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A Igreja católica abandona a Europa (2)

Por

E – Pá

A Europa é sempre um Continente muito difícil…
Tem uma carga histórica muito pesada, não perdoa hesitações identitárias, uma cultura muito detalhada e em permanente agitação, não suporta o imobilismo e economicamente procura afincadamente a estabilidade, a segurança e o desenvolvimento sustentado e detesta o espírito de El Dorado.

Por isso, muitos povos, em determinados períodos da sua história preferiram virar-lhe as costas. Depois, regressam ao seu berço civilizacional, como filhos pródigos.

Sucedeu isso a Portugal nos séc. XV/XVI, altura em que voltámos as costas à Europa e partimos para África e Oriente. É a conhecida epopeia dos Descobrimentos.
Só regressaríamos em pleno ao convívio europeu, muitos séculos depois, no início do sec. XIX, a reboque da Revolução Francesa, em plena revolta liberal.

A ICAR bateu-se na Europa durante milénios. Está exangue. Foi a Reforma, a Contra-Reforma, o Iluminismo, os movimentos liberais, a ascensão burguesa, o movimento operário, o sindicalismo, as mudanças sociais da era industrial , as lutas entre republicanos e monárquicos, etc.

Provavelmente, tem melhores oportunidades em África e no Continente sul-americano e novos terrenos para o seu múnus, isto é, dilatar a Fé. Já que o Império feneceu.

Ao virar as costas à Europa, estará a reciclar histórias da caminhada europeia, onde sempre houve apogeu e declínios. E a ICAR, na Europa, está em franco declínio.

Lançou o balão de ensaio de Lourdes, segura Fátima (mais o anterior do que este), mas não chega.
A ambição da ICAR é universal e, neste momento, nesse aspecto está, gravemente, comprometida.

Mas Bento XVI não tem “golpe de asa” para esta mudança.

Haverá, com certeza, preparativos prévios, esta é a minha premonição.