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Querido Diário

Inicio aqui a minha colaboração no Diário Ateísta. Devo dizer que encaro com algum nervosismo estes primeiros tempos em que farei parte desta equipa e em que terei de “enfrentar” alguns dos comentadores mais assíduos do Diário.

Sou, claro está, ateu. Para mim ser ateu é, sobretudo, não acreditar no sobrenatural, seja de que espécie for. Ser ateu é duvidar e questionar, promover a discussão, divulgar uma visão naturalista do mundo em que vivemos e acreditar no conhecimento científico, nunca esquecendo a sua capacidade única de auto-validação.

Por outro lado, ser ateu não significa para mim ser anti-crentes. Considero que, enquanto indivíduos, todos nós temos direito à nossa própria interpretação da realidade. O facto de a minha visão ser naturalista e isenta de misticismo não significa que outros não possam ter outras sensibilidades. Não admito é que me tentem impor essas sensibilidades quer a nível particular, quer na sociedade em que me integro. Contudo, aceitar que outros tenham sensibilidades diferentes das minhas não significa que eu as compreenda ou, sequer, as tolere. Faço aqui uma distinção importante entre o respeito pelo direito à crença e a minha (in)tolerância pela mesma. Esta é uma questão que, certamente, abordarei mais vezes.

Gostava de finalizar com uma palavra para os crentes que frequentemente comentam aqui no Diário. Os ateus, genericamente, são muitas vezes acusados de arrogância. Por outro lado, os crentes são muitas vezes acusados de ignorância. Espero que nenhum destes adjectivos venha a fazer sentido mas, se tal acontecer, espero que ambas as partes exerçam bem o seu papel!