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  • 15 de Dezembro, 2012
  • Por Carlos Esperança
  • Ateísmo

O Deus do Novo Testamento

Por

Kavkaz

Há quem pense que “Deus” muda de carácter com o tempo. O Antigo Testamento relata-nos um “Deus” a provocar o Dilúvio, a destruir as cidades de Sodoma e Gomorra. Tudo por alegada perversidade humana. Ele não hesitou em provocar o sofrimento e a morte a tantos seres humanos, à excepção de Noé. Não distinguiu mulheres, velhos e crianças inocentes. Foi tudo arrasado por capricho de “Deus”. É o que nos relata a Bíblia. Mas não acreditem, pois é um livro repleto de histórias falsas.

Há crentes a dizer que o “Deus” do Novo Testamento já é bom, cheio de amor para dar, já não será o mesmo das depressões destrutivas. Dizem-nos que “Deus” até deixou que matassem o próprio filho feito a uma mulher a quem não pagava os alimentos e a educação do rebento e com quem não vivia maritalmente. Permitir matar o alegado filho, Jesus Cristo, para benefício da idolatria, é moral e criminalmente condenável. Se não soubermos que a história está mal contada e interpretada, teremos de exigir o julgamento de “Deus” pelas barbaridades cometidas. Como o faremos a todo e qualquer que tentar igual.

O Novo Testamento relata-nos um “Deus” com o mesmo carácter e estilo do Antigo Testamento. Ele não mudou e não se curou da esquizofrenia destruidora que o afectava. No livro Apocalipse podemos ver o que “Deus” pensa fazer. A manifestação de ódio e intenção de violência é extraordinária. Ninguém consegue imaginar e/ou fazer pior:

«Os tíbios, os infiéis, os depravados, os homicidas, os impuros, os maléficos, os idólatras e todos os mentirosos terão como quinhão o tanque ardente de fogo e enxofre, a segunda morte». Apocalipse: 21, 8.

O Novo Testamento relata-nos como “Deus” tenciona viver num futuro imaginado. Será de forma modesta, sem riquezas? Mas que “Deus” poderá existir sem o brilho e o resplandecer do ouro e das pedras preciosas? Não seria grande… Seria muito simples e acabaria por ser ultrapassado e ignorado pelos mais fortes.

O livro Apocalipse descreve-nos a cidade onde “Deus” viverá, Jerusalém (são judeus, lembrem-se):

«A cidade não necessita de sol nem de lua para iluminar, porque a glória de Deus a ilumina, e a sua luz é o Cordeiro». Apocalipse: 21, 23.

A cidade de “Deus” é muito mais rica e poderosa que todos os El Dourados do mundo juntos. Vê-se assim a cobiça e a luxúria de “Deus”:
«O material da muralha era jaspe, e a cidade ouro puro, semelhante a puro cristal. Os alicerces da muralha da cidade eram ornados de toda espécie de pedras preciosas: o primeiro era de jaspe, o segundo de safira, o terceiro de calcedônia, o quarto de esmeralda, o quinto de sardônica, o sexto de cornalina, o sétimo de crisólito, o oitavo de berilo, o nono de topázio, o décimo de crisóparo, o undécimo de jacinto e o duodécimo de ametista. Cada uma das doze portas era feita de uma só pérola e a avenida da cidade era de ouro, transparente como cristal. Não vi nela, porém, templo algum, porque o Senhor Deus Dominador é o seu templo, assim como o Cordeiro». Apocalipse: 21, 18-22.

Este “Deus” da Bíblia será o mesmo dos crentes que nos lêem? Talvez tenham inventado e imaginado um outro “Deus”, menos fantasioso e menos ambicioso por ouro e pedras preciosas. Se é outro o vosso “Deus” devem arranjar-lhe um nome diferente. Talvez a Bíblia não seja mesmo aquele livro em que os crentes acreditam seriamente…