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Bastiões da fé II: o caso grego

Outro reduto da fé radical e abusiva é sem dúvida a Grécia onde a Igreja Ortodoxa Grega se insinuou de tal modo no Estado e nas vidas dos seus cidadãos que durante muito tempo foi impossível promulgar qualquer legislação que ameaçasse a ortodoxia.

Mas os tempos mudaram. Recentemente o público grego tem sido sistematicamente confrontado com escândalos dentro da Igreja. Desde traficantes de droga que se fazem passar por monges para fugir às autoridades (com a aparente cumplicidade da hierarquia da Igreja Ortodoxa Grega – IOG) a altos representantes da mesma Igreja que são acusados de corrupção (subornos a juizes e outros funcionários).

Tudo isto mais a inevitável mudança de mentalidade causou um verdadeiro colapso no apoio à Igreja e à sua posição privilegiada dentro da sociedade grega (cerca de 65% dos gregos são a favor da separação da Igreja e do estado). Pela primeira vez em muitos anos há uma oposição clara ao posicionamento do Estado face à Igreja. Até o parlamento grego partilha este sentimento, no mês passado na tomada de posse do novo presidente muitos deputados saíram da sala ou recusaram-se a levantar-se à entrada do arcebispo Christodoulos (representante máximo da IOG).

Ventos de mudança chegaram à Grécia, parecendo provável que os dias de religião forçada nas escolas gregas (ensinada como é óbvio pela IOG) e salários clericais pagos pelo governo estão a chegar ao fim.