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  • 1 de Abril, 2010
  • Por Carlos Esperança
  • Literatura

De um sócio da AAP: Mais um livro sobre ateísmo

O autor pretende demonstrar e analisar as muito relevantes diferenças existentes entre a doutrina da Igreja de Roma quando do seu início e a actualidade, relacionando-as como consequência da necessidade da sua adaptação à permanente  evolução dos padrões culturais das sociedades,  provenientes da sua evolução técnico-científica, e da perca pela Igreja, ao longo dos tempos, do poder necessário a uma obrigatória aceitação dogmática das suas decisões.

Desta forma, aparecem importantes contradições no discurso dos seus representantes, descredibilizando a Instituição, pois são postas em discussão temas base da sua construção doutrinal, como o Pecado Original. Mais ainda, os planos do Criador são objecto de totais ‘fiascos’, como a actuação do Homem, a revolta dos Anjos, o aparecimento do Demónio e do Inferno, e, mesmo, os incompreensíveis desvios religiosos verificados com o Seu Povo Eleito. Sem esquecer a tardia introdução da Morte na vida do Homem, e a autorização de Deus para as criaturas se poderem comer reciprocamente. Ou seja, um Deus supremamente bondoso e justo, acaba por criar um mundo com um grau de extrema crueldade.

Curiosamente, o material utilizado é, predominantemente, de origem católica, como a Bíblia Sagrada, o Catecismo ou obras do Padre Manuel Bernardes e Padre António Maria Bonucci.

Continuando, um passo importante na vida de Deus, foi  a sua formação na actual versão trinitária, por obra e graça de um imperador romano, Constantino, por motivos políticos. Conclua-se, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, apareceram apenas no século IV, e este acontecimento foi objecto de cismas, excomunhões e mortes, que, é entendido, envergonhariam qualquer instituição de segunda ou terceira ordem. Esta actuação dos seus representantes na Terra tem o correspondente seguimento nos séculos seguintes, e até aos dias de hoje, e é sumariamente apreciada em variados aspectos , embora de forma a poderem tirar-se as devidas conclusões, nada edificantes para o Papado e seus acólitos.

É, no final, analisada a perspectiva do Futuro em duas alternativas, a ‘científica’ e a ‘religiosa’, dando ao leitor, como aliás noutros momentos do livro, a possibilidade de fazer a sua opção.

Em conclusão, é uma obra que pretende responder a questões frequentemente colocadas, como se pode ler na sua contra-capa :
“Deus existe? Deus tem de existir para a compreensão do Universo?
A Criação foi obra de um Deus justo e misericordioso?
O Homem é a obra-prima da criação de Deus?
É aceitável a existência do Inferno e do castigo eterno?
Quais as causas da revolta dos Anjos, criados pelo Senhor?
Os milagres ‘oficiais’ são credíveis?
A actuação da hierarquia da Igreja de Roma teve dignidade ao longo dos séculos?
As religiões foram benéficas para a Humanidade, ou constituíram um travão ao seu desenvolvimento?
As respostas a estas questões são matéria de Fé, ou devem basear-se na Razão?

Estas e outras importantes questões são abordadas nesta obra de uma forma que se pretendeu tão objectiva e lógica quanto possível, tentando fornecer ao leitor, por meio da apresentação de pontos de vista opostos, os elementos indispensáveis à formulação da sua própria opinião.”