos mesmos termos a recusa do traje ocidental.»(1) Esta dicotomia é assimétrica. O “traje ocidental”, neste contexto, inclui tudo que não seja a burqa. Bikini, vestido de noiva, fato de treino, saia e casaco ou calças de ganga. Proibir a burqa restringe muito menos que proibir o resto. Mais importante ainda, o objectivo de proibir a burqa é impedir que obriguem as mulheres a usá-la. Não é por não gostar de burqas, mas por não querer que privem as mulheres do direito de escolher a sua roupa. Se for preciso restringir a escolha apenas a tudo o resto, antes isso que só poder escolher a burqa.

Numa sociedade tolerante ninguém sobrepõe os seus valores aos direitos dos outros. O católico não obriga o judeu a comer a hóstia e o judeu não proíbe o budista de trabalhar ao sábado. Mas se o empregador quer forçar o trabalhador a abdicar das férias, ou se o muçulmano obriga a mulher a andar de burqa, então a situação já é de intolerância e o máximo que se pode fazer é remediar com uma intolerância menor. Por isso proibir a burqa é uma hipótese aceitável, em teoria, se resultar numa imposição menor que deixar que obriguem as mulheres a usá-la.

Em teoria. Na prática, não estou convencido que seja boa ideia. Não me parece que passar multas a quem usa burqa seja uma forma eficaz de combater a discriminação. E desagrada-me soluções ad hoc. O melhor seria uma alteração estrutural. Por exemplo, deixar de tratar a religião como uma vaca sagrada. É fundamental que a sociedade encare as religiões como opções pessoais, que não merecem mais respeito que qualquer outra e que ninguém deve poder impor aos outros. Para isso era preciso abolir as leis, e combater a mentalidade, que ainda protegem de crítica as crenças religiosas. Não castigamos quem troça do futebol, quem goza com a ciência ou aponta o dedo à política. Mais importante, exigimos de quem gosta de futebol, ciência ou qualquer partido que tolere as críticas dos outros. Aos religiosos devemos exigir o mesmo. Que respeitem o direito de criticar. É certo que as religiões são mais vulneráveis à crítica, mas é pelo absurdo das suas crenças e isso não justifica protecção especial.

É grave que obriguem mulheres a usar burqa, é urgente enfrentar o problema e talvez proibir seja melhor que não fazer nada. Mas isto remedeia o sintoma em vez de tratar a doença. Por isso devia-se tirar melhor partido daquela virtude que é comum a todas as religiões. O ridículo. É que além de indecente, obrigar as mulheres a andar tapadas (ou proibir-lhes o sacerdócio, e tantas outras coisas) é idiotice. É disparate. É palhaçada. O JCN remata o seu artigo dizendo dos ditadores que «O mal deles não era cinismo e hipocrisia, nem estava tanto nas finalidades, mas na arrogância e tacanhez que o seu caminho implicava.» Pois é a arrogância e a tacanhez de muitos crentes que torna as suas religiões tão intolerantes. E intoleráveis. E para combater a arrogância e a tacanhez uma boa gargalhada é melhor que muitas proibições.

Não é uma solução a curto prazo. A curto prazo, gozar até pode dar mais tacanhez. Mas, a longo prazo, habituarmo-nos a gozar com os disparates resolveria muitos problemas. A troça não tira liberdade a ninguém, o humor ajuda a mudar de perspectiva e o gozo desmascara esses intolerantes disfarçados que apregoam tolerância mas não toleram críticas. Em qualquer país onde a lei proteja a integridade física de cada um, era remédio santo. Quando um homem inventasse que as mulheres têm de fazer isto ou não podem fazer aquilo, desatava tudo a rir e a gozar com ele. Em poucas semanas acabava-se a burqa, havia mulheres a dar missa e deixava o sexo de ser pecado e as religiões de estorvar tanto.

Cada vez mais me parece que o problema são os homens sérios. Os que franzem o sobrolho, se fazem ofendidos, exigem respeito e cofiam o bigode, tudo para disfarçar o ridículo que, no fundo, reconhecem. Têm tanto medo que se riam deles que inventam tudo, até religiões, só para lixar a vida aos outros.

1- João César das Neves, DN, ‘Burka’ e tolerância

Também no Que Treta!

9 de Julho, 2009 Luís Grave Rodrigues

Não sei o que este Papa anda por aí a fumar…

 

Foi hoje noticiado que o Papa Bento XVI resolveu arengar aos incautos que o ouviam e recomendar aos participantes da Cimeira do G8 que decorre na cidade italiana de L’Aquila que «tomem decisões e orientações úteis para o verdadeiro progresso de todos os povos, em especial para os mais pobres».

Pelos vistos, aqui temos um líder religioso que vive como um nababo no meio da mais anacrónica opulência e que tem a autêntica lata de vir apelar aos interesses dos pobres.

Aqui temos um autêntico energúmeno, que resolve recomendar aos líderes mundiais «o verdadeiro progresso de todos os povos», quando é ele o primeiro a viver rodeado de ridículas celebrações mitológicas inventadas por pastores primitivos da Idade do Bronze e, do alto do inegável ascendente espiritual que infelizmente ainda tem sobre quase mil milhões de pessoas, recomenda que se discriminem os seres humanos em função das suas razões identitárias.

Como se não bastasse, ainda temos de assistir ao desplante místico deste alucinado tarado sexual vestido de trajes circenses a recomendar que se tomem «decisões e orientações úteis» quando é ele o primeiro a privilegiar os risíveis dogmas religiosos que professa sobre a própria vida humana.

Não sei o que este Papa anda por aí a fumar; mas deve estar estragado com certeza!

  
                 

6 de Julho, 2009 Carlos Esperança

Vaticano – Fábrica dos milagres não pára

Bento XVI aprovou esta Sexta-feira a publicação do decreto que aprova o milagre necessário para a beatificação do Cardeal John Henry Newman (1801-1890). Trata-se de uma cura referida por Jack Sullivan, um Diácono Permanente da Arquidiocese de Boston (EUA).

(…)

Além deste decreto, foram aprovados outros três relativos a milagres (um para canonização, dois para beatificações) e quatro de martírio, na Guerra Civil Espanhola, na II Guerra Mundial e durante o regime comunista na Hungria.

Comentário: os milagres são sempre na área da medicina e os taumaturgos do mesmo quadrante político.

6 de Julho, 2009 Carlos Esperança

Prémios Torquemada 2009

Antonio Cañizares Llovera, Prefecto de la Congregación para el Culto Divino y la Disciplina de los Sacramentos y cardenal administrador apostólico de Toledo.

El cardenal cree que la propuesta de recusación al Papa del Congreso constituye una ofensa a España misma. Rechazó la admisión a trámite por parte de Mesa del Congreso de Diputados de la propuesta de reprobación al Papa Benedicto XVI, por suponer “un ataque e ignominia hacia un hombre de Dios” y constituir “una ofensa a España misma”.

Días más tarde, este ‘ministro’ del Papa afirmó que es peor abortar que abusar de niños. Según él, la reforma de la ley del aborto es parte del proyecto de Zapatero “para hacer una sociedad y una cultura totalmente nuevas”. También dijo, comentando los abusos sexuales a menores cometidos en escuelas católicas irlandesas entre 1950 y 1980, que “no es comparable lo que haya podido pasar en unos cuantos colegios, con los millones de vidas destruidas por el aborto”.

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Comentário: Prémio merecido.