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Terrorismo cristão

Na passada segunda-feira um dos homens que já foi um dos mais procurados criminosos norte americanos, o terrorista cristão Eric Rudolph foi condenado a prisão perpétua pelo atentado bombista a uma clínica de interrupção voluntária da gravidez (IVG) em Birmingham, Alabama, que matou uma pessoa e feriu gravemente outra.

Outras sentenças
esperam-se em breve já que Eric Rudolph se declarou culpado de uma série de outros atentados bombistas, incluindo o que ensombrou os Jogos Olímpicos de Atlanta em que morreu uma mulher, e atentados a outra clínica de IVG e a um clube de homossexuais em Atlanta. Numa das cartas em que reclama a autoria destes dois últimos, em nome do Exército de Deus, um ramo da Identidade Cristã, pode ler-se: «Declaramos e faremos guerra total ao ímpio regime comunista de Nova Iorque e aos seus lacaios legislativos burocratas de Washington. São vocês que são responsáveis e presidem ao assassínio de crianças e promulgam as políticas de ímpia perversão que está a destruir o nosso povo».

Reiterando o que já tinha escrito, Rudolph afirmou na segunda feira que os atentados bombistas que cometeu eram motivados pelo seu ódio ao aborto e ao governo federal que permite que eles continuem. Nomeadamente defendeu que o atentado à clínica por que foi condenado foi perfeitamente justificável uma vez que «O que eles faziam era participar no assassínio de 50 crianças por semana. O aborto é assassínio e eu acredito que a força mortífera é necessária para o parar».

Claro que a imprensa americana, tão lesta e prolífica a descrever o terrorismo islâmico, tem uma certa dificuldade em reconhecer as acções de Rudolph como terrorismo cristão.

Tal como Clayton Lee Wagner, outro auto proclamado justiceiro contra o aborto, que não foi considerado um terrorista cristão mesmo depois de justificar os seus ataques «preventivos» com Antrax (falso) a clínicas de IVG, por ter sido chamado por Deus para ser seu guerreiro: «Deus chamou-me para fazer guerra aos seus inimigos… e não interessa a Deus se és uma enfermeira, recepcionista, contabilista ou funcionário da limpeza. Se trabalhas para um assassino que faz abortos vou matar-te.»

Assim como não reconhece como terrorismo cristão os muitos atentados, com Antrax ou bombas, e as ameaças dirigidas a trabalhadores da Planned Parenthood.

Nem consideram ser um incitamento ao ódio as palavras de vários «respeitáveis» e «venerandos» pastores como Randall Terry, o fundador dos grupo «Operation Rescue» e «Sociedade para a Verdade e Justiça» que que afirmou “Vocês pessoas do aborto é melhor fugirem, porque nós encontrá-los-emos e executá-los-emos».

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