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Categoria: Diário de uns ateus

11 de Julho, 2013 Administrador

Manutenção dos servidores

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20 de Maio, 2013 Carlos Esperança

Momento zen de segunda_20_05_2013

João César das Neves (JCN), quiçá por ausência prolongada de pecados, andou arredado das homilias pias com que agride a inteligência dos crentes e hilaria os incréus.

Na prédica de hoje, neste ano da Graça de 2013, começa por advertir os paroquianos de como procede quem pretende destruir a sociedade: acusar vários réus «do Governo aos bancos, do euro aos corruptos», para advertir que essa forma é ineficaz.

Quando julgávamos que no bem-aventurado brilhava um módico de bom-senso, quis o predicante esclarecer-nos sobre «A verdadeira conspiração», a forma mais eficiente de «conseguir a aniquilação de Portugal». Engana-se quem pensa que a crise económica, ainda que fosse muito mais severa, ou os métodos políticos e militares eram capazes de nos destruir. É muito difícil destruir Portugal – diz JCN.

Mas… «Há uma maneira, e é simples». E está a acontecer-nos. Basta uma conceção que «degrade o conceito de casamento» a que se juntam «as brutais consequências humanas, psicológicas, educativas, culturais e sociais que nascem de famílias em desagregação». Censura a conflitualidade conjugal, explosão de divórcios, desequilíbrio emocional e precarização de relações», mas ignora que tudo acontece por vontade do seu Deus.

JCN adverte que «tudo nasce de uma ideologia lasciva que impõe o postulado de que no sexo todos os prazeres são equivalentes e devem ser excitados». E deplora «este tempo que promove divórcio, aborto, promiscuidade e depravação».

JCN espanta-se que «a população tenha apatia perante a podridão e se assuste com questões económicas, secundárias e passageiras». O que lhe dói é «a incompreensível, boçal e brutal dissolução familiar», referência indireta à lei que prevê a capacidade de co-adoção por casais ou unidos de facto do mesmo sexo, aprovada na generalidade, no Parlamento.

Sem nunca a referir expressamente é a esta lei que chama «A verdadeira conspiração».

Ateo gratias.

JCN -

13 de Maio, 2013 Carlos Esperança

A liberdade mata a fé

O mundo atual chega e as coisas antigas vão ficando para trás. É o que ocorreu com igrejas e templos na Holanda, que se transformaram em pubs, cafés, livrarias e até casas de shows.

Essa transformação ocorreu porque as instituições religiosas não têm mais recursos para manter as construções e elas ficam cada vez mais vazias por lá. Afinal, a última pesquisa realizada no país indica que 44% da população são de ateus. Enquanto os católicos ocupam 28%; os protestantes, 19%; os muçulmanos, 5%, e os fiéis das demais religiões, 4% da população.

25 de Abril, 2013 Carlos Esperança

Esta é a noite que trouxe no ventre a madrugada

Trinta e nove anos passados sobre a manhã libertadora de Abril, regressaram o medo e a fome. Por ora não é ainda a PIDE que prende, é o desemprego e a destruição metódica e eficaz dos direitos conquistados que paralisam o povo e o lançam de novo na aventura da emigração, na incerteza do futuro e na tragédia da pobreza.

Os atuais governantes têm um projeto político extremista e o objetivo de cercear direitos e fizeram do país um laboratório do ultraliberalismo, “custe o que custar”. O desespero que espalham é a semente das convulsões que se avizinham num retrocesso que os mais pessimistas estavam longe de prever.

Apagam os símbolos identitários da Pátria com a alienação dos feriados do 5 de outubro e do 1 de dezembro enquanto o 10 de junho, com um PR de débil cultura, se transforma, como no fascismo, em altar da exaltação da raça, com os feriados pios a permanecerem por imposição do Vaticano, que despreza e humilha o país.

A reabilitação da guerra colonial está em curso, o regresso dos velhos valores têm um discurso, uma lógica e um projeto, seguidos pelos que nunca se conformaram com a perda do Império e o descrédito da ditadura. Só faltava empobrecer os portugueses e submetê-los pelo medo. A fome, o desemprego e o empobrecimento coletivo estão nos planos de um governo reacionário que vê no ultraliberalismo o caminho da salvação.

É o regresso mole a um passado afrontoso e a um quotidiano de desespero.

Abril cumpriu a descolonização, o desenvolvimento e a democratização e não foram os seus capitães que agravaram as desigualdades sociais ou contribuíram para a perda da generosidade, entusiasmo e solidariedade que galvanizaram Portugal e os portugueses.

Não se ignora a crise que se abateu sobre o mundo, mas não há justificação para a falta de equidade na repartição dos sacrifícios nem para a devastação dos direitos a que só a cegueira ideológica e o espírito de vingança marcam o ritmo e a seletividade.

A PIDE, as prisões políticas, a censura, o degredo, o exílio, a tortura, a discriminação da mulher, a violação do domicílio e da correspondência são dolorosas recordações dos mais velhos. Restauraram-se os direitos cívicos, implantou-se a democracia. É pouco? Nunca tão poucos fizeram tanto por Portugal como os capitães de Abril. Não deixemos agora que nos conduzam ao passado.

A escalada contra as conquistas de Abril pode ser parada. Comemorar Abril, ser fiel ao seu ideário e honrar os seus heróis é uma forma de dizer basta à mais violenta ofensiva da direita contra os seus valores, nos últimos 39 anos. Nada, absolutamente nada, pode ser pior do que o Portugal beato, rural e analfabeto que o salazarismo manteve graças à repressão policial.

Na ditadura o País não era a casa comum dos Portugueses. Era a cela coletiva dos que não fugiam. O 25 de Abril transformou Portugal. Tanto tempo nas nossas vidas, tão pouco na história de um povo. É tempo de recuperar o espírito de Abril.

 

Viva o 25 de Abril. SEMPRE.

cravo

18 de Abril, 2013 Carlos Esperança

DIÁRIO DE UNS ATEUS – 2 MILHÕES DE VISITAS

No último dia de novembro de 2003 o Diário de uns Ateus chegou à blogosfera. Foi com este nome que nasceu e, depois de várias vicissitudes, da mudança de nome para Diário Ateísta, e, de novo, para Diário de uns Ateus, aqui continua sem o esplendor de outros tempos mas numa recuperação honrosa que resistiu às contingências do acaso e aos ataques informáticos de que foi alvo.

Quase nove anos e meio depois, atingimos hoje 2 milhões de visitas e todos os dias nos visitam mais de 300 pessoas.

Estatisticamente podemos dizer que 1 em cada 5 portugueses já passou por este espaço onde os ateus se encontram, os crentes de rosto humano vêm procurar o contraditório e os fanáticos cuspir insultos e exibir raiva. De facto, tem sido o espaço de convívio entre portugueses e brasileiros, para afirmar o ateísmo ou para insultar os que aqui escrevem.

Contrariamente aos blogues religiosos, aqui não há censura nem monolitismo político, embora procuremos evitar referências partidárias, exceto quando a laicidade é posta em causa ou algum partido se põe de cócoras sob as sotainas.

Porque não há religiões boas, somos plurais no ataque às diversas crenças, no combate a todas as superstições, na denúncia da maldade de qualquer Igreja. Repudiamos o ódio sectário das religiões como o fazemos a qualquer totalitarismo político que, no fundo, é a política tornada religião e convertida em verdade única.

Como cada religião considera falsas todas as outras e falso o deus de cada uma delas, no que certamente todas têm razão, todos nos podemos considerar ateus. Nós, os legítimos, só consideramos falsa mais uma religião e um deus mais. No fundo todos somos ateus.

Dois milhões de visitas depois, o Diário de uns Ateus, aqui continua firme na defesa da laicidade e na luta pelo direito de todos e cada um à crença, à descrença e à anti crença, em igualdade de direitos, recusando o ódio sectário que as religiões desenvolvem mútua e reciprocamente.

Aos livros sagrados, carregados de ódio e de mitos, sobrepomos a Declaração Universal dos Direitos Humanos, certos de que à maldade de Deus se deve sobrepor a liberdade e a igualdade dos homens que beberam no Iluminismo os princípios da solidariedade.

A luta contra as religiões e a discriminação de género, que preconizam, encontram neste Diário o combate que a misoginia, a crueldade, a homofobia e o tribalismo merecem.

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25 de Março, 2013 Carlos Esperança

O Diário de uns Ateus e os crentes assanhados

Andam por aqui alguns crentes à espera da penitência pelos pecados cometidos. Vêm, ansiosos, para agradarem ao seu deus. Não sei se é o desejo de mortificação que os atrai, se a inútil vontade de nos converter. Podiam ser mais originais no que escrevem, mas limitam-se a se subservientes para com os Papas e a debitar louvores a um defunto mais antigo – Jesus Cristo. Depois, repetem até à náusea a prosa e a convicção.

Os créus têm as igrejas, os órgãos de comunicação social, a Concordata, os padres, a água benta, o incenso, as orações e a eucaristia para ruminarem a fé numa posição de privilégio. Todavia arribam a este espaço de incréus onde não se apela ao terço, não se recomendam orações, não se reconhecem milagres nem a bondade do Papa.

Aqui é um espaço de liberdade onde a Declaração Universal dos Direitos do Homem é a Bíblia que nos une, onde a igualdade dos sexos e a não discriminação por questões de raça, religião ou cor são o único credo. Aqui, no Diário de uns Ateus, consideramos que não há a mais leve suspeita da existência de Deus nem qualquer razão para pôr pessoas de joelhos e aliená-las com orações. Não reconhecemos à água benta mais valor do que à outra, nem à hóstia, depois de consagrada, mais calorias do que antes.

Os valores da liberdade, da igualdade e da fraternidade, que a Revolução Francesa nos legou, são incompatíveis com o direito divino e com as ameaças e castigos com que os seus padres atemorizam. O Inferno somos nós que o fazemos, aliás, sois vós, os crentes. O Vosso Senhor, que se zanga com os homens que procuram a felicidade, que tem uma multidão de clérigos a administrar uma treta a que chamam sacramentos, que aliena as pessoas com ladainhas e orações, é uma ficção perigosa de raiz totalitária.

O Vosso Senhor, o deus que as religiões vendem, com atributos pouco recomendáveis e mau feitio, é uma invenção muito antiga, adaptada ao longo dos séculos e imposta com a barbaridade de que só os clérigos são capazes.

Nós sabemos que Deus vos ama. Não deixem que vos troque por nós, ateus, que apenas queremos que nos deixe em paz.

 

9 de Março, 2013 Carlos Esperança

A ICAR e a pedofilia

A Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) vê o seu prestígio abalado e a deserção de crentes a aumentar, devido aos casos de pedofilia do seu clero.

Quando os crentes duvidam da virtude dos seus padres começam a interrogar-se sobre o poder do seu deus.

Não é apenas a pedofilia que incomoda os crentes, é a dúvida que os acicata sobre quem é capaz de ofender uma criança. Se um padre não respeita uma criança, o que será capaz de fazer a um anjo?