Loading

Autor: Raul Pereira

2 de Fevereiro, 2009 Raul Pereira

Brasil e Canadá com autocarros…

Para irritar ainda mais a Dr.ª Maria José Nogueira Pinto, a senha (sic.) continua do outro lado do Atlântico. O Canadá, pelas mãos da competente Freethought Association of Canada, estampará uns autocarros que começarão a circular em Toronto já durante este mês e em Halifax e Calgary durante os próximos. [ver aqui.]

Entretanto, no país irmão, a ATEA – Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, tentará levar oito slogans aos «ônibus» da imensa São Paulo. O Diário Ateísta deseja todos os sucessos para a campanha.

31 de Janeiro, 2009 Raul Pereira

A senha [sic.] continua…

Afinal, a inteligência e a razão acabam sempre por vencer, ainda que demore: Génova sempre vai ter um autocarro ateu. A «União dos Ateus, Agnósticos e Racionalistas» italiana pensou uma nova frase depois da anterior (que por acaso era brilhante) ter sido recusada. Em vez de: “A má notícia é que Deus não existe. A boa é que também não lhe faz falta” (trad. livre), os genoveses poderão ler nos autocarros: “A boa notícia é que em Itália há milhões de ateus. A óptima é que acreditam na liberdade de expressão“. Com a atitude de reprovação a que já fomos habituados, as hierarquias da sotaina apenas fizeram com que os ateus saíssem reforçados. Estes têm agora uma frase que condena a censura a que foram sujeitos e jogam com a polémica anterior, acrescentando-lhe ironia. Acresce ainda o facto de não ser possível novo lápis azul, pois as palavras desta vez são cândidas e inocentes, embora doam mais.

Pelo que me foi dado ver aqui, isto preocupa a Dr.ª Maria José Nogueira Pinto. Agora, ir buscar São Paulo? Por amor de ([vazio])! São Paulo? O homem que uniu os MORES (e até o direito) romanos à religiosidade judaica – a base do sucesso do proto-cristianismo, que se viria a tornar no caldo da destruição dos avanços civilizacionais da Antiguidade. Um dos grandes responsáveis, no fundo, por dois milénios de obscurantismo. Certo, Roma não era perfeita, mas ficou bem pior 300 anos depois, cristã e Constantiniana, moribunda e agarrada ao SIGNO. Coisas há que me deixam parvo. Se quiser ler obras desse período fico por Ovídio, Horácio ou Séneca. Bem mais interessantes que Paulo de Tarso e, seguramente, de valor literário bem superior. Faria bem a Dr.ª Maria José Nogueira Pinto em ler Catulo, sobretudo alguma da sua poesia erótica, para entender o que por essa altura escrevia quem tinha o espírito e mente abertos e vivia segundo as leis de Epicuro e não de Javé. Muito mais refrescante e poético.

Depois, chama à Europa, um «parque jurássico entregue a movimentos infantilizadores e primários». Alto aí! Então, afinal acredita na Evolução. Não se pode invocar o santo nome do Jurássico em vão! Foi um período muito sério e… lírico. Mais: «infantilizadores»? Deve estar a falar a falar das religiões, só pode, são os únicos movimentos conhecidos que fazem as pessoas acreditar em amigos imaginários até à idade adulta.

Por último, claro, tinha que vir uma citação e, nessa citação… Bach. Aqui vamos mesmo parar. Eu ouço Bach. Eu adoro Bach. Eu sinto Bach em todos os neurónios. Eu considero a «Paixão Segundo São Mateus» (BWV 244) uma das maiores obras da História da Humanidade. Eu continuo ateu. Quantas vezes teremos que martelar neste argumento?… Bach também compôs obras seculares e não me parecem inferiores às religiosas, antes pelo contrário, se pensarmos, por exemplo, no Das Wohltemperirte Clavier (BWV 846–893) ou no Musikalisches Opfer (BWV 1079). Eu não consigo atingir o divino na música, acho-a divinal como adjectivo apenas, mas empenho-me em perceber a sua profundidade intelectual e complexidade harmónica ou de execução. Daqui, deste exercício, retiro sensações de fruição únicas e verdadeiro prazer mental e até físico, mas a última coisa em que penso é na hóstia ou num ser a olhar para mim sabe-se lá de onde. Fosse o séc. XVIII um tempo de total secularização da sociedade e Bach teria certamente ido buscar outras fontes de inspiração para saciar o seu voraz génio criativo.

Don DeLillo! Muito má escolha de citação, Dr.ª Maria José Nogueira Pinto. Até posso perceber, pela amostra do Antigo Testamento, que se encontre deus no «sofrimento» e no «terror» apontados na frase; eles estão lá bem explicados: a homofobia, a misoginia, as lapidações, a xenofobia e os massacres. Agora, eu quando vejo isto, sinto é «terror» da gente que acredita e adora um deus assim e, Dr.ª Maria José Nogueira Pinto, vou lutar durante a minha vida inteira – com todas as forças e com as limitadas capacidades cerebrais com que a evolução me dotou -, para que o «sofrimento» que eles causam aos outros seja diminuído.

Entretanto, tome lá mais um autocarro em Génova. E vá ficando à espreita, porque pode ser que um dia destes uma frase interessante apareça estampada no 92, que passa na Rua do Arsenal a caminho do Bairro Alto.

15 de Dezembro, 2008 Raul Pereira

Igreja Desfeita.

Creative Commons License


Uma provável antecipação do futuro na toponímia de São Félix da Marinha, Vila Nova de Gaia.

Uma fotografia gentilmente cedida pelo jornalista Alexandre Gamela.

27 de Novembro, 2008 Raul Pereira

Xenu com nova pista de aterragem…

Bem, está visto! Aqui neste blog temos a vida facilitada: é que, como alguns dos nossos leitores já devem saber, a Igreja da Cientologia reforçou a sua base de operações no nosso país e inaugurou a sua nova pista de aterragem para Xenu, o guerreiro galáctico que dominava a Via Láctea há 75 milhões de anos.
Devo confessar que, na minha opinião de ateu, de entre todas as religi(invenç)ões actualmente existentes, a dos cordeirinhos de Hubbard é a que tem mais “panache“. Os métodos de reza e introspecção de índole pseudo-científica, as estórias de ficção do Império Helatrobus no espaço sideral há biliões de anos, as centenas de livros publicados – e não apenas UM -, tudo isso me faz respeitar a Cientologia. Alto! Não interpretem já as minhas palavras no sentido que não quero! Que raio! O meu respeito é tão somente pela incrível imaginação dos seus ensinamentos, pela forma como manipularam o discurso científico, por serem realmente contemporâneos na abordagem aos cérebros alucinados do Mundo e, claro está, pela gestão da fortuna absolutamente colossal que conseguiram amealhar em apenas 55 anos de História.
Eu percebi a jogada do Hubbard, ele não foi parvo nenhum, mas para inventar era mesmo um choné dos antigos. De facto, pelos anos 50, numa época pós-guerra em que a Ciência respondia a grandes questões em ritmo orgásmico e construía gadgets que levariam ao iPhone 3G de 2008, ele tentou criar uma religião dos novos tempos, procurando aquele grupo, que ficava cada vez maior, de sempiternos “indecisos”, como os políticos gostam de lhes chamar. Era algo novo, acompanhava o zeitgeist, não foi difícil: organizado um bom esquema de extorsão, reunindo um monte de gajos com muita massa, umas orgias “místicas” com drogas daquelas boas à mistura e um ambiente Beverly Hills a condizer, a coisa compôs-se em pouco tempo e o vírus espalhou-se lesto por muitos bípedes mamíferos, um pouco por todo o mundo. Não é à toa que é também conhecida por muitos como uma “religião de bilionários”, pois os seus elementos de alta patente são cuidadosamente escolhidos por métodos de selecção que têm pouco a ver com fé e mais a ver com a posse de um “American Express Gold Unlimited” e de uns Óscares ou Emmy’s por cima da lareira.
Ah! E nem vou aqui falar do caso que se arrasta na Alemanha, aquele país desenvolvido que está rodeado pela União Europeia, e do processo que moveu para ver se dava para acabar de vez com a Igreja da Cientologia no seu território. Isso é para outro post.
Com este reforço da base em Portugal (ainda nos faltava mais esta!), estou até a pensar especializar-me na luta anti-cientologia, mas disseram-me que esses maganos são mais perigosos do que a Opus Dei versão Dan Brown e que tenho de tomar cuidado. Há quem fale que eles enviam, por via telepática, monstros ciclopes verdes e cheios de gosma em naves high-tech-punk-trash para nos atormentar os sonos! Bem, para mim que sou novo, sempre são pesadelos com muito mais piada do que se me aparecesse pela frente um gajo severamente mutilado por pregos numa cruz de madeira…

(clique para aumentar)

22 de Novembro, 2008 Raul Pereira

Nova cara, novas caras e mais para vir no futuro, certamente!

Aos leitores deste blog histórico apresento uma nova imagem e novos colaboradores, tal como foi prometido pelo Carlos Esperança aqui.

Entram Ludwig Krippahl, Luís Grave Rodrigues, Palmira F. Silva e eu. Quanto aos primeiros três novos elementos, é garantido que a qualidade e o ar fresco que se repira neste espaço é para manter… Do último não falo.

Dentro de algum tempo outras novas surgirão, está prometido!

Para os leitores de feeds: venham espreitar e deixem a vossa opinião na caixa de comentários! Já sabem, podem sempre deixar a vossa pequena prece no Fórum. Está aqui do lado direito.