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Miscelânea de notícias (2/5/2007)

  1. Juan José Daboub, uma figura chave do Banco Mundial, com alegadas ligações à Opus Dei, foi acusado anteontem de sabotar as políticas de apoio à saúde feminina. Terá ordenado a eliminação de objectivos e políticas relacionadas com o planeamento familiar. Em particular que fossem removidas referências à saúde reprodutiva do programa de assistência a Madagáscar.
    O planeamento familiar é fulcral para o desenvolvimento, para a saúde e liberdade dos cidadãos, mas algumas superstições e tabus agravam dramas económicos, sociais e culturais.
  2. O Parlamento Europeu aprovou uma resolução criticando políticos e líderes religiosos for «comentários discriminatórios» sobre homossexuais, e alegadamente «fermentarem o ódio e a violência».
    Uma mensagem para a Polónia, certamente…
    Bem sabemos que a homofobia tem boa fundamentação teológica, mas chega de deixar que tais superstições atrapalhem a construção de uma sociedade mais tolerante.
  3. «Em pose de estado [Alberto João Jardim], coloca-se ao lado dos autarcas locais, que também ouvem a música. A banda termina e todos se dirigem para o local de inauguração. Há um palanque, negro, sem qualquer inscrição. Discursa o padre. Bem, depende do padre. Pode realizar uma pequena comunicação ou uma curta missa, com direito a leitura litúrgica participada e muitos rituais cristãos. Benze o local. […] São assim as inaugurações ao estilo Alberto João Jardim. E não só agora, mas durante todo o ano, durante todos os anos dos seus 30 anos de exercício como Presidente do Governo Regional da Madeira»
    É triste esta promiscuidade entre a religião e a política, principalmente quando se entende a importância da separação entre Estado e Igreja. Mas pior é mesmo ver o Bispo a fazer campanha política contra certos segmentos do eleitorado, como acontece de vez em quando…
  4. Na Tailândia, activistas islâmicos matam uma criança de três anos. O mesmo grupo terá sido responsável pela recente morte de um professor de 67 anos no passado sábado, e por vários feridos. Desde 2004 terão morrido cerca de 2100 pessoas devido a este conflito.
    Tanto quanto sei, a religião não terá tido um papel central neste conflito em particular, mas certamente que a sua influência não é irrelevante. O dogmatismo não é conhecido por facilitar negociações…