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Afinal, são deuses

Depois de algumas trocas de impressões com o comentador António, fiquei com a ideia que isto de falarmos de deus de uma forma abstracta é simultâneamente perigoso e inconsequente. O António, por exemplo, define deus como sendo a “bondade humana”. Há quem defina como sendo o conjunto das forças da natureza. Outros, ainda, definem-no como o criador. As definições são variadas e, provavelmente, impossíveis de enumerar.

Esta característica da crença em deus é perigosa e pode funcionar como uma potencial armadilha na abordagem do ateísmo. Os multifacetados conceitos de deus dão cobertura a equívocos e a mal-entendidos.

De agora em diante, antes de iniciar qualquer discussão, prestarei mais atenção à definição de deus válida para o meu interlocutor. É como entrarmos num jogo em que cada vez que este se inicia as regras mudam consoante o adversário. Vá-se lá entender porquê.