Loading
  • 24 de Janeiro, 2013
  • Por Carlos Esperança
  • Ateísmo

O DEUS INVISÍVEL

Por

David Ferreira

    A existência e a necessidade de implementação de religiões organizadas, constitui-se, porventura, como a maior prova da não existência dos deuses que as civilizações mais primitivas conjeturaram, antropomorfizaram ou idealizaram, partindo, então, de pressupostos compreensivelmente necessários para saciar a curiosidade gerada por um cérebro a fervilhar de potencial evolutivo, mas ainda na sua infância.

   Os deuses cruéis ou piedosos que se exibem nas galerias de arte sacra ou nos grandiosos quadros filosóficos de expressionismo abstrato que cromatizam as galerias unicolores das mentes dos teólogos, possuem todos uma caraterística que se assume como naturalmente intrínseca: a invisibilidade.

   Um Deus invisível é um Deus que se anula a si próprio conscientemente. Um Deus que se anula a si próprio conscientemente, carece de suprema consciência. Um Deus que carece de suprema consciência, não é Deus, é um eco da nossa inconsistência arremessado e repelido com a mesma exatidão.

A existência de Deus torna-se assim apenas possível por intermédio da necessidade de uma consciência coletiva e consistente que preceda a materialização do culto organizado e cujo único móbil é a volubilidade da consciência individual. Só um Deus invisível justifica a necessidade de proselitismo.