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  • 22 de Fevereiro, 2010
  • Por Carlos Esperança
  • Laicidade

Agnosticismo e ateísmo

Agnosticismo é a doutrina que afirma que a questão da existência ou não de um poder superior (Deus) não foi nem pode ser resolvida. O termo foi cunhado pelo biólogo britânico Thomas Henry Huxley ” no início do último quartel do séc. XIX.
[a-” anteposto à palavra grega “gnostos” (conhecimento)].

Teísmo e ateísmo separam os que acreditam em deus (seja isso o que for) dos que não acreditam, enquanto o agnosticismo designa os que afirmam a incapacidade da razão para especular acerca do sobrenatural não excluindo, conforme a postura perante a crença, uma orientação teísta (conhecimento pela fé!?), deísta ou ateísta.

O ateísmo é o grade inimigo das Igrejas. Os infiéis sempre foram o alvo da fúria beata, fosse das Cruzadas ou da jihad, mas são os ateus que suscitam o ódio mais intenso dos dois monoteísmos mais extremistas – o cristianismo, e, sobretudo, o islamismo.

Só por curiosidade, vale a pena lembrar, a propósito, que a peregrinação a Fátima, em 13 de Maio de 2008, presidida pelo cardeal Saraiva Martins, foi realizada «contra o ateísmo». Não havendo provas da eficácia das peregrinações, podia, ao menos, ter sido disfarçada em nome da fé, em vez de assumir o carácter belicista contra o ateísmo. No mesmo ano, o patriarca Policarpo afirmou que «Todas as expressões de ateísmo, todas as formas existenciais de negação ou esquecimento de Deus, continuam a ser o maior drama da humanidade». Nem as pandemias, os cataclismos e as guerras constituem um drama maior ou, sequer, equivalente!

Os crédulos procuram sempre algo, cuja explicação se desconhece, para atribuir a deus. Este é o suspeito do costume para preencher todos os vazios, a justificação por defeito para todas as dúvidas, o pretexto para que os homens abdiquem da busca da verdade.