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Timor – um país frágil

Quando um país, na infância da independência, dá os primeiros passos em liberdade merece que a economia ajude os cidadãos que escolheram com sangue o seu destino colectivo.

Timor tem condições para ser viável mas não pode desintegrar-se sob a pressão da bomba demográfica que o torna cada dia mais pobre. Não há produto interno bruto que acompanhe uma fertilidade descontrolada, uma paz que resista à fome e ao desemprego, Governo que assegure, nestas condições, um futuro condigno para os seus cidadãos.

Se há um país onde é urgente o planeamento familiar, a protecção da maternidade consciente e uma pedagogia demográfica, é Timor.

A Igreja católica, por preconceitos atávicos e insensibilidade do actual Papa, não pensa assim. A miséria é, aliás, um factor que, aliado ao analfabetismo, aumenta o poder do clero, seja qual for a religião.

Em Timor, em vez de médicos e professores, em vez de pílula e dos preservativos, em vez do desenvolvimento económico e social, é a fé que se mantém em alta.

Crescem as vocações sacerdotais, aumenta o número de catequistas e paira a ameaça de uma Concordata e não tarda que haja mais um bispo. Uma diocese faz menos falta do que um hospital ou uma universidade mas o Vaticano tem especial cuidado com as almas. É o seu negócio.