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Carlos Esperança

8 de Agosto, 2005 Carlos Esperança

Exorcismo político

O Diário Ateísta que desconhecia maus exorcismos tomou conhecimento de que o cardeal venezuelano, Rosalio Castiio Lara, receita um bom exorcismo para resolver todos os problemas nacionais e acabar com a maldade do presidente Hugo Chávez a quem atribui poderes diabólicos.

Um exorcismo feito com a experiência da Santa Madre Igreja, católica, apostólica, romana e com o ódio que o cardeal nutre pelo presidente Chávez, podia expulsar o Maligno, que possui o presidente, e convertê-lo num anjo.

O cardeal incita a população à assuada, ao pronunciamento, ao motim, à insurreição e ao pontapé no cu, por serem métodos mais limpos e baratos do que o golpe de Estado.

Graças aos ritos da ICAR e à água benta, fórmulas exclusivas da ICAR, é possível um bom exorcismo que conduza a um Governo da sua confiança.

O jornalista Josep Pernau sugere que o exorcismo podia ser programado para um canal televisivo e comentado por um especialista da linha do Papa Rätzinger, tornando-se o primeiro televisionado.

Só aqui é que o jornalista falhou. Em Portugal o padre Humberto Gama já fez um exorcismo em directo para a TVI, a partir de Bragança, expulsando demónios poderosos que apoquentavam uma paroquiana.

Fonte: «UN EXORCISMO PARA EL POSESO CHÁVEZ» – El Periódico, de hoje, artigo de Josep Pernau (site indisponível).

7 de Agosto, 2005 Carlos Esperança

Santo Ofício


Imagem do piedoso divertimento católico conhecido por «auto de fé».

4 de Agosto, 2005 Carlos Esperança

Carta de um leitor

Vejam lá o que me aconteceu!
Sou ateu, e casei pelo registo civil com uma mulher católica, em 1969, com a condição de que NÃO haveria casamento pela igreja.

Assim foi.

No entanto, sucedeu o impensável:

Estando actualmente em processo de divórcio, vim apenas agora a saber que, em 1986, a minha mulher descobriu que era «possível celebrar um casamento católico mesmo sem a presença (nem procuração, nem autorização expressa) de um dos cônjuges» desde que o outro alegasse certas premissas!

Depois de ter falado com o padre da paróquia, ela escreveu uma carta endereçada ao Patriarcado em que declarava, p. ex., que era uma fervorosa católica, que as nossas 2 filhas eram baptizadas e eu nessas ocasiões tinha ido à igreja, mas que eu era contra princípios da igreja e por isso não quis casar-me; mas que cerca de dez anos antes eu tinha prometido à mãe dela que me casaria pela igreja (o que nao me lembro nada o de ter feito).

O padre da paróquia escreveu também, na mesma data, uma carta ao Patriarcado a declarar que a conhecia de frequentar a igreja e não via inconveniente em ser atendido o seu pedido.

Os registos do Patriarcado não têm qualquer referência ao facto de eu ter sido consultado ou ter dado acordo ao sucedido.

Assim, conseguiu que o Patriarcado (!) nos considerasse casados catolicamente - como se pode confirmar pelo documento anexo, de que pedi certidão recentemente.
Por solicitação minha, no mês passado foi-me permitido ler todos estes documentos no Patriarcado, incluindo o despacho do Cardeal Patriarca a dar acordo.

Como soube que a vossa página do "Ateísmo" se interessa por tudo quanto são habilidades da ICAR, muito agradecia a divulgação possível deste meu caso no mínimo kafkiano.

Domingos Quintino

1 de Agosto, 2005 Carlos Esperança

O terrorismo continua

Estima-se que no Paquistão mais de vinte mil madrassas recebem jovens camponeses pobres para se iniciarem na aprendizagem do Corão, enquanto muçulmanos ocidentais viajam para aí em busca de uma pós-graduação em terrorismo, tal como outros afluem à Europa e aos EUA à procura de conhecimentos superiores nos domínios da ciência, da tecnologia, gestão ou economia.

Arábia Saudita, Paquistão e Egipto são países cujos ditadores de serviço são vassalos do «Eixo do Bem» em latitudes onde a pobreza, o atraso e a fé fomentam o fanatismo e o ódio que rapidamente os podem converter ao «Eixo do Mal», no caso do Paquistão com um arsenal atómico ao alcance do primeiro mullah que disputar eleições livres.

O Iraque transformou-se numa imensa base de treino terrorista. É mais um país onde os ayatollahs açulam multidões de desesperados contra os «infiéis». Em breve terá um ditador afecto ao «Eixo do Bem» que se juntará a Pervez Musharraf, Hosni Mubarak e um qualquer biltre da família Al Saud, antes de ser assassinado.

As armas e os dólares com que Carter e Reagan alimentaram Bin Laden para combater o regime pro-soviético de Kabul viraram-se contra a civilização. Estão hoje nas mãos de fanáticos que odeiam a democracia e o laicismo.

A postura misógina, a decapitação, o anti-feminismo, a lapidação, o corte de mãos, a flagelação e outros horrores estão enraizados na tradição feudal e anti-democrática do Islão, com assinalável simpatia e evidente regozijo.

A ocupação do Iraque e a sempre adiada resolução do problema da Palestina servem de pretexto para acirrar ódios e criar bandos de dementes disponíveis para o suicídio, que lhes garante o Paraíso, rios de mel doce e uma reserva substancial de virgens.

Não é combatendo os crentes que se debela o terrorismo. A separação do Estado e das Igrejas, a vigilância dos clérigos exaltados e a punição dos que incitam ao crime, são essenciais na defesa das democracias. Os crimes religiosos não podem ter atenuantes. Um versículo do Corão ou uma determinação do Génesis não suspendem o Código Penal nem para clérigos que incitam ao crime nem para fanáticos que o cometem.

Não há uma guerra de civilizações. Há uma luta do obscurantismo contra a liberdade, um ódio feroz à civilização. O regresso à Idade Média, com que sonham clérigos de várias religiões, tem de ser contido.

Hoje é o islão, responsável pelo falhanço da civilização árabe, que estrebucha com violência, temendo o seu estertor. Amanhã é outra religião que regride, desesperada com a globalização que tende a hegemonizar uma única ou a criar uma sociedade que despreze a fé.

A firme vigilância é uma condição de sobrevivência da democracia.

29 de Julho, 2005 Carlos Esperança

O Chefe do Comandante-Chefe dos EUA


No sítio da Casa Branca – EUA – (um sítio eventualmente tão falso como as religiões) está a informação de que Jesus Cristo é o chefe do Comandante-Chefe (Bush himself).

Como é que um paisano que nunca foi militar, jamais foi visto numa caserna, não fez a recruta e se dedicou ao charlatanismo, vivendo de milagres e outros expedientes, cadáver há dois milénios, pode ascender tão alto nas Forças Armadas americanas?

É tão fácil militarizar civis e tão difícil civilizar militares americanos.

27 de Julho, 2005 Carlos Esperança

Crimes religiosos

Discordo do artigo do João Vasco «Crimes atribuídos à religião e ao ateísmo».

Quando refere: «…houve várias mortes provocadas por regimes políticos (quase sempre comunistas) que eram ateus…», não é verdade, esquece as mortes do nazismo e do fascismo, por exemplo, e as provocadas pelo racismo e o nacionalismo. Os sérvios eram cristãos ortodoxos a praticar um genocídio no Kosovo. Os croatas são católicos que exterminaram sérvios. E são reincidentes.

Quando escreve: «ocorreram muitos crimes e assassínios pela parte de regimes afectos a uma religião, tal como ocorreram muitos crimes e assassínios pela parte de regimes ateus, e é ridículo imputar quer os primeiros à religião, quer os segundos ao ateísmo», estou em absoluto desacordo.

Não é responsável a religião católica pelos crimes cometidos por Roberto Mugabe, o presidente católico do Zimbabwe, pois não há conivência da ICAR no seu desvario ou cumplicidade nos assassínios do seu regime ditatorial.

Os assassinatos de Franco – centenas de milhar -, tiveram a cobertura e a cumplicidade dos bispos que o consideravam enviado pela providência. Pinochet, a quem JP2 pôs a hóstia na língua, e que o considerou, com a mulher, o casal católico perfeito, mandou largar adversários dos aviões e deu ordens à polícia para assassinar um antigo ministro, no estrangeiro. Não foram crimes religiosos, apesar de se terem babado de gozo padres, bispos e cardeais da ICAR.

Mas as cruzadas, a inquisição e os crimes cometidos pela evangelização cristã, não são crimes religiosos? E as matanças da Reforma e da Contra-Reforma? ? São.

Uma mulher apedrejada até à morte, porque o livro sagrado manda, é um acto de justiça para os crentes. O assassinato de um infiel é uma determinação do Corão. Decepar ou decapitar, ladrões ou infiéis, é a vontade de Maomé. Não serão crimes religiosos? – São.

Os milhões de judeus mortos por Hitler são crime do nazismo. Os milhões da Sibéria são crimes do estalinismo. Os milhões de mortos nas cruzadas são do catolicismo. Os atentados bombistas de Nova York, Londres, Madrid, etc., são crimes do islão. Os atentados de milícias cristãs, com a cumplicidade sionista, de SABRA E CHATILA são crimes religiosos, como o são os atentados contra autocarros de crianças em Israel.

Há crimes independentemente da fé e não há crimes cometidos em nome do ateísmo.

Diariamente há crimes religiosos, cometidos em nome de Deus, instigados pelo clero, preparados nos templos, apoiados nos livros sagrados, com a promessa do Paraíso. O pastor dos EUA que matou um médico que praticava abortos também cometeu um crime religioso. O Papa que proíbe o preservativo comete um crime contra a saúde pública. Todos estes, são crimes religiosos.

26 de Julho, 2005 Carlos Esperança

Prisão perpétua para assassino de Theo van Gogh

O homicida Mohammed Bouyeri foi hoje condenado a prisão perpétua por um tribunal de Amsterdão pelo assassinato de Theo van Gogh, realizador de cinema holandês, que denunciou os maus tratos a que as mulheres são sujeitas no Islão.

O devoto agradeceu a Deus a boa acção que julga ter praticado «em nome da sua religião».

Dados os seus 27 anos é natural que as 70 virgens que o esperam no Paraíso se façam velhas e feias e que sejam desfrutadas por outra santa besta desfeita em pedaços após um sangrento suicídio.

A alimária ainda declarou que, se fosse libertado, estaria preparado para cometer um crime idêntico.
Não sei o que mais nos pode estarrecer, se a maldade de Deus ou a boçalidade dos crentes.

25 de Julho, 2005 Carlos Esperança

Guerra à civilização

«O cristianismo e o islão não estão em guerra» – lembra o Papa Ratzinger, e tem razão. A guerra é entre a fé e a civilização, entre o Corão e a liberdade, entre a louca devoção a Alá e o ódio intenso à democracia.

O cristianismo compreende o islão, são faces da mesma moeda. O sonho do Vaticano é transformar a Europa e, se possível, o mundo num imenso califado submetido ao Papa, a regressar aos jejuns, a encher as igrejas, a frequentar os sacramentos e a transformar o direito canónico em fonte do direito civil.

O Papa, este inquisidor autoritário, considera ditaduras as formas de Governo que ignorem a lei de Deus, um código vago e violento, de cuja chave se considera detentor, e que procura impor através de uma multidão de clérigos prontos para a jihad católica, à semelhança, aliás, do que pensa e pratica o fundamentalismo metodista.

Só os Estados secularizados açaimaram os exércitos de padres, freiras, monsenhores, cónegos, bispos e cardeais, receosos de arriscar o bem-estar em batalhas de resultado incerto.

Na Europa, América e África pululam agremiações de duvidosa virtude e reconhecida raiva à laicidade. Legionários de Cristo, Focolares, Comunhão e Libertação, Carismáticos, Regnum Cristi, Neocatecumenais, Opus Dei e outras matilhas de Deus, ávidas de proselitismo, famélicas do Paraíso.

A América do Sul, para onde o Vaticano exportou e refugiou próceres do nazismo, tem sido o campo de treino dos mais agressivos movimentos católicos que apoiaram e sustentaram execráveis ditaduras e combatem as tímidas tentativas democráticas de libertação das sotainas.

A separação da Igreja e do Estado é nos países sul-americanos uma tarefa urgente e difícil que tem no Opus Dei o principal adversário e nos seus padres e membros uma corja vigilante a impedir a modernização, o progresso e o laicismo.

A superstição e a ignorância são aliados naturais do poder clerical. Os poderosos encontram na ICAR o instrumento de dominação dos pobres e os cúmplices na manutenção das desigualdades.

25 de Julho, 2005 Carlos Esperança

O momento Zen da Segunda-feira

João César das Neves (JCN) raramente poupa os leitores à homilia do Diário de Notícias. Hoje usou como título as palavras habituais do charlatão que criou a religião de que é prosélito: «em verdade, em verdade vos digo».

Desta vez,o pretexto foi mais um filme bíblico, neste caso baseado no «Evangelho segundo S. João». É uma das quatro histórias que deram origem à cisão do judaísmo, impregnada de fulgor anti-semita que a concorrência recente levou ao exagero e à demência.

JCN aproveita para debitar aquelas frases estúpidas que os crentes atribuem a Deus e que julgam ter um conteúdo profundo. Eis um exemplo deplorável de indigência mental: «Eu vim a este mundo para proceder a um juízo: de modo que os que não vêem vejam, e os que vêem fiquem cegos» (Jo 9, 39). JCN acha que isto é profundo e se trata de uma mensagem divina.

JCN exulta e exalta-se com a subserviência da realização às patranhas bíblicas. «A produção segue fiel e simplesmente o texto do Evangelho» – afirma. Acresce que acredita no que diz, beato desvairado que não se contenta em buscar o Paraíso para si, mas pretende servi-lo, ao domicílio, aos incréus.

Diz JCN: «Cristo não tem um discurso contemporizador e tolerante, mas intenso e decisivo. Ele exorta, divide, condena, arremete». Isto é uma acusação de um devoto, que poderia dizer de tais dislates um inveterado ateu?

Depois cita de novo o vendedor das ilusões: «Se não crerdes que Eu sou, morrereis nos vossos pecados” (Jo 8, 24). “A obra de Deus é esta: crer naquele que Ele enviou” (Jo 6, 29). Livra! Ameaçador, chantagista e assustador – um vendedor da banha da cobra a impor-se pela violência.

JCN, na sua devota superstição termina a homilia desta segunda-feira com estas palavras: «Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no Filho Unigénito de Deus. E a condenação está nisto: a Luz veio ao mundo, e os homens preferiram as trevas à Luz, porque as suas obras eram más” (Jo 3, 17-19).

Vejam como nos julga e ameaça este papa-hóstias e adorador de todos os biltres que chegam a Papas da ICAR.