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  • 5 de Fevereiro, 2013
  • Por Carlos Esperança
  • Catolicismo

A iniquidade das capelanias hospitalares

A defesa das capelanias hospitalares é uma exigência de manutenção da assistência religiosa católica comparticipada pelo Estado a 100% enquanto às outras religiões se lhes reserva o simples consentimento de entrada no mercado da fé, sem garantia de quaisquer honorários nem a mais leve possibilidade de competição em regime de igualdade.

Mas, contrariamente aos medicamentos em que o mesmo princípio ativo goza de igualdade de tratamento legal na comparticipação, no que diz respeito às religiões tal não é possível. A religião católica exige que o Estado continue a empregar nos hospitais um capelão mantido pelo orçamento em regime de dedicação exclusiva, garantindo assim a confissão, a missa e a unção aos enfermos, deixando-lhes apenas o ónus da penitência. Quanto às outras religiões reserva-lhes uma mera autorização de acesso aos hospitais e aos seus funcionários o simples regime de chamada.

Basear tão injusta discriminação num princípio como a tradição é como manter um qualquer sinapismo ou a aplicação de sanguessugas com o argumento de que são usadas desde tempos imemoriais.

O Estado participa a confissão, a missa e a unção, deixando ao utente, como taxa moderadora, a penitência.