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  • 8 de Maio, 2009
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

Bento 16 em viagem de negócios

O Papa Bento 16, monarca vitalício da ICAR, encontra-se em viagem de negócios nos sítios onde foram criadas as três religiões monoteístas. Vai falar de paz, como é hábito da função, onde ninguém esquece as guerras que dilaceram os três monoteísmos.

As Cruzadas não são um cartão de apresentação que tranquilize os anfitriões sobre o sucessor de Urbano II. A obsessão de B16 em querer canonizar o Papa de Hitler – Pio XII – não ajuda às relações com os judeus e, muito menos, aquele gesto de reintegrar um bispo fascista que nega o Holocausto.

Quanto aos muçulmanos, a afirmação de que os ensinamentos do profeta Maomé são “diabólicos e desumanos”, uma das raras afirmações verídicas do seu pontificado, não seduzem os fundamentalistas islâmicos. E os crentes são sempre fundamentalistas, seja qual for a religião.

O Papa não vai apagar do Novo Testamento as centenas de afirmações anti-semitas, os muçulmanos não vão rasgar as páginas do Corão que os manda recorrer à espada para convencerem a humanidade a virar-se para Meca e os judeus não apagam da Tora a certidão do Registo Predial Celeste que lhes confere, com o povo eleito, direitos sobre a Palestina.

É com este ódio visceral que vão decorrer as negociações sobre umas propriedades que os judeus ocupam por usucapião, os muçulmanos reclamam com argumentos históricos e o Papa quer reaver por estarem ligadas ao alegado fundador da religião cristã. Não é fácil o negócio e é discutível a legitimidade papal para representar o cristianismo pois há muitos cristãos que vêem B16 com o mesmo amor que os muçulmanos aprendem a dedicar ao toucinho.

Nada que o dinheiro não resolva.