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  • 26 de Julho, 2008
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

Religiões & tretas

Foto de LEP

Foto de LEP

A religião é um negócio de tecnologia rudimentar, lucro garantido e retorno rápido do investimento, apesar das perseguições policiais aos novos apóstolos e de os tribunais se regerem, quanto à concorrência, mais pelo código penal do que pelo direito canónico.

O bispo Edir Macedo é um dos profetas milionários a quem a Justiça não larga. Já as religiões antigas, com nome feito, estão ao abrigo de investigações e os seus agentes gozam de protecção especial. Ninguém se atreve a julgar como burla a cura do olho esquerdo de D. Guilhermina de Jesus, queimado com óleo de fritar peixe e salvo por um colírio chamado Nuno Álvares Pereira.

D. Nuno não pode ser demandado pela Ordem dos Médicos, por exercício ilegal da medicina, porque aos mortos tudo é permitido e à ICAR não há quem entregue uma contrafé a obrigá-la a provar que foi o herói de Aljubarrota que curou o olho da devota.

As religiões abraâmicas, propagandistas do velho mito do Monte Sinai, ainda hoje divulgam, para além da crueldade divina, a fantasia de um deus que falava sem boca, entregava tábuas sem e produzia normas de conduta sendo ignorante. É um deus saído dos vapores etílicos de Moisés e dos delírios do clero a que deu origem.

A gravidade moral consiste na perpetuação de valores pouco recomendáveis e perigosos que escorrem das páginas dos livros pios. Para além da maldade dos preceitos que as religiões perpetuam, há a objecção intelectual de quem se recusa a aceitar a verdade de qualquer religião pelo elementar motivo de que nenhuma provou ser verdadeira. A única verdade evidente de cada uma é a de que todas as outras são falsas.

Bastam estas razões para contestar afirmações de quem relata factos sem a preocupação de apresentar provas. Ninguém pergunta a B16 em que se baseou para atribuir a Nuno Álvares Pereira a cura da queimadura do olho esquerdo da D. Guilhermina.