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Categoria: Livros

17 de Fevereiro, 2007 Ricardo Alves

O ateísmo activo e optimista de Onofre Varela

«Não construí a sociedade que herdei, não estou satisfeito com ela, nem me satisfaz a ideia do previsível futuro que vejo a ser esboçado por aqueles que assumiram a responsabilidade de gerir os povos, nem pelo clero que, paralelamente a tal gestão, pretende influenciar destinos pela via mitológica. É da realidade da época e do meio em que vivo, e dos sentimentos que essa realidade em mim despertou, que nasceram a curiosidade, a ira, a calma e a ansiedade que me incendiaram paixões. Foi sobre isso que escrevi, com a convicção de que fui honesto comigo, e de que usei a crítica com o devido respeito à religiosidade de quem crê.»

(Onofre Varela, nas páginas finais de «O Peter Pan não existe – Reflexões de um Ateu»; a apresentação do livro em Lisboa será já na quinta-feira.)

15 de Fevereiro, 2007 Ricardo Alves

Finalmente um livro sobre ateísmo!

O livro «O Peter Pan não existe – Reflexões de um Ateu», da autoria de Onofre Varela, será lançado no dia 22 de Fevereiro, às 18h30m, na sede da Editorial Caminho (Av. Almirante Gago Coutinho, 121, em Lisboa).

O Onofre Varela participou, com os colaboradores portugueses do Diário Ateísta, nos Encontros Nacionais de Ateus de Dezembro de 2003 (em Coimbra) e de Setembro de 2004 (em Lisboa). O sítio original do «ateismo.net», actualmente suspenso, incluía alguns textos seus. Fez uma carreira de cartunista, o que explica a magnífica capa que se pode apreciar ao lado.

Num momento em que se publicam vários volumes sobre ateísmo no mundo anglo-saxónico e francófono (nenhum dos quais mereceu a atenção das editoras portuguesas, sabe-se lá porquê…), o livro do Onofre Varela vem suprir uma lacuna na nossa paisagem cultural. (Se não me falha a memória, é o primeiro livro português especificamente sobre ateísmo desde a morte de Tomás da Fonseca, em 1968…)

A apresentação do livro em Lisboa estará a cargo de um tal Ricardo Alves. Estais convidados.

13 de Fevereiro, 2007 Ricardo Alves

Sabiam?

Sabiam que a Marktest publicou este excelente livro que recolhe as crónicas e outros escritos do «nosso» Carlos Esperança?

Para alguém da minha geração, para além do prazer de apreciar a escrita do Carlos Esperança, e as suas estórias bem contadas, este livro permite conhecer um pouco do mundo, (para mim) distante e quase incompreensível, que era a Beira Interior no terceiro quartel do século passado, entre a catequese terrorista da ICAR, a pobreza e o futebol, as procissões e a «Índia portuguesa», os padres informadores da PIDE, os contrabandistas e as aulas do liceu, e depois o Martinho da Arcada antes da guerra colonial, as praias da Caparica nos anos 60 e finalmente o 25 de Abril. Compreender o que foi tudo isto não é óbvio para quem só tem memória da democracia.

A partir de 1974, dão-se umas alfinetadas valentes numas figuras que sobraram do antigamente e que parecem não sabê-lo (como os seguidores de Josemaría Escrivá e o pai do Dinis de Santa Maria), e, após o 11 de Setembro, surge a preocupação com o islamismo e outros clericalismos, e a sua vacina: a laicidade.

Tudo numa prosa de fazer inveja, e com o humor do Carlos.

(É pena que não esteja nas livrarias.)