11 de Outubro, 2010 Ricardo Alves
O islamismo e as mulheres
Na Chechénia, as mulheres que saem à rua sem véu são atacadas pela polícia. E a Chechénia é parte da Rússia europeia. Na Arábia Saudita ou no Irão, a situação é muito pior.
Na Chechénia, as mulheres que saem à rua sem véu são atacadas pela polícia. E a Chechénia é parte da Rússia europeia. Na Arábia Saudita ou no Irão, a situação é muito pior.
A polícia francesa deteve 12 pessoas suspeitas de terem ligações ao islamismo radical. As duas operações, separadas, ocorreram em Bordéus e Marselha. Foram também detidos indivíduos por posse de armas. É a resposta ao risco de ataque terrorista.
(Enviado por um leitor)
A pena de morte é uma crueldade vergonhosa para os países que a aplicam e que faria tremer a mão do juiz que a assina se não juntasse à ausência de sentimentos humanos a amnésia perante os erros judiciários amplamente comprovados.
Esta impiedade que vigora em numerosos Estados dos EUA, com particular relevo para o Texas, é uma afronta para o humanismo que presidiu à fundação do grande país, um insulto a quem fugiu das guerras religiosas com que o cristianismo quis impor a vontade divina domiciliada no Vaticano.
Quanto mais arreigadas estão as crenças mais bárbaras se tornam as condenações. Nas teocracias a crueldade só rivaliza com a discricionariedade das acusações e a ausência de meios de defesa. É o caso do Irão onde as tradições persas se perderam no pesadelo de uma teocracia xiita.
Face à pressão internacional, foi suspensa a lapidação de Sakineh Mohamadi Ashtiani, a que estava sentenciada por adultério, para ser condenada à forca, por cumplicidade na morte do marido. Se a pressão se mantiver poderá vir a ser decapitada por urinar virada para Meca, depois de ter sofrido 99 chicotadas por eventualmente ter pedido água a um guarda, em pleno dia, da escuridão da cela, durante o Ramadão.
O caso de Sakineh tornou-se uma bandeira que esconde os crimes impunes dos sistemas totalitários, mas não devemos deixar de usá-la. Sem a denúncia, por Voltaire, da tortura a que foi submetido Jean Calas ou da farsa do caso Dreyfus, por Emile Zola, teria ficado esquecido o martírio do primeiro e jamais teria sido reabilitado o capitão Dreyfus.
Quando à arbitrariedade do poder totalitário se junta a maldição da fé, a crença de que um deus qualquer abomina o adultério, a carne de porco, o trabalho no sétimo dia ou outra tolice, sofrem-se as maiores abjecções protegidas pela vontade divina.
Como escreveu Steven Weinberg, Nobel da Física: «…com ou sem ela [religião] haveria sempre gente boa a fazer o bem e gente má a fazer o mal, mas é precisa a religião para pôr gente boa a fazer o mal». Ou, como dizia Pascal: «Os homens nunca fazem o mal tão completa e alegremente como quando o fazem por convicção religiosa».
Um curdo iraquiano preso na Noruega admitiu que planeava um ataque, provavelmente contra o jornal dinamarquês Jyllands-Posten, que publicou as polémicas charges do profeta do Islamismo, Maomé, em 2005, anunciou a polícia nesta terça-feira (28).
Sakineh Mohamadi Ashtiani, a iraniana que se tornou mundialmente conhecida após ser condenada à morte por apedrejamento por adultério, foi sentenciada nesta segunda-feira à forca, desta vez por cumplicidade no assassinato do marido, informou o procurador-geral do Irão, Gholam Hussein Mohseni Ejei, em declarações à agência de notícias Mehr.
Uma dezena de jovens são acusados de consumir água e café às escondidas e irão a tribunal. Dois operários da construção civil foram apanhados a matar a fome no interior da obra, e arriscam uma pena de três meses de prisão, apesar de serem cristãos.
É esta a Argélia actual, em que os islamistas foram derrotados, mas em que o governo sente necessidade de os apaziguar. Imagine-se se tivessem tomado o poder…
Um homem foi detido em Copenhaga depois de se ter ferido ao preparar uma carta armadilhada. A polícia é da opinião de que o alvo era o jornal dinamarquês que publicou as caricaturas de Maomé.
O fanatismo tem pilhas Duracell. E dura, e dura, e dura…
Por toda a Europa o pensamento politicamente correcto rejubilou com o SIM dos turcos a um referendo que atenua a laicidade a que o Estado era obrigado e enterra o legado de Atatürk. Juízes e militares, guardiães da Constituição cuja revisão foi sufragada, sofrem há muito a desconfiança da União Europeia que recusa regimes não democráticos, com excepção para os países produtores de petróleo e as teocracias.
Não há democracia quando existe tutela de juízes e Forças Armadas, como acontecia antes do referendo, mas o voto democrático que levou Hitler ao poder é o mesmo que legitima as teocracias e substitui o direito civil pelo canónico. A democracia não é o resultado de um referendo, é o apego ao exercício eleitoral e ao respeito pelas minorias. Na Argélia, em Dezembro de 1991, a FIS (Frente Islâmica de Salvação) ganhou a 1.ª volta das eleições legislativas e venceria a 2.ª volta se um golpe de Estado, que aliviou a Europa, não a impedisse. A FIS fez a campanha contra a laicidade e a emancipação da mulher, na defesa de uma sociedade islâmica de acordo com a Sunna. Longe de afastar eleitores tinha a vitória assegurada. Democraticamente.
Quando os juízes turcos do Supremo Tribunal consideraram inconstitucional o uso do véu islâmico nas universidades foram alvo de ataques e um deles assassinado. A atitude do primeiro-ministro perante o crime foi esquecida. Tayyp Erdogan mostrou entender o crime dada a ofensa aos sentimentos islâmicos.
Até agora era legal a prática ou a recusa de qualquer religião. Veremos no futuro como se comporta um primeiro-ministro com antecedentes suspeitos e a quem a perspicácia de Bruxelas atribui o epíteto de muçulmano moderado.
A vitória do governo islâmico da Turquia vai permitir o uso do véu mas o perigo é que se torne obrigatório e que os órgãos de soberania sejam submetidos aos cinco pilares do Islão.
A nova constituição afastou militares e juízes mas atrairá clérigos que nas madraças e mesquitas darão graças a Alá pelas alterações com que os «muçulmanos moderados» se encarregaram de agradar a Maomé.
Para clérigos muçulmanos, queima do Alcorão ameaça relação do Islão com o Ocidente
O plano de um pastor americano de queimar cópias do Alcorão, o livro sagrado do Islamismo terá graves consequências para as relações entre o Islão e o Ocidente, advertiram clérigos muçulmanos à BBC Brasil.
Comentário: Não se devem queimar livros. Deve-se, isso sim, denunciar o seu carácter violento e desalmado, como é o caso do Corão, do Levítico e do Deuteronómio.
Apostila: O pio delinquente americano já anunciou que não queima o Corão.
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