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Um católico romano na Europa

O comissário Rocco Buttiglione, amigo do peito e da missa de Berlusconi e do Papa, considera que «a homossexualidade é um pecado» e, sobre a família, defende «que a mulher tenha filhos e que o homem a proteja». É um filósofo respeitado pela Cúria Romana, um intelectual com joelhos calejados por muitas rezas, um católico cheio de bênçãos de JP2 e um tubo digestivo repleto de hóstias.

Os conceitos são interessantes e populares mas com dois séculos de atraso. Face a tão piedosos pensamentos, a comissão de Justiça do Parlamento Europeu julgou-o indigno de ocupar o pelouro que Durão Barroso lhe destina e vetou-o.

É a Mariana Cascais da Comissão europeia. Alguns leitores já não se lembram da tristemente célebre secretária de Estado da Educação do Governo de Durão Barroso que julgava que Portugal era um país oficialmente católico e garantiu que só havia educação sexual porque ela deixava. Era uma militante do Opus Dei que tinha pelo sexo aquele horror que Maomé destinou ao toucinho. Era uma governante que fazia a delícia dos jornalistas e o gáudio da população urbana.

Há outra Mariana Cascais à espera de Durão Barroso. Desta vez chama-se Rocco Buttiglione, destinado a ocupar a pasta da «Liberdade, Segurança e Justiça», mas os problemas agravam-se com um sacristão que faz as delícias da comunicação social.