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Mês: Setembro 2012

27 de Setembro, 2012 Ricardo Alves

Acha que sabe muito sobre liberdade de expressão? Sim? Então…

…Então responda às perguntas seguintes na caixa de comentários deste artigo. Todos os acontecimentos se deram esta semana. Não vale ir ao Google (ou às redes sociais).

    1. No Egipto, um manifestante foi preso por rasgar um livro «sagrado». Esse livro era:
      1. O Corão;
      2. A Torá;
      3. A Bíblia;
      4. O livro de Mórmon;
      5. Outro.
    2. Um homem foi preso por comparar, no Facebook, uma figura religiosa a um prato de massa. O país é:
      1. A Tunísia;
      2. O Egipto;
      3. A Arábia Saudita;
      4. A Grécia;
      5. A Rússia.
    3. Um sacerdote disse que «nada está acima da liberdade de expressão». A sua religião é:
      1. O islão;
      2. O catolicismo;
      3. O cristianismo na variante evangélica;
      4. O budismo;
      5. A cientologia.
    4. Uma democracia «ocidental» bloqueou o filme «A Inocência dos Muçulmanos» no youtube. O país é:
      1. Os EUA;
      2. O Brasil;
      3. Portugal;
      4. A Polónia;
      5. A Irlanda.
    5. Um presidente disse «eu aceito que as pessoas me vão chamar coisas terríveis todos os dias, e defenderei sempre o seu direito de as dizer». O presidente é:
      1. Mahmoud Ahmadinejad;
      2. François Hollande;
      3. Giorgio Napolitano;
      4. Barack Obama;
      5. Cavaco Silva.

Respostas dentro de 24 horas ou mais. Nada de respostas múltiplas.

        [Esquerda Republicana/Diário Ateísta]
26 de Setembro, 2012 Carlos Esperança

A ICAR está cada vez mais obsoleta

A ICAR, incapaz de inovar, para manter fiel a clientela, acaba por regressar aos velhos truques numa sociedade alfabetizada. Os milagres muito batidos, o aparecimento da Virgem (a obsessão pela virgindade é esquizofrénica) a uns pobres de espírito a quem transmite recados do seu divino filho, visitas do Cristo, ele próprio, a uns inocentes a quem faz pedidos patetas e um ror de prodígios capaz de adormecer crianças e imbecilizar adultos, são os truques em que reincide para manter a quota de mercado e alargar a base de apoio.

Nem ao menos se lembra de encomendar hóstias com sabores às pastelarias diocesanas, perfumar a água benta com aromas testados à saída da missa pela pituitária dos devotos, temperar a água com que batiza as crianças, evitando o choro e o resfriado, ou inovar a música e ultrapassar o cantochão. Até os chocalhos que anunciam a passagem da hóstia pelo sacrário estão desafinados e distorcem o som com o verdete acumulado.

Bem sei que o passado pouco recomendável de muitos papas, bispos e padres não ajuda à propagação da fé e à frequência do culto. O livro de referência – a Bíblia – tão arcaico e cruel, tão cheio de incoerências e maldições, não ajuda o prestígio de Deus, acusado de ser o seu autor.

Que resta, pois, à ICAR, perdido o medo do inferno, desinteressados homens e mulheres do destino da alma, incapaz de conter o consumo de carne de porco à sexta-feira, sem clientes para as bulas e com o dízimo caído em desuso?

Cada vez se encontra em maiores dificuldades para introduzir no código penal o pecado como crime. Não consegue para os pecados veniais uma simples coima nem para os mortais uma pena de prisão. A blasfémia é ignorada em juízo, o divórcio é facilitado e o adultério deixou de interessar o Estado. Apenas o aborto consegue ainda, em países de forte poder clerical, devassar a vida íntima das mulheres e submetê-las ao vexame de um julgamento e ao opróbrio da prisão. Mesmo a apostasia, que é para os pios doutores da ICAR, uma ofensa imperdoável, é uma prática corrente e um direito inalienável.

Assim, resta à ICAR vociferar contra o preservativo, atirar-se à pílula como São Tiago aos mouros e execrar a investigação em células estaminais. Já poucos lhe ligam quando apostrofa a eutanásia, afronta a proibição do ensino da religião nas escolas do Estado ou injuria os casamentos homossexuais.

Os padres vão enegrecer ao fumo das velas, abandonados pelos crentes, proibidos de ter uma companheira que lhes alivie a solidão, enquanto os bispos e o papa satisfazem o narcisismo com a riqueza e o colorido dos paramentos. Acabam por descrer da virtude da Igreja, da bondade do seu Deus e a renunciar à salvação da alma.

25 de Setembro, 2012 Carlos Esperança

Escândalo do Vaticano mostra a ponta do icebergue

Julgamento de ex-mordomo do papa expõe «VaticanLeaks»

Há seis anos, todos os dias, antes do amanhecer e depois do anoitecer, Paolo Gabriele, de 46 anos, casado e pai de três filhos, percorria a pé a distância entre a sua residência e o apartamento de Bento XVI. Na ida e na volta, o mordomo do papa passava junto a um caixa automático muito peculiar. O fundo do ecrã reproduz «A Criação de Adão», o fresco pintado por Michelangelo no tecto da Capela Sistina, e entre as línguas que o convidam a introduzir o cartão e retirar euros está o latim: «Inserito scidulam quaeso ut faciundam cognoscas rationem» (que pode ser traduzido como: «Coloque o seu cartão para realizar as suas operações»).

Há quatro meses Paolo Gabriele deixou de passar junto do caixa do Banco do Vaticano. Em 23 de Maio, a polícia deteve-o sob a acusação de roubar e divulgar para a imprensa a correspondência particular de Joseph Ratzinger. Gabriele, também conhecido como Paoletto, afirmou que a sua única intenção foi ajudar a Igreja e o papa, revelando as intrigas palacianas.

O julgamento, que começa no próximo sábado, na Cidade do Vaticano, deverá esclarecer se, como no caixa, a religião, a arte e o latim só serviam de envoltório para um motivo muito mais terreno.

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25 de Setembro, 2012 Carlos Esperança

É preciso topete

O secretário de Estado do Vaticano vai receber esta terça-feira o prémio internacional ‘Conde de Barcelona’ das mãos do rei de Espanha, num reconhecimento à sua ação pessoal e ao empenho da Igreja nos países afetados pela crise.

O galardão, na sua quarta edição, distingue personalidades e instituições que se tenham destacado pelo seu contributo no mundo da comunicação e foi instituído pela fundação homónima, ligada ao jornal ‘La Vanguardia’, sob a presidência do rei Juan Carlos I.

Comentário: A Igreja católica, além de parasitar o Estado espanhol a quem fica demasiado cara, nunca deixou de interferir nos assuntos internos do País. Mas não admira que uma monarquia que o genocida Franco deixou em herança se ajoelhe perante o Vaticano.