No aniversário da cidade, homossexuais passam a ter templo onde a diversidade sexual é aceita.
Perseguições aos judeus em Espanha com os ataques às judiarias (Toledo, 1355, 12 mil mortos; Palma de Maiorca, 1391, 50 mil mortos; Sevilha, 1391, etc.; com a Inquisição (1478) milhares deles procuraram refúgio em Portugal. Outros, por medo, deixaram-se converter ao catolicismo. Uma perseguição tão cruel levou as judiarias espanholas à miséria, até que em 1492 foi declarada a expulsão dos judeus da Espanha.
Em Portugal, o anti-judaísmo provocou a revolta popular contra os cristãos-novos e os judeus ocorrida em Abril de 1506 – o infame Pogrom de Lisboa. A superstição agravou o medo da peste que grassava na cidade e as dúvidas de um judeu em relação ao suposto milagre desencadeou uma onda de ódio, estimulada por um frade, que perseguiu, matou espancou e arrastou semi-vivos para as fogueiras que logo se acenderam na Ribeira e no Rossio – um massacre de 4 mil judeus, enquanto dois frades, o português João Mocho e o aragonês Bernardo, um com uma cruz e o outro com um crucifixo erguido, bradavam: Heresia! Heresia!, atiçando o ódio.
A tentativa patética de alguns católicos em quererem reescrever o Novo Testamento e branquear as perseguições aos judeus trouxe-me à memória a artimanha de um cardeal que, há anos, preferiu implicar Pio XII numa conspiração contra Hitler a suportar a verdade.
O cardeal de Colónia, Joachim Meisner faz ressuscitar o fantasma do nazismo.
Só quem nunca leu a Bíblia ignora o carácter racista, xenófobo e violento do livro cuja leitura é necessária para entender os atos mais cruéis dos cristãos, durante séculos.
Os quatro Evangelhos (Marcos, Lucas, Mateus e João) e os Actos dos Apóstolos têm, na contabilidade de Daniel Jonah Goldhagen (in A Igreja católica e o Holocausto) cerca de 450 versículos explicitamente anti-semitas, «mais de dois por cada página da edição oficial católica da Bíblia».
Não admira, pois, que o cardeal de Colónia ressuscite fantasmas nazis ou que, na febre de fazer santos, a ICAR prefira implicar Pio XII numa conspiração para matar Hitler do que suportar a sua cumplicidade histórica.
Para canonizar o Papa de Hitler o Vaticano não hesita em atribuir-lhe uma conspiração. É um crime bem menor do que o seu incitamento às autoridades italianas, em Agosto de 1943, para que mantivesse as leis raciais
Os maiores aliados do sionismo são cristãos fundamentalistas, mas por acreditarem que só o domínio final dos judeus sobre a Palestina levará à reconstrução do Templo de Salomão, condição sine qua non do Segundo Advento de Cristo e da destruição final dos judeus -, uma magnífica manifestação de cinismo, superstição e antissemitismo.
A teologia cristã é a mãe do Holocausto. Conscientes ou não, os nazis foram os agentes da religião que, com o seu antissemitismo, construíram pedra a pedra os crematórios que devoraram milhões de pérfidos judeus, adjectivo que ficou nas orações dos católicos até ao concílio Vaticano II, agora lenta e inexoravelmente abandonado por Bento XVI.
Só surpreende a franqueza do cardeal Joachim. Alemão.
As preces dos católicos pelos judeus da Sexta-Feira Santa.
No rito anterior ao Concílio Vaticano II pedia-se a sua conversão ao cristianismo e rogava-se a Deus para que eliminasse “a cegueira deste povo, para que, reconhecida a verdade de sua luz, que é o Cristo, saíssem das trevas”.
Essa frase foi mudada e atualmente se implora a Deus que “ilumine seus corações para que reconheçam a Jesus Cristo salvador de todos os homens”. Texto que os judeus continuam criticando.
Diário de uns Ateus – O deus do Papa odiou sempre os judeus. Ou terá sido por amor que os queimava e deportava ao longo da História? (Reis Católicos, D. João III, etc.)
«Não há salvação em nenhum outro [para além de Jesus], porque, sob o céu, nenhum outro nome foi dado aos homens pelo qual devamos ser salvos». (Actos4:12).
«O Evangelho segundo São Marcos tem cerca de 40 versículos explicitamente antissemitas. Incluem a cena teatral fictícia de Pôncio Pilatos, que foi o verdadeiro assassino de Jesus, perguntando-se inocentemente o que fez Jesus para merecer a ira dos sacerdotes e da multidão de judeus, enquanto os Judeus gritam mais de uma vez a Pilatos «crucifica-o»». (S. Marcos 15:6-15).
«O Evangelho segundo S. Lucas tem cerca de 60 versículos explicitamente antissemitas. Apresenta João Baptista a chamar aos judeus que acreditavam que ser judeus era o caminho para Deus «raça de víboras» que iriam sofrer «com a ira que os ameaçava»». (S. Lucas 3:7-9).
«O Evangelho segundo S. Mateus tem cerca de 80 versículos explicitamente antissemitas. Neles, São Mateus conta como João Baptista chamava aos Judeus, os chamados fariseus e saduceus, «raça de víboras», epíteto que pôs também na boca do próprio Jesus quando se dirige aos judeus que são fariseus como «raça de víboras», como podeis dizer coisas boas, vós que sois maus?». (São Mateus 3:7 e 12:34).
«Os Actos dos Apóstolos têm cerca de 140 versículos explicitamente antissemitas. Apenas 8 dos seus 28 capítulos estão isentos de antissemitismo».
«O Evangelho segundo S. João contém cerca de 130 versículos antissemitas. (…). O Jesus de S. João acusa os Judeus de o tentarem matar. (…) O Jesus de S. João conclui que aqueles que o rejeitam, os Judeus, «pertencem ao (seu) pai, o Demónio»». (S. João 7:28 e 8:37-47).
«Só estes cinco livros contêm versículos explicitamente antissemitas suficientes, num total de 450, para haver em média mais de dois por cada página da edição oficial católica da Bíblia».
Fonte: A Igreja Católica e o Holocausto – Uma dívida moral, de Daniel Jonah Goldhagen.
Nota: Que fazer com um livro que prega o ódio e cujos crentes estão convencidos de que contém a palavra do seu Deus?
Com estas citações espero responder aos crentes de boa fé que me chamaram mentiroso pois não há no Novo Testamento qualquer manifestação de antissemitismo.
«Bem-aventurados os ignorantes porque deles é o reino do Céu».
A revista Der Spiegel divulgou carta em que a Igreja Evangélica da Alemanha (EKD), dirigida ao Governo Federal, elogia Adolf Eichmann (1906-1962), na foto, organizador do Holocausto. Segundo a denúncia, “o assassino em massa foi descrito como um ‘homem com um coração bondoso’”.
O erro sobre o ano de nascimento de Jesus Cristo utilizado para o início do calendário cristão terá sido cometido no século VI pelo monge Dionysius Exiguus, defende o Papa Bento XVI no último livro da trilogia “Jesus de Nazaré”, ontem publicado.
É surpreendente o vigor com que o cristianismo e, em particular, o catolicismo nega quase vinte séculos de antissemitismo militante.
Martinho Lutero que conhecia Bíblia, tão bem quanto a corrupção papal, dizia dos judeus: «são para nós um pesado fardo, a calamidade do nosso ser; são uma praga no meio das nossas terras». (1543)
Quanto à ICAR não é preciso recordar o tribunal do Santo Ofício, basta recordar as declarações papais ou citar as abundantes e descabeladas manifestações de ódio que a santa Bíblia destila.
Eloquente, chocante e demente foi a atitude do cardeal da Alemanha, Bertram, ao saber da morte do seu idolatrado führer Adolfo Hitler. Já nos primeiros dias de maio de 1945, com a derrota consumada (a rendição foi no dia 8), ordenou que em todas as igrejas da sua arquidiocese fosse rezado um requiem especial, nomeadamente «uma missa solene de requiem, em lembrança do Führer».
Para alguns católicos e, sobretudo, para ateus, agnósticos e fregueses de outras religiões, é preciso dizer-lhes que, de acordo com a liturgia do requiem, uma missa solene de requiem se destina a que os devotos possam suplicar a Deus, Todo-Poderoso, a admissão no Paraíso do bem-aventurado em lembrança de quem a missa é celebrada.
A Bíblia, um repositório de ódio antijudaico, está para os cristãos como o Corão está para os muçulmanos. Felizmente os cristãos, sobretudo os católicos, leem pouco a Bíblia e acreditam vagamente no seu conteúdo.
Porém, em períodos de crise, há o risco de se agarrarem ao livro sagrado como os alcoólicos à bebida e, tal como estes, sem discernimento ou força anímica para renunciarem à droga, impedidos pela habituação e dependência que os escraviza.
O Diário de uns Ateus é a terapêutica adequada para uma cura de desintoxicação
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.