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1 de Agosto, 2005 Carlos Esperança

O terrorismo continua

Estima-se que no Paquistão mais de vinte mil madrassas recebem jovens camponeses pobres para se iniciarem na aprendizagem do Corão, enquanto muçulmanos ocidentais viajam para aí em busca de uma pós-graduação em terrorismo, tal como outros afluem à Europa e aos EUA à procura de conhecimentos superiores nos domínios da ciência, da tecnologia, gestão ou economia.

Arábia Saudita, Paquistão e Egipto são países cujos ditadores de serviço são vassalos do «Eixo do Bem» em latitudes onde a pobreza, o atraso e a fé fomentam o fanatismo e o ódio que rapidamente os podem converter ao «Eixo do Mal», no caso do Paquistão com um arsenal atómico ao alcance do primeiro mullah que disputar eleições livres.

O Iraque transformou-se numa imensa base de treino terrorista. É mais um país onde os ayatollahs açulam multidões de desesperados contra os «infiéis». Em breve terá um ditador afecto ao «Eixo do Bem» que se juntará a Pervez Musharraf, Hosni Mubarak e um qualquer biltre da família Al Saud, antes de ser assassinado.

As armas e os dólares com que Carter e Reagan alimentaram Bin Laden para combater o regime pro-soviético de Kabul viraram-se contra a civilização. Estão hoje nas mãos de fanáticos que odeiam a democracia e o laicismo.

A postura misógina, a decapitação, o anti-feminismo, a lapidação, o corte de mãos, a flagelação e outros horrores estão enraizados na tradição feudal e anti-democrática do Islão, com assinalável simpatia e evidente regozijo.

A ocupação do Iraque e a sempre adiada resolução do problema da Palestina servem de pretexto para acirrar ódios e criar bandos de dementes disponíveis para o suicídio, que lhes garante o Paraíso, rios de mel doce e uma reserva substancial de virgens.

Não é combatendo os crentes que se debela o terrorismo. A separação do Estado e das Igrejas, a vigilância dos clérigos exaltados e a punição dos que incitam ao crime, são essenciais na defesa das democracias. Os crimes religiosos não podem ter atenuantes. Um versículo do Corão ou uma determinação do Génesis não suspendem o Código Penal nem para clérigos que incitam ao crime nem para fanáticos que o cometem.

Não há uma guerra de civilizações. Há uma luta do obscurantismo contra a liberdade, um ódio feroz à civilização. O regresso à Idade Média, com que sonham clérigos de várias religiões, tem de ser contido.

Hoje é o islão, responsável pelo falhanço da civilização árabe, que estrebucha com violência, temendo o seu estertor. Amanhã é outra religião que regride, desesperada com a globalização que tende a hegemonizar uma única ou a criar uma sociedade que despreze a fé.

A firme vigilância é uma condição de sobrevivência da democracia.

31 de Julho, 2005 Mariana de Oliveira

Leitão sem laicidade

A cidade da Mealhada – conhecida pelo leitão assado, pelo pão e pelas Caves Messiashomenageou o ex-administrador apostólico da diocese de Díli, o bispo Carlos Ximenes Belo, sob o pretexto dos 25 anos da sua ordenação sacerdotal.

Esta iniciativa é promovida pela Câmara Municipal e inclui, para além de uma exposição biográfica (patente na biblioteca do município), uma missa celebrada hoje no convento de Santa Cruz no Buçaco.

Parece que o senhor Carlos Cabral, Presidente da Câmara Municipal da Mealhada, não está familiarizado com um dos princípios fundamentais da República: o princípio da separação da Igreja do Estado. Ora, ao homenagear Ximenes Belo na sua qualidade de sacerdote da ICAR – e não como prémio Nobel ou resistente da ocupação indonésia – está a violar de forma inadmissível a laicidade do Estado.

Frequentemente, somos confrontados com iniciativas, mais ou menos patrocinadas por órgãos do Estado, que dão uma facadinha nas costas dos princípios essenciais do Estado de Direito Democrático: em primeiro lugar, temos a Concordata e a Lei da Liberdade Religiosa; depois, uns dias de luto nacional pela morte da senhora Lúcia e de João Paulo II e as capelanias hospitalares; finalmente, temos eventos publicitários inocentes como a Bíblia Manuscrita, que levou a cópia daquele livro a escolas públicas e prisões e hospitais. Tanta coisa chateia e faz com que a nossa democracia comece a cheirar a sacristia.

31 de Julho, 2005 Palmira Silva

França expulsa 12 clérigos islâmicos

Nicolas Sarkozy, o ministro do Interior francês, anunciou a expulsão, a concretizar até finais de Agosto, de 12 clérigos islâmicos cujo discurso exortava ao ódio e violência anti-Ocidente . E Sarkozy avisou que não mais serão tolerados imans e seus seguidores que alimentem sentimentos anti-Ocidente entre os impressionáveis mais jovens e que «Temos que agir contra os pregadores radicais».

Rena Ameuroud, de origem argelina, cujo irmão Abderraham se encontra preso pela sua participação num treino jihadista, foi o primeiro depositário da sentença de deportação, justificada pelos apelos à «guerra santa» que debitava do seu púlpito numa mesquita em Paris.

31 de Julho, 2005 Mariana de Oliveira

Jogatana

Para aqueles que não se conseguem livrar do computador nos tempos de Verão, o Diário Ateísta recomenda três pequenos jogos: um para ateus, outro para cristãos e um último para budistas.

Não se esqueçam das teclas «q», «a» e «z», que correspondem, respectivamente, a contemplação, pequena epifania e momento da verdade.

30 de Julho, 2005 Palmira Silva

Terrorismo cristão

Na passada segunda-feira um dos homens que já foi um dos mais procurados criminosos norte americanos, o terrorista cristão Eric Rudolph foi condenado a prisão perpétua pelo atentado bombista a uma clínica de interrupção voluntária da gravidez (IVG) em Birmingham, Alabama, que matou uma pessoa e feriu gravemente outra.

Outras sentenças
esperam-se em breve já que Eric Rudolph se declarou culpado de uma série de outros atentados bombistas, incluindo o que ensombrou os Jogos Olímpicos de Atlanta em que morreu uma mulher, e atentados a outra clínica de IVG e a um clube de homossexuais em Atlanta. Numa das cartas em que reclama a autoria destes dois últimos, em nome do Exército de Deus, um ramo da Identidade Cristã, pode ler-se: «Declaramos e faremos guerra total ao ímpio regime comunista de Nova Iorque e aos seus lacaios legislativos burocratas de Washington. São vocês que são responsáveis e presidem ao assassínio de crianças e promulgam as políticas de ímpia perversão que está a destruir o nosso povo».

Reiterando o que já tinha escrito, Rudolph afirmou na segunda feira que os atentados bombistas que cometeu eram motivados pelo seu ódio ao aborto e ao governo federal que permite que eles continuem. Nomeadamente defendeu que o atentado à clínica por que foi condenado foi perfeitamente justificável uma vez que «O que eles faziam era participar no assassínio de 50 crianças por semana. O aborto é assassínio e eu acredito que a força mortífera é necessária para o parar».

Claro que a imprensa americana, tão lesta e prolífica a descrever o terrorismo islâmico, tem uma certa dificuldade em reconhecer as acções de Rudolph como terrorismo cristão.

Tal como Clayton Lee Wagner, outro auto proclamado justiceiro contra o aborto, que não foi considerado um terrorista cristão mesmo depois de justificar os seus ataques «preventivos» com Antrax (falso) a clínicas de IVG, por ter sido chamado por Deus para ser seu guerreiro: «Deus chamou-me para fazer guerra aos seus inimigos… e não interessa a Deus se és uma enfermeira, recepcionista, contabilista ou funcionário da limpeza. Se trabalhas para um assassino que faz abortos vou matar-te.»

Assim como não reconhece como terrorismo cristão os muitos atentados, com Antrax ou bombas, e as ameaças dirigidas a trabalhadores da Planned Parenthood.

Nem consideram ser um incitamento ao ódio as palavras de vários «respeitáveis» e «venerandos» pastores como Randall Terry, o fundador dos grupo «Operation Rescue» e «Sociedade para a Verdade e Justiça» que que afirmou “Vocês pessoas do aborto é melhor fugirem, porque nós encontrá-los-emos e executá-los-emos».

30 de Julho, 2005 Palmira Silva

Manifestação vegetal

A cidade bósnia Bijeljina está a conhecer um afluxo invulgar de visitantes. Tudo porque pretendem que numa secção de um tronco de uma árvore abatida há um ano apareceu uma imagem de Jesus e os peregrinos invadiram o local. A árvore está assim a ser adorada pelos devotos cristãos que se lhe prostram em rezas profusas, acendem velas e pagam o dízimo.

Uma vez que os devotos crentes cortam também parte da casca da árvore para levarem como relíquia, pondo em risco tão miraculosa aparição, o bispo ortodoxo Vasilije apelou aos visitantes para não destruirem a árvore com semelhante prática. E, enquanto as autoridades eclesiásticas discutem o assunto e os procedimentos correctos para um crente face à divina manifestação celulósica, apelou para que cessem também as doações monetárias.

Diria que face à concorrência que tal manifestação iconográfica representa, as ditas autoridades terminarão rapidamente a discussão do fenómeno. E como os membros do panteão cristão têm, desde os primórdios do mito, demonstrado uma certa apetência por manifestações «vegetais» certamente que esta confirmará a divindade da manifestação. E será acrescentado outro destino de turismo religioso ao roteiro actual.

29 de Julho, 2005 Mariana de Oliveira

Religião mais adequada

Agora o leitor já pode fazer um teste para averiguar qual é a religião mais adequada à sua personalidade.

Surpreendentemente, o meu resultado foi este:

You scored as atheism. You are… an atheist, though you probably already knew this. Also, you probably have several people praying daily for your soul.

Instead of simply being “nonreligious,” atheists strongly believe in the lack of existence of a higher being, or God.

atheism

100%

Satanism

83%

Buddhism

67%

Islam

67%

agnosticism

58%

Paganism

42%

Judaism

38%

Christianity

29%

Hinduism

4%

Which religion is the right one for you? (new version)
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29 de Julho, 2005 Carlos Esperança

O Chefe do Comandante-Chefe dos EUA


No sítio da Casa Branca – EUA – (um sítio eventualmente tão falso como as religiões) está a informação de que Jesus Cristo é o chefe do Comandante-Chefe (Bush himself).

Como é que um paisano que nunca foi militar, jamais foi visto numa caserna, não fez a recruta e se dedicou ao charlatanismo, vivendo de milagres e outros expedientes, cadáver há dois milénios, pode ascender tão alto nas Forças Armadas americanas?

É tão fácil militarizar civis e tão difícil civilizar militares americanos.

28 de Julho, 2005 Palmira Silva

Vitimização


A ACLU (American Civil Liberties Union), uma organização que luta pela defesa dos direitos consagrados dos americanos, com especial ênfase nos últimos tempos na defesa da liberdade religiosa (que inclui para a ACLU a liberdade de não professar alguma religião), lançou mais uma campanha que lhe vai continuar a valer os epítetos de anti-cristianismo por parte dos claramente «perseguidos» e «discriminados» cristãos americanos!

De facto, depois da acção que resultou na retirada dos «Dez Mandamentos» das salas de tribunal em dois condados do Kentucky a ACLU tenta agora que nas salas dos tribunais da Carolina do Norte seja possível que as pessoas chamadas a depor o possam fazer sobre os livros sagrados das respectivas religiões. Baseados na legislação estadual que prevê que os depoimentos sejam precedidos de um juramento nas «Escrituras Sagradas». Já é permitido que os ateístas apenas afirmem que o seu depoimento é verdadeiro mas os testemunhos de quaisquer crentes são precedidos de juramentos com a mão assente na Bíblia.

Como seria de esperar, os maníacos da perseguição cristãos já se lamentam que a organização a que chamam Anti Catholic Liberties Union, esquecendo as vezes em que a ACLU saiu em defesa da sua confissão, pretende retirar referências históricas ao cristianismo. Certamente acrescentarão à sua (longa) lista de «perseguições» e alvos de ódio da organização, que já inclui os cristãos e os «Dez Mandamentos», um outro alvo, neste caso a Bíblia.

Esta mania de vitimização exibida pelos cristãos quando coarctados nas suas pretensões integristas e hegemónicas já enjoa mesmo! Mania omnipresente em todas as latitudes e em todas as variantes cristãs. Estou, por exemplo, a lembrar-me das carpiduras de anti-catolicismo em relação à decisão de vetar Rocco Buttiglione para uma posição na Comissão Europeia que lhe permitiria impor as políticas de homofobia e discriminação das mulheres tão queridas à hierarquia católica!