Loading
  • 17 de Novembro, 2008
  • Por Carlos Esperança
  • Catolicismo

Factos são factos

O banqueiro de Deus, o arcebispo Marcinkus, fez prosperar o Instituto “Obras Religiosas” – Banco do Vaticano – e foi importante dirigente da “Santa Aliança”, a segurança do Papa.

Nomes bonitos pra coisas tão feias é porque a Santa Madre sabe muito bem que, se chama de pata o rabo da vaca, a multidão de tolos, perdão, fiéis, passará a jurar que a vaca tem cinco patas.

Marcinkus (tive a glória de vê-lo dar um safanão num jornalista em pleno meio-dia, quando o Papa visitava o Cristo Redentor) esteve envolvido com a máfia (principalmente com os chefes Gambino e Calvi, que , este, acabou enforcado numa ponte de Londres) e implicado no assassinato do Papa João Paulo I.

Mas quando a justiça italiana o condenou, o Vaticano continuou a protegê-lo.

Quer dizer, vivia muito bem no Vaticano, mas não podia atravesar a rua para a Itália.

Porém a interdição durou só dois anos e ela passou os dez últimos anos de sua vida perto de sua cidade natal, de volta a Chicago. Claro que o crime compensa, pessoal.

 

Millôr Fernandes