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  • 16 de Novembro, 2014
  • Por Carlos Esperança
  • Ateísmo

CEP publicou em 2005 uma nota sobre a procriação medicamente assistida

Certamente preocupada com os baixos índices de natalidade, pelo menos entre o clero, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou, há quase uma década, uma nota sobre a procriação medicamente assistida.

Entende-se a apreensão dos prelados, porque no Vaticano, sede da Empresa e do Estado de que se sentem cidadãos, há muito que não nasce uma só criança. É, aliás, o único Estado do mundo sem maternidade.

Os bispos compreendem, como ninguém, a ansiedade de um filho desejado, a ansiedade de um casal que, por mais que tente, a mulher não alcança, e o declínio demográfico do País, apesar das orações, novenas e promessas não cumpridas por falta de graças.

Quase uma década depois, sem qualquer êxito, porque o Céu não ouviu os bispos ou as suas recomendações falharam, é altura de mudar de rumo perante uma situação que não deixou de agravar-se.

As frequentes e reiteradas consagrações à Virgem não inverteram a curva demográfica descendente. Talvez por ser à Virgem. Deviam virar-se para Maria Madalena ou para a canonização de Messalina e Lucrécia Bórgia a quem consagrariam, depois, o país, como estímulo à procriação.

Acabaram a pronunciar-se sobre embriões excedentários as reverendas criaturas, pois por cada embrião fabrica-se uma alma e com os excedentários fica a dúvida se sobra a alma ou falta a criança. É esta a dúvida metódica que dilacera os bispos que, com a sua experiência, querem contribuir para a teologia da procriação.

Mal sabem eles, na sua obsessão pela castidade, que o método tradicional da reprodução continua a ser o mais popular e agradável.