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Categoria: Política

22 de Dezembro, 2014 Carlos Esperança

Antes mal acompanhado do que Sony

Quando o frio e alienado assassino, aiatola Khomeini, emitiu uma fatwa contra Salman Rushdie e a horda de intoxicados pelo Corão perseguiu e matou editores e livreiros que ousaram publicar e vender o livro «Versículos Satânicos», perduraram na história como devotos criminosos, os primeiros, e os últimos, como mártires da liberdade.

Quando as caricaturas de Maomé, o profeta muito amado e pouco recomendável, foram divulgadas, os dementes do costume quiseram assassinar o autor e assaltaram os jornais que, em nome da liberdade, não se deixaram chantagear.

Quando se cancela a exibição de uma comédia satírica sobre um complô para assassinar o líder norte-coreano, a figura grotesca cujo penteado é suficiente para levar um cidadão incauto do riso à incontinência urinária; quando basta um grupo de hackers e a ameaça de provocar um novo 11 de setembro em cada sala de cinema que exiba o filme, para que a Sony Pictures se acobarde, assiste-se a uma vergonhosa humilhação perante Kim Jong-il. Ceder à chantagem de Pyongyang ou de quaisquer crápulas, é a liberdade de expressão que se cancela.

A exibição do filme suspenso, «The Interview», ‘Uma entrevista de Loucos’ sobre dois jornalistas (Rogen e James Franco) contratados pela CIA para matar o líder norte-coreano, é uma exigência de quem se bate contra os totalitarismos e não abdica de uma das mais duras conquistas civilizacionais, o direito à livre expressão.

Se insistirmos em defender o respeito por idiossincrasias e preconceitos, preterindo o direito à liberdade, deixamos de ser dignos da civilização e dos direitos conquistados.

É preferível morrer pela liberdade do que morrer de medo… e de vergonha.

5 de Dezembro, 2014 Carlos Esperança

A questão dos feriados é complexa

Por

E – Pá

Por um lado, trata-se de uma ‘imposição’ da troika, alegremente aceite por este Governo, em nome da produtividade (ou da competitividade?) que ninguém no País parece estar em condições de avaliar quanto aos resultados práticos.

Fica a dúvida se foi um imposição ou uma punição. Mas essa dúvida é endémica e transversal a todo o PAEF.

O sinal de derrogação da nossa soberania é difícil de apagar qualquer que seja a ‘ginástica’ de Portas ou o ‘assobiar para o lado’ do Governo.

Os portugueses terão sempre presente que, para este Governo, quer a Restauração da Independência, quer a Implantação da República, são factos históricos e identitários que foram submersos por gratuitas especulações económico-financeiras. E tal facto não os impede (ao actual Governo) de continuar a tentar empunhar a bandeira de um ‘patriotismo’ (manifestamente interesseiro).

Por outro lado, e por outras razões, muitos portugueses não sentirão motivação para exigir a reposição integral do ‘pacote dos feriados’, já que os feriados religiosos não têm (ou não deveriam ter) implicações públicas (para a República). Um deles o ‘corpo de Deus’ é um feriado móvel que tem (para os crentes) a ver com o calendário litúrgico sem qualquer obrigação oficial. Aliás, e difícil perceber como num Estado laico (e apesar da Concordata) não estão previstos feriados do Yon Kippur e/ou do Ramadão só para falar das religiões abraâmicas.

Outro, o extinto feriado de 1 de Novembro bem podia ser restabelecido (pelo menos em Lisboa) para relembrar o trágico episódio do terramoto de 1755 que relançou a ideia da reconstrução nacional sob o modelo pombalino. Seria a comemoração da entrada solene e prática do ‘Iluminismo’ na política da nossa terra (num terreno muito actual – as ‘obras públicas’).

Depois de tantos desaires históricos é caso para plagiar Henrique IV (de França) e argumentar que: “Lisbonne vaut bien une messe”… (passe a contradição).

19 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

A ICAR e os privilégios

Parlamento não mexe em isenções fiscais religiosas

por Miguel MarujoOntem

Proposta levaria a rever ou suspender Concordata
Proposta levaria a rever ou suspender Concordata

Só BE acompanha Associação República e Laicidade na exigência de revogar isenção nas tributações no património e no IVA das comunidades religiosas.

O Parlamento não vai mexer nas atuais isenções fiscais das comunidades religiosas, apesar de todas as bancadas terem sido desafiadas a fazê-lo no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2015. Apenas o Bloco de Esquerda respondeu positivamente ao pedido da Associação República e Laicidade (ARL) – que defende a secularidade do Estado e quer que as várias religiões deixem de ter isenções de impostos patrimoniais e que seja revogada a devolução do IVA a estas comunidades religiosas.

10 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

Abdul Aziz Khoja

Por

E – Pá

G.W. Bush e Abdullah (de mãos dadas)
O ministro da Informação e da cultura saudita Abdul Aziz Khoja foi demitido pelo rei Abdullah link.

Este é mais um episódio da luta política interna que envolve facções religiosas muçulmanas e, neste caso, relativa à suspensão do canal de televisão Wesal que goza de enorme audiência no mundo árabe.

Khoja foi um dos rostos identificados como um sinal de mudança do reino saudita anunciada com a chegada ao trono de Abdullah em 2005 link , sendo referido como possuidor de uma discreta ‘aura liberal’.

Na realidade, o relativo ‘apagamento’ da Al-Qaeda e a notória ‘ascensão’ do Daesh (Estado Islâmico) continuam a perturbar os equilíbrios político-religiosos em Riad, onde Abdullah é tido como um sunita convicto e radical (wahhabita) que, de acordo com ventos que sopram, tenta difundir – para o exterior – um (controverso) clima de tolerância.

3 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

TUNÍSIA: BOA NOTÍCIA

Por

João Pedro Moura

O partido Apelo Tunisino (laico) obteve a maioria relativa dos lugares parlamentares, nas eleições legislativas realizadas em 26 de Outubro.

O Apelo Tunisino (“Nidaa Tounes”) obteve 85 lugares, num total de 217, a que acrescem os 39 lugares de mais 3 formações políticas laicas, perfazendo 124, constituindo assim uma maioria laica absoluta.

O partido islamita Ennahda, mais moderado que os seus congéneres árabes, obteve 69 assentos, ficando em segundo lugar.

O destaque vai para o facto de ser a primeira vez, em eleições livres, que um partido oficialmente não-islamita, obtém o primeiro lugar em eleições livres, no mundo árabe! Bravo!

 

A Tunísia já era o país árabe mais liberal e onde as turistas estrangeiras até podiam estar de mamas ao léu em praias… mesmo com a polícia a passar por perto…

Isto é uma grande lufada de ar fresco! Ah, grande Tunísia!

O próprio partido islamita, que vencera eleições anteriores, mas que se mostrara com uma prática política titubeante, até pela oposição laica que se manifestou nas ruas, não era muito conservador e revelava alguma capacidade de diálogo…

A ver vamos no que esta vitória “laica” vai dar…

http://expresso.sapo.pt/partido-laico-ligado-ao-antigo-regime-vence-legislativas-na-tunisia=f895967

22 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

Notas Soltas

Estado Islâmico – O combate ao sectarismo é urgente e uma questão de sobrevivência civilizacional. Há quem confunda fobia, uma doença do foro psiquiátrico, com o medo, sobejamente justificado, de trogloditas medievais possuídos de demência pia.

Vaticano – As contradições internas, geridas com pinças pelo papa Francisco, revelam clivagens entre a ala reacionária e a ala conformada com a modernidade. A homofobia e o horror ao divórcio alimentam o furacão que abala os alicerces do catolicismo romano.

Paulo VI – A exigência de milagres para a santidade é uma tradição obscurantista, que explora a superstição popular, mas a beatificação do papa declaradamente antifascista é uma compensação para as distinções conferidas a Pio XII e João Paulo II.

Turquia – Quem pensava que Erdogan era um muçulmano moderado há de arrepender-se sem perceber porque prefere a destruição dos curdos do Iraque e da Síria à extinção do Estado Islâmico.

13 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

A escola, a laicidade e a fé

Dedicatória:

A Malala, prémio Nobel da Paz, a quem a doçura do rosto juvenil esconde a afoiteza, e a ânsia do conhecimento se sobrepõe aos preconceitos da fé.

«Abrir uma escola é fechar uma prisão». A frase, atribuída a vários pensadores, teve a calorosa defesa de Vítor Hugo, num discurso inflamado, na Assembleia Constituinte Francesa, em 1848. A instrução que seduziu Malala é o ódio de estimação dos talibãs, que a impedem, sobretudo às mulheres, o alvo dos terroristas que julgam o Paraíso ao alcance da ignorância e como prémio da discriminação de género.

Abrir uma escola laica é uma impossibilidade nos pântanos onde germina o Islão, mas é a única forma de revezar madraças e rejeitar mesquitas, ainda que os trogloditas de Alá continuem a gritar que Deus é grande e Maomé o seu profeta. As democracias não são confessionais.

Hoje, um jornalista escreveu que a Turquia é o único país islâmico democrático. Não há democracias muçulmanas, cristãs, judaicas ou hindus. As democracias adjetivadas não o são. A Turquia é uma democracia porque é laico o país. Está em risco com o presidente, Erdogan, que se esforça na reislamização. Prefere um Estado Islâmico, com riscos para si próprio, a um Estado curdo na fronteira da Turquia.

Um Estado confessional não é democrático. Veja-se o Vaticano ou o Estado monástico do Monte Atos, autónomo da Grécia, a título de exemplo. São teocracias.

O ensino, tal como a ciência, não podem ser tutelados pela teologia, a exótica «ciência» sem método nem objeto. Não pode preparar almas para a morte, deve conduzir pessoas para a vida e ter como objetivo a felicidade humana e a autodeterminação individual.

Que muitas Malalas floresçam no pântano da boçalidade medieval dos dementes da fé e que as sementes da sabedoria frutifiquem em mulheres que arrasem os valores tribais de sociedades patriarcais onde a mulher continua a nascer com pecado original, vítima dos preconceitos ancestrais e da vontade divina interpretada por facínoras.

5 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

Viva a República

cinco_de_outubro

A Revolução de 1820, o 5 de Outubro de 1910 e o 25 de Abril são os marcos históricos da liberdade, em Portugal. Foram momentos que nos redimiram da monarquia absoluta e da dinastia de Bragança; são as datas que honram e dão alento para encarar o futuro e fazer acreditar na determinação e patriotismo dos portugueses.

Comemorar a República é prestar homenagem aos cidadãos que não quiseram mais ser vassalos. O 5 de Outubro de 1910 não se limitou a mudar de regime, trouxe um ideário libertador que as forças conservadoras tudo fizeram para boicotar.

Com a monarquia caíram os privilégios da nobreza, o imenso poderio da Igreja católica e os títulos nobiliárquicos. Ao poder hereditário e vitalício sucedeu o escrutínio do voto; aos registos paroquiais do batismo, o Registo Civil obrigatório; ao direito divino, a vontade popular; à indissolubilidade do matrimónio, o direito ao divórcio; à conivência entre o trono e o altar, a separação da Igreja e do Estado.

Há 104 anos, ao meio-dia, na Câmara Municipal de Lisboa, foi proclamada a República, aclamada pelo povo e vivida com júbilo por milhares de cidadãos. É essa data gloriosa que hoje se evoca no Diário de uns Ateus, prestando homenagem aos seus heróis.

Cândido dos Reis, Machado dos Santos, Magalhães Lima, António José de Almeida, Teófilo Braga, Basílio Teles, Eusébio Leão, Cupertino Ribeiro, José Relvas, Afonso Costa, João Chagas e António José de Almeida, além de Miguel Bombarda, foram alguns desses heróis que prepararam e fizeram a Revolução.

Afonso Costa, uma figura maior da nossa história, honrado e ilustríssimo republicano, mereceu sempre o ódio de estimação das forças mais reacionárias e o vilipêndio da ditadura salazarista. Para ele vai a homenagem de quem ama e preza os que serviram honradamente a República.

Há quem hoje vire costas à República que lhe permitiu o poder, quem despreze os heróis a quem deve as honrarias e esqueça a homenagem que deve. Há quem se remeta ao silêncio para calar um viva à República e se esconda com vergonha da ingratidão

Não esperaram honras nem benefícios os heróis do 5 de Outubro. Não se governaram os republicanos. Foram exemplo da ética por que lutaram. Morreram pobres e dignos.

Glória aos heróis do 5 de Outubro.

Viva a República!

25 de Setembro, 2014 Carlos Esperança

O Catur e o funeral do Martins (Crónica)

Em defesa da civilização cristã e ocidental, como dizia Cerejeira da guerra colonial.

Numa placa de bronze da estação do Caminho de Ferro estavam gravadas em relevo, em letras maiúsculas, as seguintes palavras: «Aos 12 dias do mês de Abril de 1964, Sua Ex.ª o Governador Geral de Moçambique, Contra Almirante Manuel Maria Sarmento Rodrigues, deu início aos trabalhos de construção do último troço do Caminho de Ferro para a cidade de Vila Cabral», com letras destacadas para o Governador e a cidade.

Era do Catur, onde chegavam de comboio, que partiam as tropas, em viaturas militares, para o distrito de Niassa, rumo a Malapísia, Massangulo e Leone ou, com passagem por Vila Cabral, para Meponda, Litunde, Cantina Dias, Unango, Chiconono, Maniamba, Metangula, Nova Coimbra, Lunho, Miandica, Cobué, Macaloge, Valadim, Luatize e, no extremo norte, Pauíla e Olivença.

Colunas de viaturas levavam as Companhias cujos militares aguardavam o paludismo, a morte e os aleijões, do corpo e da mente, na guerra inútil e criminosa que uma ditadura quis, até ao golpe de misericórdia, de um punhado de heróis, numa madrugada de abril.

Em finais de 1967 havia mais meia dúzia de quilómetros de carris e a terraplanagem que se dirigia a Nova Guarda, um acampamento a meio caminho de Vila Cabral, a cerca de 40 km de cada lado. O Santos e o Martins eram dois capatazes que vigiavam os negros, os únicos a quem o trabalho duro na via férrea era destinado.

O Santos era solteiro. O Martins vivia com a mulher e a filhita de tenra idade quando ali chegou o Batalhão de Caçadores n.º 1936. Ambos frequentavam livremente a cantina do aquartelamento onde arranjavam parceiros para jogarem à malha na «avenida», o largo caminho de terra batida que as chuvadas convertiam em lamaçal até voltar a ser avenida depois de uma hora de sol.

Numa madrugada de finais de 1968 ou início de 1969, a memória já não recorda a data e quanto desejaria esquecer os factos, o quartel acordou com o estrondo de uma explosão a cerca de três quilómetros. O Torres, despertado pela detonação e vestido à pressa, não se atrasou a partir com uma secção reforçada a verificar a ocorrência, seguindo a picada que ladeava a linha do caminho de ferro. Minutos depois viu o guarda-costas do Martins, ferido sem gravidade, e dele colheu as primeiras informações. Restou seguir o rasto de sangue depois de os soldados terem procedido à macabra recolha de despojos humanos, pedaços de corpo espalhados, incluído o dedo que guardou a aliança.

Algumas centenas de metros depois, quando os carris tomavam a inclinação ascendente, lá estava, imobilizada, a zorra. No lugar do condutor estava sentado o que restava de um corpo, aquilo a que ficou reduzido o Zé Martins. Uma granada de bazuca atingiu-o em cheio na espera que lhe fizeram, obra da Frelimo, execução ou vingança, já não importa.

A granada decepou literalmente o corpo, desde o ombro esquerdo, levando o mamilo direito, num tétrico plano oblíquo que espalhou pedaços em redor. Os restos do Martins foram transportados, com lágrimas e terra, por soldados que os juntaram à parte inferior do corpo, num saco de plástico opaco, antes de acabarem na urna que iria para a Missão de Massangulo, em cujo cemitério foram sepultados.

No dia do funeral o major Beirão pediu-me para comandar a escolta que lhe concederia honras militares, a salva de tiros que, em zona de guerra, equiparava civis caucasianos a soldados. Alegou que eu era visita de casa dele, era verdade, onde jantei várias vezes a seu convite. Não era difícil gritar as ordens em que a última seria: fogo! E assim foi.

Depois disso bastaria um olhar para que a urna descesse à cova e o coveiro lançasse a primeira pazada de terra antes de se ouvir o som cavo da pancada na madeira da urna. Só não contei que, antes disso, o pai do Martins, que viera de Lourenço Marques, dilacerado, se abeirasse de mim e, ajoelhando, com a voz embargada, suplicasse para deixar abrir o caixão. Para dar ao filho um último beijo, na testa.

Ficaram suspensos os que empunhavam as cordas que desceram a urna. O meu olhar ou alguma lágrima foi o sinal para continuarem.

Um «não» impercetível perdeu-se no espaço lúgubre do cemitério da Missão enquanto o padre cobria com orações o silêncio e a imagem de um homem dilacerado pela perda do filho.

24 de Setembro, 2014 Carlos Esperança

A demissão de Gallardón – coerência e intolerância

Alberto Ruiz Gallardón pôs fim a uma carreira política de trinta anos e às aspirações de quem liderou o município e a Comunidade de Madrid e exerceu os mais altos cargos no Partido Popular espanhol. Ontem demitiu-se de ministro da Justiça, da liderança do PP e de deputado, anunciando a renúncia irrevogável à vida política.

O antigo aluno dos jesuítas, devoto e reacionário, na demente obsessão misógina, quis revogar o direito de as mulheres abortarem em casos de malformação fetal. Só o risco de saúde física, psíquica e de vida e a violação da mulher ficavam ao abrigo de sansões penais nos casos de IVG.

O projeto de lei de Gallardón, encomendado pelo PP, tinha sido aprovado em Conselho de Ministros mas as sondagens esmagadoras que o repudiavam e as convulsões sociais, dentro do próprio partido, fizeram recuar Rajoy, que, pragmático, preferiu esquecer as promessas, temendo as próximas eleições, e sujeitar-se à herança legislativa do PSOE.

Deve admirar-se em Gallardón a coerência e a determinação, enaltecer-lhe o carácter e apreciar-lhe a decisão. As suas ideias podem merecer discordância mas são legítimas. O que o torna obsoleto e censurável é querer impor as suas ideias através dos tribunais e da polícia. A lei atual não obriga ao aborto, legitima-o apenas, porque os princípios que a informam não são alheios ao sofrimento das mulheres a quem a ecografia revela fetos anencéfalos, com trissomias, espinha bífida ou outras malformações incompatíveis, ou não, com a vida.

Querer sujeitar ao Código Penal as mulheres, nessas situações, e aumentar o desespero dos casais, é tão demente como prender uma dessas mulheres para a obrigar a abortar.