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28 de Setembro, 2007 Ricardo Silvestre

o programa dos seis passos

De Sam Harris no Washington Post

«Como acreditar em Deus. Seis passos fáceis

1. Você tem mesmo que querer acreditar em Deus
2. Compreensão que, acreditar em Deus na total ausência de evidência é particularmente nobre
3. Percepção que a capacidade humana de acreditar em Deus na ausência de evidência é em si próprio uma prova da existência de Deus.
4. Considerar que a procura de provas da existência de Deus é uma forma de tentação, doença mental ou corrupção do intelecto
5. Referir-se aos passos de 2 a 4 como «fé»
6. Voltar ao passo 2

Este é o estilo de movimento perpétuo que é a crença irracional, e conduz a uma diminuição da atenção e do contacto com a realidade.»

Para além da lógica irrepreensível de Sam fazer as delícias de qualquer pessoa com um córtice frontal desenvolvido, concordo ainda mais com outra brilhante argumento que ele defende.

Racionalidade é inata, e não escolhida. Isto sempre foi um problema para a religião. Composta basicamente por ideias ridículas e pressupostos fantasiosos, as religiões do mundo têm tentado circunvalar este facto, mas ao mesmo sem o poder negar. E o melhor mecanismo encontrado foi inventar a «fé». Fé permite uma pessoa pensar que mantêm padrões de racionalidade, quando na verdade está a aceitar premissas irracionais.

O pior é que as pessoas são levadas (quando não obrigadas) a acreditar piamente nestas «algemas mentais» pelas instituições religiosas, porque estas últimas sabem que, no momento em que o indivíduo consiga perceber este ciclo vicioso, liberta-se dele.

Tem sido assim há demasiado tempo, e esta impunidade tem de ser exposta e desafiada.

Para saber mais, visite o NOVA

27 de Setembro, 2007 Carlos Esperança

Pelos caminhos-de-ferro e da vida (Crónica)

O trama era o comboio diário que, vindo de Vilar Formoso, chegava à Guarda um pouco depois das nove horas da manhã e regressava às cinco da tarde em sentido inverso. O nome ficara do inglês Tramway e era exclusivo do referido comboio, bem mais ronceiro e acessível que o correio, o rápido ou o sud.

No último dia de Setembro e nos primeiros de Outubro a 3.ª classe regurgitava de gente e de mercadorias que se acondicionavam nos corredores, debaixo dos bancos, nos cacifos junto ao tecto, nas plataformas de acesso às carruagens e entre os passageiros. Adolescentes de ambos os sexos e várias mulheres entre os trinta e os quarenta anos, envelhecidas por numerosos partos, lides do campo e privações, vigiavam as bagagens que ocupavam todos os espaços vagos, servindo os sacos de batatas, entre os bancos, de estribo aos passageiros.

Na estação da Guarda apeavam-se, reuniam os pertences e transportavam-nos até à paragem das camionetas. Detectados os passageiros sem bagagem, aqueles que tinham muita pediam-lhes para dizerem que era sua a deles, a fim de poderem transportar na camioneta tão vasta carga sem pagamento extra. Recebiam a ajuda pedida e a piedosa mentira tinha a compreensão e cumplicidade do cobrador de bilhetes, que fingia ignorar tão simplória tramóia, não fosse ele também um homem do povo igualmente sacrificado por trabalhos e privações.

Os jovens partiam lestos, a pé, calcorreando a distância que separava a Estação da Sociedade de Transportes, a fim de carregarem as bagagens até casa, quando chegassem. Se a camioneta se adiantasse, lá estariam à espera os volumes e quem os guardava e, às vezes, antecipavam-se eles à camioneta que ia pelo Rio Diz, autocarro vetusto e lento que se queixava do peso e da subida e resfolegava nas paragens. Poupavam os peões o bilhete, que custava 2$50 a cada passageiro.

Entre 1 e 7 de Outubro não havia aulas. O primeiro dia servia para apresentar aos alunos Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Bispo, o Governador Civil, o Presidente da Câmara, o Reitor, o Comissário da Mocidade Portuguesa, excelentíssimos e doutores todos eles. O cerimonial servia para mostrar aos rústicos alunos o poder e a autoridade, o respeitinho era muito bonito, e ensinar a aplaudir quando qualquer deles tartamudeasse umas trivialidades.

Depois era uma semana de azáfama para celebrar os contratos da luz e da água e colocar os contadores, com os putos e as meninas já instalados e separados em quartos transformados em camaratas. A água era fria e o simples acto de lavar as mãos um sacrifício que se fazia com parcimónia, sendo o banho semanal um hábito de gente fina.

Entretanto os alunos deslocavam-se ao liceu a tomar nota da turma, dos horários, das disciplinas e dos livros que era preciso comprar. E aprendiam que no rés-do-chão ficavam as meninas e no primeiro andar os rapazes.

Depois de se inteirarem dos livros que podiam usar dos irmãos mais velhos e dos que podiam comprar em segunda mão, por metade do preço, no Pinto, junto ao cinema, lá iam às livrarias do Sr. Felisberto ou do Sr. Casimiro comprar os restantes e pedir os horários, impressos onde se anotavam os dias e as horas das aulas de cada disciplina, oferecidos pelos livreiros numa gesto de simpatia e boas-vindas.

A maior parte hospedava-se em casas particulares, autênticas colmeias, onde a mesada era paga em géneros: pão, batata, azeite, toucinho, feijão e outras vitualhas, que variavam consoante a origem dos hóspedes e a colheita agrícola da família, com a propina de 100$00 mensais – a única contribuição fixa e sem discussão.

Alguns ficavam em casas de funcionários públicos que arredondavam os magros salários com hóspedes, mas outros tinham o arrimo de uma mulher que aos seus juntava os filhos alheios e a todos cuidava. Eram camponesas cujo instinto fez governantas para darem aos que velavam o futuro que não tiveram.

Foi assim que muitos alunos se iniciaram no ensino secundário. A abnegação das mulheres rurais, tantas vezes analfabetas, duramente arrancadas à casa, ao marido e ao habitat, contribuiu para a escolarização do país e para dar aos filhos um rumo que os afastou da pobreza, e para criar quadros que, a partir de 1960, começaram a mudar a face de Portugal enquanto o imobilismo da ditadura mantinha o paradigma de nação rural, temente a Deus, pobrezinha mas honrada.

Algumas dessas mulheres, heroínas anónimas, moiras de trabalho e de abnegação, ainda rumaram a Coimbra para apoiarem os filhos próprios e alheios que ousaram a Universidade e viraram doutores com calos nas mãos no início de cada ano lectivo.

Da odisseia colectiva, do sacrifício silencioso, do desassombro destas mulheres da Beira nunca se fez o inventário das lágrimas, privações e afoiteza que ajudaram a mudar Portugal. Depois de cumprida a missão regressaram às terras e à lavoura, ao mau feitio dos maridos e às lides da casa, às novenas e promessas pias para que os filhos que criaram não perecessem na guerra que consumia jovens e destroçava os pais num conflito obstinado que a ditadura manteve contra a história, o bom-senso e o direito dos povos à autodeterminação.

Já poucas restam dessas mulheres ignoradas. Ficaram por contar histórias de vida, retalhos da memória de um povo que parece envergonhar-se do que mais o nobilita e esquecer as raízes que são pergaminhos da honra no caminho da vida.

Há talvez nesta amnésia colectiva a ingratidão dos filhos e a vergonha de novos-ricos que esqueceram a abnegação das mães e a solidão dos pais que ficavam a mourejar nos campos e se privaram das companheiras numa dádiva cujo sacrifício é fácil imaginar.

Jornal do Fundão, hoje.

27 de Setembro, 2007 Carlos Esperança

A verdadeira face da Igreja católica

The head of the Catholic Church in Mozambique has told the BBC he believes some European-made condoms are infected with HIV deliberately.

Maputo Archbishop Francisco Chimoio claimed some anti-retroviral drugs were also infected «in order to finish quickly the African people».

O Arcebispo de Maputo, Francisco Chimoio, disse que alguns preservativos de origem europeia estariam contaminados com o HIV, assim como certos medicamentos anti-retrovirais, tendo em vista liquidar o mais rapidamente possível os africanos.

27 de Setembro, 2007 Ricardo Silvestre

Lógica racional vs lógica primitiva

Pegando numa coisa que o Bruno Resende apresentou, baseada no texto «Papa diz que a Igreja primitiva é um modelo para a sociedade» «(…) já que deus desejou tanto a salvação do Homem que não se reservou a seu único filho».

Há uma questão metodológica muito interessante neste tema.

Vamos assumir por um minuto que o deus católico existe. Ele avisou Adão que a Eva não podia comer a maçã. No entanto, ela não obedece e come-a à mesma. Daí vem o pecado original. Jesus Cristo, suposto filho de deus, desce à terra, e morre na cruz para expiar os humanos do seu pecado original. Correcto?

Há uma falha lógica evidente! Se a história de Adão e Eva não é algo para ser interpretado literalmente, como defende a Igreja Católica, então, literalmente, deus faz com que o seu filho morra na cruz por uma pecado não literal, vindo de uma história não literal, com personagens não literais. E pessoas inteligentes acreditam nestas coisas?

E não venham com teorias psicanalista Luterianas ou antropológicas de Chardin sobre o que quer dizer «pecado original» e as interpretações que se deve dar à Bíblia. Esta é a irracionalidade que orienta pessoas que querem ter poder sobre a minha vida e sobre a de outros. Convencidas que sabem ler textos da idade de bronze melhor que todos os outros, e que entendem quais as mensagens divinas que neles se encontram. Dizer que a Igreja primitiva é um modelo para o que quer que seja devia ser uma afronta para qualquer católico racional.

Lá porque quem escreveu a Bíblia era um mau argumentista, um mau biólogo e um mau astrónomo, não quer dizer que as pessoas do Sec. 21 não sejam mais sensatas e perspicazes que isso. Ou se calhar, não. Afinal, uma das funções da fé dogmática é a de anular a inteligência humana.

Para saber mais, visite o NOVA

26 de Setembro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Ratzinger nunca leu a bíblia

É interessante constatar que Ratzinger nunca leu a bíblia, longe da mente esclarecida de pessoas esclarecidas preverem demagogia nas suas palavras, a honestidade é apanágio da infalibilidade da sotaina totalitária, vulgo padrinho para quem mafiosamente se identifica com tais hierarquias.

O ser superior cristão é hermafrodita, “(…) pai terno, médico das almas, mãe e amigo afectuoso. (…)”, diz a Cinderela do sapatinho vermelho, supostamente terá andado a averiguar os genitais divinos. Se muitos cristãos pensam que são todos filhos de deus, muito se enganam, Ratzinger elucida-nos desta “verdade universal”, “(…) já que deus desejou tanto a salvação do Homem que não se reservou a seu único filho.”, seja portanto um pai de todos os cristãos que afinal não são seus filhos.

O mais interessante no seu discurso é mesmo esta declaração: “(…) Meditando sobre o livro do Génesis guiou os fiéis da criação ao Criador, que é o Deus da condescendência e por isso chamado também Deus terno (…)”. Qualquer pessoa minimamente honesta que tenha uma mínima noção do que está escrito na bíblia sabe que este personagem fictício é tudo menos terno, é simplesmente um mentecapto genocída, sádico, infanticida, sexista, delinquente e depravado. Nada melhor que lembrar e relembrar alguns grãos de areia do areal da delinquência bíblica.

Salmos 2:9 “Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.“. Tão terno e meiguinho que ele é…

Génesis 7:4 “Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites; e desfarei de sobre a face da terra toda a substância que fiz.“. Afogar toda a gente é bem fofo, estimativa de mais de 30 milhões de mortos no dilúvio, não contando com os animais, especialmente com a quantidade imensurável de peixes que morreram afogados.

Números 31:17-18 “Agora, pois, matai todo o homem entre as crianças, e matai toda a mulher que conheceu algum homem, deitando-se com ele. Porém, todas as meninas que não conheceram algum homem, deitando-se com ele, deixai-as viver para vós.“. Depois de um massacre nada melhor que proceder ao amor cristão violando virgens.

Deuteronómio 32:39-42 “Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum deus há além de mim; eu mato, e eu faço viver; eu firo, e eu saro, e ninguém há que escape da minha mão. Porque levantarei a minha mão aos céus, e direi: Eu vivo para sempre. Se eu afiar a minha espada reluzente, e se a minha mão travar o juízo, retribuirei a vingança sobre os meus adversários, e recompensarei aos que me odeiam. Embriagarei as minhas setas de sangue, e a minha espada comerá carne; do sangue dos mortos e dos prisioneiros, desde a cabeça, haverá vinganças do inimigo.“. O católico Hitler era um amador comparado com este ser ficcional.

Crónicas 2 14:9-15 “E Zerá, o etíope, saiu contra eles, com um exército de um milhão e com trezentos carros, e chegou até Maressa. (…) E Asa, e o povo que estava com ele os perseguiram até Gerar, e caíram tantos dos etíopes, que já não havia neles resistência alguma; porque foram destruídos diante do senhor, e diante do seu exército; e levaram dali um grande despojo. E feriram todas as cidades nos arredores de Gerar, porque o terror do senhor veio sobre elas; e saquearam todas as cidades, porque havia nelas muita presa. Também feriram as malhadas do gado; e levaram ovelhas em abundância, e camelos, e voltaram para Jerusalém.“. A ternura do ser superior cristão é magnificente, 1 milhão de mortos, para além do rapto de ovelhas e camelos que talvez tivessem a mesma utilidade que as virgens.

A ternura divina é mesmo estranha…

Notícia: Papa diz que Igreja primitiva é um modelo para sociedade

Também publicado em LiVerdades

26 de Setembro, 2007 Carlos Esperança

O negócio das relíquias

Repete-se a histeria que o ayatollah Ali Khamenei provocou no Islão.

26 de Setembro, 2007 Helder Sanches

A Falta de Pachorra

Estou a atravessar a fase do “que se lixe!”. Não tenho pachorra para argumentar com os obcecados cristãos que por aqui passam que, na sua presunção egocentrista, acham que sou ateu apenas em oposição à religião deles. Puro disparate.

Encontro-me, portanto, numa fase que me parece de transição. Já referi anteriormente que não subscrevo um ateísmo estilo imprensa cor-de-rosa. Agora, sinto-me desmotivado, mais ou menos pelas mesmas razões, em argumentar com os comentadores beatos que apenas sabem refutar as minhas ideias em particular ou o pensamento ateu em geral com textos bíblicos, perfeitamente desenquadrados e cheios de bolor… Será que acham que ao citarem excertos da bíblia passam a ter mais credibilidade?

Assim, gostaria que, de uma vez por todas, os cristãos de passagem se mentalizassem que neste blog a sua crença é tratada por mim como uma entre várias, não tendo qualquer lugar de destaque, uma vez que se trata de apenas mais uma das fantasias que assola o mundo com mentiras, obscurantismo e estagnação.

(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)

26 de Setembro, 2007 Ricardo Silvestre

Convenção da Atheist Alliance de 2007

Inicia-se amanhã em Crystal City, Virginia, a Convenção da Atheist Alliance de 2007.

O rol de prelectores é de fazer qualquer ateísta roer-se de inveja por não poder estar presente: Prof. Dawkins, Prof. Dennet, Sam Harris, Christopher Hitchens, Eugenie Scott, Matthew Chapman (entre outros).

O evento reveste-se de uma grande importância. Para alem de proporcionar a troca de experiências e ideias, vai beneficiar de uma exposição mediática aumentada, resultante dos últimos avanços na difusão do ateísmo (e do novo ateísmo, opinião pessoal) por parte de alguns dos «campeões» da causa.

Espera-se que seja mais uma forma de aumentar a progressão da racionalidade na civilização moderna.

Para quem quiser saber mais, visite aqui o link da AAI, e da conferência aqui. Aqui pode ver o programa.

Para quem tiver interessado, estes são dois sites aqui e aqui, onde se pode adquirir as transmissões on-line da Conferência. Tem de se pagar. Claro. Porque o ateísmo paga impostos e não recebe subsídios do Estado.

26 de Setembro, 2007 Ricardo Alves

A resposta das mulheres sauditas

Duas mulheres sauditas responderam com violência depois de abordadas pela Polícia da Comissão para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício, que criticara a sua forma de vestir «desapropriada» (estariam de cara à mostra?). Terão gritado insultos e atacado a polícia com «spray» de pimenta.

Esperemos que este género de resposta se generalize. Que as hormonas as libertem da opressão das «Comissões de Virtude». E que Epicuro e Voltaire iluminem o caminho das mulheres sauditas.
26 de Setembro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Nova igreja atinge os 80 milhões de Euros!?!


Ao que parece a Igreja Católica deve estar a construir uma estação espacial, talvez queira ajudar finalmente os pobres enviando-os para Marte. Rios de dinheiro que fluem para o bucho das sanguessugas em nome dos fracos e oprimidos usados para saciar os materialismos exacerbados dos encapuzados, talvez ainda não tenham percebido, eles, os que financiam e os ignorantes por culpa própria ou de outrem, que as pedras e o cimento não são comestíveis, também não curam doenças, o ouro de pouco serve a não ser para papas decrépitos usarem nas suas passerelles ridículas.

Mesmo depois das falcatruas da Madre Teresa de Calcutá, pedir rios de dinheiro para os pobres e para os doentes para enviar enviesadamente os “trocos” para o Vaticano e para contaminar África com edifícios religiosos como bolor, pobres que fiquem mais pobres, doentes mais doentes até serem salvos pela morte, venham as palmas e os rastejamentos que a ignorância ainda é muita, nada melhor que gastar dinheiro em estádios de futebol, igrejas e centros comerciais, alimentação e educação são secundários.

Notícia: Fátima: nova igreja atinge 80 milhões de euros

Também publicado em LiVerdades