Loading

Mês: Janeiro 2008

11 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

Religiões…

Enquanto o judaísmo e o cristianismo se vão desabituando de torturar e matar hereges e recorrem cada vez menos à censura, não por falta de vontade e de bons conselhos dos seus livros sagrados, mas porque o clero foi metido nos eixos, o Islão continua fiel à palavra de Deus na louca felicidade com que lapida mulheres, degola homens e treina mártires.

Até na imitação pedófila do profeta, que «casou» com uma menina de nove anos, graças à riqueza da viúva que desposou primeiro, até nisso os crentes tribais o imitam com desvelo.

Claro que as três religiões são farinha do mesmo saco e o Corão é o plágio grosseiro dos mitos judeus e cristãos, mas falar de humanidade ou de moral a respeito das religiões urge esquecer os livros sagrados e ouvir os pregadores que, por ignorância e bondade, podem eventualmente reflectir os princípios humanistas do Iluminismo.

Quando uma alimária como Moisés ordena aos pais que apedrejem os filhos até à morte para punir a indisciplina (Deuteronómio); quando se descende de Abraão, um selvagem que estava disposto a sacrificar o filho porque o Deus da sua cabeça estúpida lho tinha pedido; quando se acredita num Deus que fez o Mundo em seis dias, não é na religião que crê, é num rol de mentiras e num manual de terrorismo.

Foi neste clima de demência que os santos padres da Inquisição descobriram que havia mulheres que fornicavam com o diabo, que Pio IX descobriu a virgindade de Maria e os trogloditas do Islão fanatizam crianças que se imolam castos com sonhos eróticos das 70 virgens que os aguardam, sem saberem que são um erro de tradução que queria dizer «passas de uvas brancas doces» e que acabam por morrer e matar a troco de uma cesta de fruta que não existe. 

10 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

Andar aos gambozinos

Na minha infância soía enganar os pacóvios com um animal imaginário que habitava os campos das aldeias. Havia sempre um pateta disponível para segurar um saco junto de um buraco de qualquer parede, enquanto os foliões iam tocar os gambozinos que viriam parar ao saco que o idiota segurava e logo fecharia quando os ditos entrassem.

Era a chacota que o esperava quando, farto da demora, desistia e voltava á aldeia. Não sei como uma ideia tão próxima da de Deus não deu origem a uma cadeira universitária, a Gambozinologia, tão próxima da teologia, uma ciência sem objecto.

Se a ideia lograsse o êxito da invenção de deus, teríamos hoje gambozinólogos de muito prestígio que nada ficariam a dever aos santos doutores da Igreja e aos eruditos teólogos que fazem a exegese de textos pouco recomendáveis onde os instintos mais primários dos homens contaminaram o deus que inventaram.

Certamente que, à semelhança de Agostinho, o santo que inventou o Limbo para as almas das crianças não baptizadas, teríamos gambozinólogos a estudarem a vida dos gambozinos, filhos de virgens, espetados em cruzetas para salvação dos outros, que se fingiam mortos durante algum tempo e ressuscitariam ao terceiro dia.

Hoje, quando perguntassem a uma criança, quem fez o mundo ela responderia com a maior convicção: foram os gambozinos que ao 7.º dia descansaram.

9 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

A ICAR e a política espanhola

Lluís Martínez Sistach não é só o arcebispo nomeado para a diocese de Barcelona, é o comissário político do Vaticano na luta contra o PSOE.

Barcelona foi recentemente dividida em três dioceses e cabe ao cardeal Martinez ser o rosto visível da luta contra o PSOE e contra a política que Zapatero seguiu em relação aos temas a que a Igreja católica é mais sensível.

Depois do comício de Madrid, a dois meses das eleições legislativas, a Igreja espanhola abandonou a aconselhável prudência e saiu à rua em manifestações de acentuado cunho político, com ataques explícitos ao Governo e ao partido que o sustenta, num arriscado braço de ferro que tanto pode significar desespero como revelar a natureza franquista dos seus bispos.

A plataforma organizadora da manifestação de repúdio ao Governo – é lícito chamar-lhe assim – reúne numerosa paróquias, colégios, minúsculas ordens religiosas e associações católicas de alunos. Depois do gigantesco protesto de 30 de Dezembro em Madrid, está marcado para Barcelona, abrilhantado com a presença do cardeal Martinez, «um grande acto pela vida, a família e as liberdades» que terá lugar em 27 de Janeiro.

O grande paradoxo reside no facto de o clero não gerar vida, não constituir família nem apreciar a liberdade, pelo menos o clero espanhol.

9 de Janeiro, 2008 Ricardo Silvestre

amizades perigosas

Neste vídeo encontramos um dos problemas primários da situação do Médio-Oriente.

Aos 1.58seg deste clip, o Rabi Shlomo Riskin diz que espera que o Presidente Bush defenda a existência de certos colonatos de Israel na Palestina porque, e passo a citar “o Presidente Bush que é um born again Christian [alguém que renasceu para o Cristianismo] é um amigo de Israel, porque, as fundações das suas crenças são baseadas na Bíblia, assim como as nossas crenças são baseadas na Bíblia.”

Mas não se pense que é só de um lado. Enquanto os Palestinos tiverem a “solidariedade religiosa” de países como a Síria ou o Irão, também este povo irá boicotar os processos de paz a cada passo que puderem, com terrorismo e ataques paramilitares sobre a população Israelita.

Enquanto estas amizades textuais vigorarem, sítios como Efrat no West Bank vão continuar a ser lugar de intolerância e violência, devido ao que vem escrito num documento produzido por homens da Idade do Bronze. Não haverá solução para o problema entre Judeus e Árabes enquanto estas divisões forem iluminadas por certezas divinas. Dos dois lados, assim como de toda a comunidade internacional, tem de haver a compreensão que aqueles dois povos têm de abordar esta temática de uma forma secular e com bom senso. Infelizmente, não se consegue vislumbrar isso.

Eu tenho uma sugestão. Estes crentes, tão convencidos da sua legitimidade, por favor convoquem os respectivos deuses (YHWH e Allah) para os dois se sentarem na mesa de negociações e darem uma ajudinha no processo. 

9 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

Os homens nascem ateus

Os homens nascem ateus mas a família, a sociedade e os padres logo os corrompem à nascença com um qualquer ritual iniciático que os integra numa sociedade exotérica donde apenas se sai com o anátema de apóstata e a cabeça a prémio.

Quando uma criança aprende a ler, logo lhe ensinam o catecismo. Servem-lhe os rituais e conduzem-na pelos trilhos da tradição que faz de uma pessoa crente e deste prosélito.

É assim que a geografia da fé faz muçulmanos no Médio Oriente, católicos no Sul da Europa e nos países colonizados pela cruz e a espada, protestantes nos países de cultura anglo-saxónica e hinduístas e budistas na Ásia, com excepções e oásis de pluralismo onde o Estado se tornou laico ou os acasos da história criaram condições propícias.

Seja qual for a religião, é a vocação totalitária que devora os crentes. Não lhes basta o Paraíso que os espera, exigem aos outros que os acompanhem nem que para isso seja preciso usar os métodos preconizados nos livros sagrados.

É assim que os homens se habituam a viver de joelhos quando a honra lhes exigia que ficassem de pé e acabam de rastos quando os padres lhes apontam a vontade do deus à custa de quem vivem.

Os homens nascem ateus mas há sempre quem queira transformar cidadãos em beatos e livres-pensadores em prosélitos da fé. 

8 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

A fé é que os desculpa

Se a religião tem como referência um indivíduo cuja existência é duvidosa ou um rude pastor que plagiou a Bíblia, livro de origem duvidosa e medíocre valor histórico, algo compromete o negócio da fé.

Cristo, aquele que dizem ter sido espetado num sinal mais para resgatar os pecados dos outros, espécie de masoquista sem tino, pode não ter existido, como sustentam o professor G. A. Wells, da Universidade de Londres, na obra «Did Jesus Exist?», Emílio Bossi em «Cristo Nunca Existiu» ou, ainda, como o admite Renan na «Vida de Jesus».

Os quatro evangelhos que sobraram de uma febril produção para inventar um Deus a partir de um homem, criaram o primeiro e nada provam do segundo. O cristianismo é uma burla que partiu de outra – o judaísmo – e havia de dar origem a numerosas outras de que a mais perigosa é ainda o islamismo – um plágio grosseiro e perverso.

A história do cosmos começou há cerca de doze mil milhões de anos mas um clérigo, o famoso bispo James Ussher de Armagh, concluiu que a Terra (só a Terra, não o cosmos) nasceu no sábado de 4004 a.C., às seis horas da tarde. É este rigor na mentira que dá mais crédito à fé e mais fé aos crentes.

O Antigo Testamento é um texto horrível da Idade do Bronze do qual evoluíram três religiões desumanas que alimentam uma multidão de parasitas pelo Planeta. Cristo é o ganha-pão de muitos e está na origem do luxo e ostentação dos Papas e não pára de dar origem a pequenos e lucrativos negócios: IURD, Mormonismo e outros.

Com tanta mentira valha-nos a divertida ignorância daquele Governador do Texas a quem inquiriram se achava bem o ensino da Bíblia em espanhol e ele respondeu que se o inglês foi suficientemente bom para Cristo se exprimir, não via necessidade de se usar outra língua.

8 de Janeiro, 2008 Ricardo Silvestre

Problemas de comunicação+adenda

Depois dos estrondosos falhanços de comunicação entre Pat Robertson e deus no início de 2007 (só para dar um exemplo, deus disse ao Pat que os Estados Unidos iriam sofrer em 07, por causa de se estarem a tornar progressivamente numa sociedade mais secular, um ataque “do estilo nuclear”), ambos não ficaram desmotivados por tanto tiro ao lado, e voltam à carga em 2008.

Enquanto Pat estava prostrado de joelhos à frente da imagem do deus barbudo, este materializou-se, alisou a barba, e disse ao seu seguidor: “zruinkad, drfiaiidelle friiososi loookkfmmf apiiiridiei dassssaekms”. Como se sabe, Pat percebe a língua de deus, e como tal, este resolveu vir incomodar as pessoas mais uma vez, espalhando a “palavra do senhor”.

Previsões mais ousadas: em 2008, na América, vai haver uma recessão, e muita agitação social com violência à mistura.

Ora bem! Parece que deus está novamente no seu melhor. Pegou no N.Y. Times e leu a parte financeira, e pegou no L.A. Times na secção de crime, e ditou a sua sentença.

Ou então, estava era a dizer qual o resultado da final do campeonato de futebol Americano, e é o bobo da corte do Pat que está (sempre foi) senil. Eu predigo que é a segunda opção a mais correcta.

Pat

Obrigado ao Luís Correia do Porto, por este link.

Se eu fosse vaidoso, diria que “great minds think alike” (grandes mentes pensam da mesma forma), mas eu não sou.

7 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

As religiões e a liberdade

Quando, no Diário Ateísta, combato os mais altos dignitários das três sinistras religiões do livro, não o faço por julgar que todos são facínoras, que apenas os move a maldade e o ódio, que todos são membros de máfias que querem destruir a liberdade.

Alguns serão mesmo santas bestas cegas pela fé, recalcados sexuais à espera de virgens celestiais, homens de negócios que têm uma empresa que urge preservar para salvar os postos de trabalho dos promotores da religião.

O que incomoda é a trincheira que escolhem quando se trata da defesa da liberdade ou do progresso. Ainda há pouco, quando a rua muçulmana uivava por causa de umas caricaturas de Maomé, o Papa colocou-se ao lado dos fanáticos que ululavam. Nem o passado sinistro da sua Igreja o acautelou da boçal oposição à liberdade de expressão.

Os direitos individuais que a democracia consagra e os Estados laicos defendem estão sempre, para os parasitas de Deus e intérpretes da sua vontade, em plano secundário.

O exemplo mais aterrador do que pensam os sequazes de Deus aconteceu com Rushdie, na sequência da publicação de «Os Versículos Satânicos». Vários esquadrões da morte foram mobilizados para matar o escritor apóstata, apoiados por embaixadas do Irão, enquanto os seus editores eram agredidos e mortos e as livrarias vandalizadas.

Para desonra das religiões, nojo dos dignitários e desprezo dos infames, é bom lembrar que o Vaticano, o arcebispo de Cantuária e o rabino supremo de Israel tomaram uma posição favorável ao aiatola. Todos se puseram ao lado do carrasco, contra a vítima.

E venham os prosélitos falar da bondade do seu Deus e a da humanidade do seu clero! 

6 de Janeiro, 2008 Ricardo Silvestre

Razões para ser ateísta

Seis razões para se ser um ateísta, retiradas do livro The Little Book of Atheist Spirituality de Andre Comte-Sponville 

  1. A fraqueza dos argumentos da oposição, principalmente as “provas que Deus existe”
  2. Senso comum: se Deus existisse, devia ser fácil o ver ou o sentir
  3. A capacidade de recusar o princípio que para explicar alguma coisa que não entendo tenho de utilizar algo que entendo ainda menos.
  4. A enormidade do mal
  5. A mediocridade da humanidade
  6. O facto de Deus corresponder tão perfeitamente aos nossos desejos, que só por isso temos todas as razões para acreditar que ele foi inventado para satisfazer esses desejos